Delator acusa Pezão de receber mesada de R$ 150 mil



























A propina a Pezão incluía um décimo-terceiro salário a cada ano
Rio - Em delação premiada já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Miranda, amigo de infância do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) e operador do esquema de corrupção liderado por Cabral no Estado do Rio, acusou o atual governador, Luiz Fernando Pezão (MDB), de receber mesada de R$ 150 mil enquanto ocupou a função de vice-governador, de 2007 a 2014.
A informação foi divulgada na noite de sexta-feira, 27, pelo jornal 'O Globo’. Segundo a publicação, Miranda contou na delação que desde o início do primeiro governo de Cabral, em janeiro de 2007, foi orientado a entregar R$ 150 mil mensais ao vice. Essa situação perdurou até abril de 2014, quando Cabral deixou o cargo e Pezão assumiu como governador. A partir de então, segundo o delator, a situação se inverteu: Pezão deu ordem para que Miranda pagasse mesada de R$ 400 mil a Cabral.
A propina a Pezão incluía um décimo-terceiro salário a cada ano, segundo Miranda, e em 2013 houve dois bônus, de R$ 1 milhão cada O primeiro foi pago em parcelas, com o auxílio do doleiro Renato Chebar, que também negociou delação, disse Miranda.
Conforme o delator, o dinheiro de propina também foi usado para pagar uma obra feita na casa de Pezão em Piraí, no interior do Estado.
Miranda diz ter recebido ordem de Cabral para pagar R$ 300 mil a uma empresa especializada na instalação de painéis solares, para quitar serviços prestados a Pezão.
Para este pagamento, o delator diz ter usado mais uma vez o serviço do doleiro Renato Chebar.
A mesma empresa que teria feito obra na casa de Pezão foi escolhida pelo governo estadual para instalar placas de energia solar em postes ao longo dos 72 quilômetros do Arco Metropolitano. Por esse serviço a empresa recebeu R$ 96,7 milhões do governo estadual.
A delação de Miranda foi homologada pelo ministro do STF Dias Toffoli.
O depoimento em que Miranda acusa Pezão já foi encaminhado pelo Supremo ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), órgão responsável por julgar governadores.
Miranda é amigo de infância de Cabral, chegou a ser seu sócio e, embora não tenha ocupado nenhum cargo oficial durante as duas gestões do ex-governador, foi presença constante nos salões do Palácio Guanabara, sede do governo estadual, em Laranjeiras (zona sul), ao longo desses governos.
Investigações apontam que, nesse período, Miranda se tornou o principal operador do esquema de corrupção liderado por Cabral, intermediando o pagamento de propinas por empresas que fechavam contratos com o governo estadual.
Nota
Em nota divulgada pela assessoria de imprensa, Pezão negou as acusações e afirmou que ‘repudia com veemência essas mentiras’.
"As afirmações são tão absurdas e sem propósito que sequer há placas solares instaladas em sua casa em Piraí", continua.
Pezão ‘reafirma que jamais recebeu recursos ilícitos e já teve sua vida amplamente investigada pela Polícia Federal’.


Homem forte de Pezão delata governador, Cabral e pré-candidatos

























Ex-secretário de Obras do Rio de Janeiro relata repasse de propina ao governador Pezão (MDB) e ao ex-governador Sergio Cabral (MDB), bem como aos pré-candidatos ao governo do estado, o senador Romário (Podemos) e o deputado federal Índio da Costa (PSD)
A proposta de delação de Hudson Braga, ex-secretário de Obras do Rio de Janeiro e homem forte nas administrações emedebistas, com cargos de destaque nos governos de Sergio Cabral e Luiz Fernando Pezão , tem potencial para atingir políticos graúdos do estado. A informação é da revista Veja .
Ao Ministério Público, Braga afirma ter pagado propinas a lideranças partidárias em troca de apoio à Sergio Cabral e Pezão em eleições. O senador Romário (Podemos), disse, teria recebido R$ 3 milhões para apoiar Pezão em 2014 – e o próprio Braga teria feito a entrega dos valores.
Já o deputado federal Índio da Costa (PSD) teria cobrado R$ 30 milhões para apoiar a reeleição de Pezão . Tanto Índio quanto Romário já anunciaram suas pré-candidaturas para o governo do Rio.
Estes valores seriam oriundos, entre outras fontes, da JRO Engenharia, empresa que mantêm contratos públicos com a Secretaria de Obras do Estado. Braga afirma, ainda, que a empresa pagava uma ´mesada´ de R$ 100 mil mensais a Pezão. A empreiteira, inclusive, guardaria R$ 5 milhões em propinas destinadas ao governador.
Alguns deputados estaduais da base governista na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro também levavam seu quinhão das propinas. De acordo com o ex-secretário, R$ 3 milhões por mês eram destinados ao grupo. O divisão ficava a cargo do ex-presidente da Alerj, Paulo Melo (MDB), que foi preso pela Lava Jato.
Braga também confirmou que recebia uma ‘mesada’ de R$ 1 milhão de empresas de ônibus no Estado. O ex-governador Sergio Cabral já havia acusado o ex-secretário de receber estes pagamentos.
Procurada, os advogados de Pezão disseram que ele “nunca recebeu recursos ilícitos e jamais participou de atos ilegais”. Eles também afirmaram que o governador se disponibiliza à justiça para prestar esclarecimentos.
Índio da Costa, por sua vez, defendeu-se dizendo que “definitivamente, não fiz parte nem compactuo com os métodos desse MDB que destruiu o estado”.
Romário afirmou que as informações de Braga tratam-se de “boatos que só interessam à política nefasta deste país”. Para ele, “o grupo que governou o Rio de Janeiro nos últimos 16 anos está desesperado com medo de perder o poder".



