Turquia em meio a golpe militar . Erdogan ausente


DEBKAfile Relatório Especial 16 de julho de 2016, 1:00 am (IDT)
Todos os aeroportos turcos estão fechados e um toque de recolher é imposto em todo o país após setores das forças armadas afirmarem ter tomado todo país . Não está claro se este golpe foi bem sucedido. Os líderes do golpe tomaram a televisão nacional e a rede de telefonia  do país . Tiroteios  são ouvidos em Ancara e jatos militares voavam baixo sobre Ancara e Istambul, onde as pontes sobre o Bósforo foram bloqueadas. A situação parecia controlada, tendo Erdogan em sua primeira resposta dito a uma agência de notícias local que uma minoria revoltada  no exército tinha tentado remover o governo e que irão enfrentar retaliação. Falando de uma localidade desconhecida, ele disse que voltaria logo para a capital.
Em Istambul a Gendarmaria turca e soldados bloquearam as entradas para pontes sobre o Bósforo, enquanto tanques bloquearam aeroporto de Ataturk. Um locutor de TV leu uma declaração dizendo que uma "comissão de paz" tinha tomado todo o país contra o regime autocrático e que vai escrever uma nova constituição e restaurar a democracia, cujas instituições foram erodidas pelo governo autocrático, e restaurar a lei secular.
De acordo com relatos não confirmados generais turcos estão sendo mantidos como reféns em um QG em Istambul , incluindo o chefe de gabinete. Isso indica que o golpe foi encenado por jovens oficiais. Até agora o serviço de inteligência e unidades do exército permanecem leais ao presidente incluindo a guarda presidencial.


Fórum Internacional prepara argumentos técnicos para a CPI da urna eletrônica

Conclave pela Democracia acontecerá em Brasília, em agosto, e contará com a presença de especialistas brasileiros e estrangeiros


Após realizar encontros em Washington (EUA), Lisboa (Portugal), Oslo (Noruega) e São Paulo, chegou a vez de Brasília receber o fórum internacional "Conclave pela Democracia". O evento, que reúne ativistas, juristas e pesquisadores renomados de mais de 15 países, acontecerá no dia 31 de agosto, na capital federal. O objetivo desse encontro será a preparação dos pontos técnicos para estimular a instauração da CPI da Urna Eletrônica, na Câmara dos Deputados, para que haja uma maior transparência nos próximos processos eleitorais. O pedido dessa CPI, redigido pela equipe técnica do Conclave, foi entregue na Câmara dos Deputados no último dia 28 de junho e está na fase de coleta de assinaturas junto aos parlamentares.
"A decisão de criar a CPI da Urna Eletrônica foi tomada a partir da exposição de dados estatísticos, nos conclaves anteriores, sobre as eleições eletrônicas de 2014 no Brasil, em que foi constatada a fraude eleitoral", afirma o coordenador do evento e documentarista brasileiro radicado nos EUA, Dalmo Accorsini.
De acordo com Dalmo, especialistas técnicos e jurídicos apontaram, na ocasião, a fragilidade do pleito daquele ano na esfera presidencial brasileira, bem como a dificuldade em se auditar os dados eleitorais. "Além disso, a taxa de confiabilidade estatística da eleição de 2014 foi muito baixa, inferior a 25%, o que reforçou a necessidade do pedido de instauração da CPI", destaca.
A realização do evento em Brasília foi decidida em reunião realizada no Instituto Interamericano pela Democracia - IID, em Miami, no mês de fevereiro de 2016, em que estiveram presentes especialistas do Brasil, Bolívia, Peru, Venezuela, Colômbia, Equador e Estados Unidos. No ato, ficou decidido intensificar eventos em cada um dos países membros, com o objetivo de esclarecer mais detalhes sobre as suspeitas em eleições eletrônicas, que são similares nesses países. O IID apoia o Conclave pela Democracia desde a primeira edição, em Washington.
Entre os especialistas e pesquisadores em temas eleitorais a que Dalmo se refere, participarão do Conclave de Brasília o pós-doutor em Governo Eletrônico, Hugo Cesar Hoeschl; o doutor em Ciência Política pela University of Buckingham, na Inglaterra, professor José Stelle; a doutora em Inteligência Aplicada, Tânia Bueno; a advogada especialista em Direito Eleitoral, Maria Cortiz; o especialista em Auditoria e Sistemas, Claudio Tonelli; o professor e historiador Hermes Nery; as advogadas Beatriz Kiciz e Cláudia Castro; e o filósofo Loryel Rocha, além de outros nomes ainda não confirmados.
O Conclave pela Democracia será gratuito e aberto ao público. Para os interessados em participar do evento de Brasília, basta acompanhar o Conclave na rede social https://www.facebook.com/Webocracia-984945604859622/, que, em breve, será divulgada a forma de inscrição e o local do encontro.
Abaixo, alguns fatos recentes pontuados pelos pesquisadores que, segundo eles, reforçam ainda mais a necessidade pela transparência eleitoral:
> A Suprema Corte da Áustria anulou o segundo turno da última eleição presidencial devido a descobertas de vulnerabilidades no sistema eleitoral austríaco;
> Teste público realizado recentemente no Brasil apontou vulnerabilidades que o TSE está tentando resolver;
> A operação "Custo Brasil", recentemente realizada pela Polícia Federal, detectou severas irregularidades em empresas de tecnologia da informação que tem relação com o desenvolvimento da urna eletrônica brasileira;
> Pesquisa na internet realizada através da Survey, sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas no Brasil, atingiu 1.000 respostas em apenas 2 dias, com entrevistados de 25 estados, e apurou os seguintes resultados: 93,5% não confiam nas urnas eletrônicas; 59,2% conhecem situações concretas onde as urnas não funcionaram bem; 50,6% prefere a votação manual em papel; 98,3% são favoráveis à instalação da CPI das Urnas Eletrônicas.
Informações adicionais: Dalmo Accorsini (EUA), no e-mail dalmoaccor@me.com 


GRANDE JUSTIÇA BRASILEIRA!
Cachoeira e Cavendish são soltos sem tornozeleira eletrônica
Os empresários Adir Assad, Marcelo Abbud e Cláudio Abreu também deixaram o presídio de Bangu 8


RIO - O dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish, o contraventor Carlinhos Cachoeira e os empresários Adir Assad, Cláudio Abreu e Marcelo Abbu deixaram por volta das 4h da manhã desta segunda-feira o presídio de Bangu 8, na Zona Oeste do Rio, sem tornozeleiras eletrônicas e serão monitorados por agentes da Polícia Federal. Os cinco presos na Operação Saqueador foram soltos depois que a desembargadora Nizete Carvalho, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, decidiu no domingo que eles cumpram prisão domiciliar.
Os cinco estavam no presídio Pedrolino Werling de Oliveira, também conhecido como Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó. Eles são réus em ação penal e acusados de lavagem de R$ 370 milhões supostamente desviados de contratos de obras públicas realizadas pela construtora Delta.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou neste domingo a prisão em regime fechado do empresário e lobista Adir Assad, um dos alvos da “Operação Pripyat”, deflagrada na semana passada e que investiga irregularidades na Eletronuclear. Apesar de ter tido a prisão decretada nesta operação, Assad já estava preso em decorrência da “Operação Saqueador”
Na última sexta-feira, o ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), já havia determinado a liberação dos réus para cumprirem prisão domiciliar, com a condição do uso das tornozeleiras. Como o equipamento está em falta no estado, o TRF2 concordou com a liberação sob o monitoramento de agentes da PF.
O Ministério Público Federal e a PF deflagraram a Operação Saqueador no dia 30 de junho. Foram presos Carlinhos Cachoeira, o empresário Adir Assad e Marcelo Abbud, donos de empresas consideradas fantasmas pelos MPF, e o ex-diretor da Delta no Centro-Oeste e Distrito Federal Cláudio Abreu. No Rio, a polícia não encontrou Cavendish, porque eles estava no exterior. O ex-dono da Delta foi preso quando chegou ao Rio, na madrugada do dia 2 de julho.