DELAÇÃO DO EX-MINISTRO SERÁ DEVASTADORA CONTRA EX-PRESIDENTE




















   

DELAÇÃO DE PALOCCI DEVE ATINGIR DILMA EM CHEIO

Além de atingir Lula, o acordo de delação de Antônio Palocci vai “colocar na roda” a ex-presidente Dilma Rousseff, a quem o ex-ministro petista já acusou, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, de compactuar com os esquemas de corrupção do seu governo. Palocci deve detalhar, por exemplo, a reunião entre Lula, Dilma e Emílio Odebrecht, no fim de 2010, para acertar os detalhes do esquema de propina e do direcionamento de grandes licitações em favor da empreiteira. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
A reunião com Dilma, citada antes por Palocci, serviu para esclarecer dúvidas sobre a “conta corrente” de R$300 milhões para o PT.
Palocci promete contar como Dilma agiu para manipular a licitação do Galeão para a Odebrecht, com cláusulas de exclusão dos rivais.
Palocci já falou sobre como a aquisição de sondas pela Petrobras para explorar o pré-sal serviu para financiar a campanha de Dilma, em 2010.
Além de coordenador da campanha, Palocci foi ministro da Casa Civil de Dilma e atuava direto com a Odebrecht, que o apelidou de “Itália”.



ACORDO DE DELAÇÃO DE PALOCCI COM A PF DETALHA 'PACTO DE SANGUE' DE LULA
























ARQUIVO VIVO DOS SEGREDOS DE LULA, PALOCCI VAI CONTAR TUDO


O ex-ministro Antonio Palocci, um dos personagens mais poderosos nos governos petistas, assinou acordo de delação premiada com a Polícia Federal, considerada "a delação do fim do mundo" petista, que tem em Lula um dos principais alvos. Ele acelerou as negociações do acordo com a PF após sua condenação a pena semelhante à aplicada depois ao ex-presidente, de 12 anos de prisão, e pelos mesmos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, segundo reportagem de Jailton Carvalho no jornal O Globo.
Palocci buscou fazer acordo com a PF após tentar sem sucesso convencer o Ministério Público Federal (MPF) de negociar o entendimento, que prevê a redução de pena.
O ex-ministro da Fazenda do governo Lula e da Casa Civil do governo Dilma Rousseff já vinha colaborando com a Justiça e fez revelações devastadoras contra Lula, acusando-o inclusive de haver celebrado um “pacto de sangue” com a empreiteira Odebrecht.
As informações e os documentos fornecidos pelo ex-ministro devem gerar a abertura de novos inquéritos, operações e até mesmo prisões.
Pacto de sangue
Palocci quebrou o silêncio em setembro do ano passado quando, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, acusou Lula haver celebrado um “pacto de sangue” com a empreiteira Odebrecht e recebido um pacote de propina que incluía o terreno do Instituto Lula, o sítio em Atibaia, “palestras” com cachê de R$200 mil cada uma, e R$150 milhões para as campanhas do ex-presidente.
O ex-ministro contou que o dinheiro e as vantagens para Lula eram produto de corrupção por meio de contratos superfaturados com empresas públicas. Palocci também acusou a ex-presidente Dilma de compactuava com o esquema. Confessou também que ele e Lula tentaram atrapalhar a Lava Jato.