A Justiça do Rio aceitou denúncia contra Cavendish, Cachoeira, Assad e mais 20 pessoas por envolvimento num esquema de lavagem de verbas públicas federais. A investigação constatou que os envolvidos, "associados em quadrilha", usaram empresas fantasmas para transferir cerca de R$ 370 milhões, obtidos pela Delta direta ou indiretamente, por meio de crimes praticados contra a administração pública, para o pagamento de propina a agentes públicos.

Servidor: Rio pode ser 1º a demitir funcionário estável para cumprir LRF

Se for aplicada, medida atinge quem tem menos tempo no cargo. Ficam de fora militares e magistrados

PALOMA SAVEDRA
Secretário de Planejamento, Francisco Caldas acredita no aumento da receita estadual e afasta os cortes
Foto: Fabrício Teixeira / Divulgação
Rio - Sob o forte risco de desenquadramento das contas frente à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o Estado do Rio pode ter um inedistismo no corte de servidores para reduzir despesas. Nunca antes usada no país, a demissão de funcionário público estável para cumprir a LRF é a medida mais ousada e, se for aplicada, atingirá aqueles com menor tempo no cargo, além de idade. Ficam fora da mira, militares, magistrados e promotores e também carreiras exclusivas de Estado, como delegados e defensores públicos. 
Entre os servidores, depois dos comissionados — que são os primeiros a serem cortados —, o temor ronda os que estão em estágio probatório e os de carreiras recém-criadas, como prevê a lei. Esses cargos novos, com pouco mais de três anos — ou menos que isso —, de gestores (previdenciários, de Saúde, Finanças e Políticas Públicas) e executivos, foram criados com objetivo de modernizar a gestão pública. No entanto, também correm riscos de serem dispensados, já que têm pouco tempo de existência.
Professor de Direito Administrativo da UFF, Luiz Jungstedt acredita que o Rio caminha para ser o primeiro estado a adotar essas medidas drásticas: “A crise é tão grande que acho que será o primeiro ente da federação a exonerar servidor estável”.
E, neste caso, ele lembra que a Constituição determina apenas corte de 20% de gastos com comissionados antes de demitir os não estáveis e estáveis. Mas ressalta que é pouco. “Caberia ao governo perceber a injustiça do fato e reorientar seus secretários e mandar mais cargos comissionados embora, por questão de justiça, não por imposição de lei”, afirma.
Ainda que a situação fiscal seja calamitosa, o secretário de Gestão e Planejamento, Francisco Caldas, afirmou à coluna que o cenário (de cortes de estágio probatório e estáveis) está longe de acontecer. Caldas diz que as medidas — securitização da dívida e venda da folha — lançadas pelo governador em exercício Francisco Dornelles podem aumentar a receita e impedir o desenquadramento.
“Estamos com expectativa de crescimento da receita e de aquecimento da economia com a Olimpíada e de que os agentes econômicos vão voltar a investir”, afirma.
Sobre cargos que podem sofrer cortes, Caldas diz que é “pré-maturo” afirmar algo. No entanto, admite que em caso de desenquadramento, o estado terá que seguir regras da lei: “Se houver uma catástrofe, faríamos o que a lei diz. Pediríamos parecer à Procuradoria Geral para definir o melhor critério de acordo com a lei”.
Servidores relatam medo
As carreiras de assistente-executivo e analista-executivo, que somam 965 servidores (espalhados nas secretarias de Educação, Meio Ambiente e Seplag), a maioria em estágio probatório, são algumas das que correm mais riscos, pois foram recém-criadas.
Apesar de haver professores novos, em estágio probatório, por exemplo, muitos entraram em concurso para reposição. Então, será mais difícil haver corte desses profissionais de Educação. Por isso, o temor dessas outras carreiras é maior.
O primeiro concurso para executivos foi em 2012 e os funcionários têm pouco tempo de casa. Só na Secretaria de Educação, há 741 assistentes (416 estáveis) e 38 analistas, todos estáveis.
Jesuíno Alves, da Associação dos Executivos Públicos do Estado do RJ, diz que a categoria está preocupada. “Temos feito reuniões com deputados e pedindo junto à Seplag nossa preservação”, diz ele, que complementa: “São carreiras criadas para modernizar a gestão pública e é contrassenso dispensá-las”.
Estão nessa situação especialistas em políticas públicas e gestão governamental (110) e analista de Planejamento e Orçamento (49), gestores previdenciários (105), de Saúde (28) e analista de Finanças Públicas (21).
Raul Velloso destaca que Rio sofre com queda na arrecadação
Foto: Marcio Mercante (17.10.2013)
RAUL VELLOSO
“Estado deverá usar calamidade pública para não se desenquadrar”
Especialista em contas públicas, Raul Velloso alerta para o cenário alarmante do Rio. “O problema do estado é que a arrecadação caiu muito, o que configura uma situação fora do comum. Tanto que o Dornelles (governador em exercício) editou decreto de calamidade pública financeira”, observa.
Para o especialista, o estado deveria usar essa “situação de calamidade” para tentar impedir que o estado não tenha o desenquadramento à Lei de Responsabilidade Fiscal.
“O caminho seria fazer isso. É tentar enquadrar a situação atual, dar algumas explicações, para quem checa isso, como o Tribunal de Contas do Estado e fazer uma representação comunicando isso”, opina.
Velloso acredita que demissão não é a solução: “Há cargos necessários e de confiança. Deve-se resistir e usar os argumentos da calamidade”.
Há casos de demissão sem indenização
Para o estado, a demissão de servidor estável (que passou dos três anos de estágio probatório) com pouco tempo de serviço sai mais barata. O professor Luiz Jungstedt ressalta que a Constituição prevê indenização para esse funcionário. O valor equivale a um mês de salário por ano de serviço.
Jungstedt faz outra ressalva: quem está em estágio probatório não recebe indenização. “Nessa situação, corre um risco enorme hoje em dia”, diz o especialista, que acrescenta: “Apesar de a lei não citar o estágio probatório, a interpretação é de que eles estão juntos com os não estáveis, que são os celetistas que ingressaram no serviço público sem concurso e que não tinham cinco anos de casa, quando veio a Constituição de 1988. O governo não paga nada se dispensar esse servidor. E o cargo é extinto”, explica o professor.
Já os critérios impessoais para demissão do servidor estável por excesso de despesa estão na Lei 9.801/ 1999.
“Será escolhido entre o que em menos tempo de serviço público, maior remuneração e menor idade. E os servidores de carreiras exclusivas de Estado, que são defensores, delegados e TCE estão fora. Mas em caso extremo, podem ser dispensados se nem o corte de 30% do efetivo administrativo desses órgãos resolver”, explica Jungstedt. Militares e cargos vitalícios, que são juízes e promotores, também estão fora.
‘Rio terá tempo para se enquadrar’
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) determina limites de gastos com pessoal por cada poder. O Legislativo não pode ultrapassar 3% da receita corrente líquida do estado. O teto do Judiciário é de 6% e o do Executivo é de 49%.
Se a despesa total com pessoal estourar os limites, o percentual excedente deve ser eliminado nos oito meses seguintes. E o secretário de Planejamento e Gestão, Francisco Caldas, ressalta que o prazo pode se estender para 16 meses.
“A lei duplica esse prazo se o crescimento do PIB for inferior a 1%, ou seja, ainda há possibilidade de termos 16 meses para o enquadramento”, diz.