Guerra entre PCC E FDN em presídio termina com ao menos 50 mortos em Manaus, diz governo.

Após 17 horas de rebelião no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus, a Secretaria de Segurança Pública informou que entrou no presídio às 7h (9h no horário de Brasília) desta segunda-feira (2) e, em uma contagem preliminar, confirmou o assassinato de ao menos 50 detentos.
"A contagem inicial indica que foram encontrados entre 50 e 60 corpos. Não mais que isso. Estão sendo recolhidos e encaminhados ao IML [Instituto Médico Legal] para identificação", disse o secretário de segurança, Sérgio Fontes, em entrevista à rádio Rádio Tiradentes.
Fontes atribuiu o problema a uma guerra entre facções rivais pelo controle de tráfico de entorpecentes em Manaus. A facção conhecida como FDN (Família do Norte) teria atacado membros do PCC (Primeiro Comando da Capital).
"Na negociação, os presos exigiram praticamente nada. Apenas que não houvesse excessos na entrada da PM, coisas que não iriam ocorrer mesmo. O que acreditamos é que eles já haviam feito o que queriam, que era matar essa quantidade de membros da organização rival e a garantia que não seriam agredidos pela polícia. A FDN massacrou os supostos integrantes do PCC e outros supostos desafetos que tinham naquele momento. Não houve contrapartida da outra facção", afirmou o secretário.
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A facção conhecida como Família do Norte teria atacado membros do PCC
Ele afirmou que o episódio é mais um capítulo do problema que é nacional e deve ser enfrentado pelo governo federal em apoio aos Estados que vem registrando esse tipo de rebelião.
"Infelizmente, isso não é só nosso. Talvez um número um pouco maior que nos outros Estados. Mas ocorreu recentemente em outros presídios do Acre, Rondônia, Roraima, Acre Estados no nordeste. Exige uma medida de caráter nacional. Para tratar juntos desse problema". 
No início da rebelião, eram doze reféns que foram sendo liberados ao longo da madrugada durante as negociações. Quando o Choque da Polícia Militar entrou no presídio, todos já haviam sido liberados pelos líderes da rebelião. O Compaj está localizado no km 8 da BR-174, na capital do Amazonas.
De acordo com o presidente da OAB-AM (Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas), Marco Aurélio Choy, todos os reféns foram liberados e estão bem.
Apenas um agente penitenciário foi ferido com "um tiro de raspão" e está hospitalizado, mas sem gravidade.
Antes de rebelião, houve fuga em outra unidade
Mais cedo, segundo a secretaria, em outra unidade prisional da cidade, o Ipat (Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), teria ocorrido uma fuga de presos.
O órgão informou que 15 detentos haviam sido recapturados ainda no domingo, não precisando, porém, a quantidade restante dos que ainda estariam foragidos.
Para o presidente da OAB, a fuga em massa no Ipat foi uma ação coordenada entre os líderes da rebelião para criar uma "cortina de fumaça" atraindo a atenção do sistema de segurança pública para "facilitar" as mortes no Compaj.
"O representante dos Direitos Humanos da OAB passou a madrugada acompanhando as negociações para rendição dos detentos. Isso foi uma carnificina. Foi o registro de rebelião mais sangrento da história do Amazonas. Fica a dúvida do quanto realmente o poder público tem controle destas unidades prisionais", afirmou Choy, que indicou que a OAB vai analisar os dados finais do relatório da rebelião para avaliar que providências serão necessárias promover.
Na fuga, um dos detentos chegou a postar uma foto no Facebook todo sujo de lama ao lado de outro detento. A postagem criou polêmica em Manaus e teve cerca de 4.000 compartilhamentos ao longo da manhã.



Mulher de embaixador grego culpa PM por assassinato de marido

Transferida para presídio em Bangu, ela contou que não pôde evitar o crime
REUTERS-transferência. Françoise de Souza Oliveira tenta esconder o rosto ao ser levada por policiais para presídio em Bangu
Em meio a uma crise de choro, Françoise de Souza Oliveira, acusada pela polícia de ter tramado o plano para assassinar seu marido, o embaixador grego Kyriakos Amiridis, negou ter participado do crime em depoimento a agentes da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). No relato, Françoise apontou seu amante, o policial militar Sérgio Gomes Moreira Filho como o mentor da ideia e disse que “não tinha culpa”, que “não podia evitar” o assassinato.
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A mulher só delatou o PM após os policiais exibirem para ela as imagens da câmera de segurança que mostram Sérgio e seu primo, Eduardo Moreira Tedeschi de Melo, carregando o corpo do diplomata enrolado no tapete da sala da casa do casal, em Nova Iguaçu, para a mala do carro. Sérgio, Eduardo e Françoise tiveram suas prisões decretadas pela Justiça na sexta-feira. Ontem, os três foram transferidos da DHBF para unidades prisionais em Bangu.
Em seu depoimento, a mulher também confessou que conheceu o policial militar há seis meses e mantinha um relacionamento com ele desde então. O PM tinha livre acesso ao imóvel do casal na Baixada Fluminense e entrava na residência até enquanto o embaixador dormia. Segundo Françoise, sua relação com o diplomata grego causava um desconforto em Sérgio — o que teria motivado o assassinato.
A mulher também contou aos agentes que era constantemente agredida pelo marido, que, segundo ela, estava sempre alcoolizado. O amante da mulher alegou, também em depoimento, que foi uma dessas brigas entre Françoise e Kyriacos que o levou ao local do crime na noite de segunda-feira. Sérgio teria ido tirar satisfações com o embaixador, segundo seu relato.
O depoimento de Eduardo, primo do PM, levou a polícia a concluir que Françoise foi a responsável por tramar o assassinato. Ele, que ajudou Sérgio a levar o corpo do embaixador para o carro, afirmou que a mulher teria oferecido R$ 80 mil para que ele participasse do plano.
MOTOTAXISTA INVESTIGADO
O dinheiro, no entanto, só seria dado a Eduardo um mês depois do crime.
— O primo disse que Sérgio e Françoise ofereceram R$ 80 mil para que o crime fosse realizado. Foi ele quem a levou ao cenário do crime. Por isso, pedimos a prisão dos três — disse o delegado Evaristo Pontes.
A DHBF também investiga se um mototaxista ajudou o PM a queimar o corpo do embaixador. O policial, que confessou o assassinato, afirmou em depoimento que levou o veículo do grego, com o corpo na mala, para as proximidades do Arco Metropolitano, e contratou um mototaxista para levá-lo a um posto de gasolina para comprar combustível e incendiar o veículo. O mototaxista, de acordo com o depoimento, permaneceu no local onde o corpo foi encontrado até o veículo pegar fogo. Depois, ainda levou o PM em casa.

Esposa e amante são acusados de matar embaixador grego
Corpo encontrado é do diplomata, apontam exames. Segundo as investigações, viúva e PM tramaram a morte de Kyriakos Amiridis; policial confessou o crime.

A polícia Civil do Rio confirmou nesta sexta-feira (30) que o corpo encontrado em um carro carbonizado é do embaixador da Grécia no Brasil, Kyriakos Amiridis. A informação foi dada com exclusividade no RJTV, pela repórter Bette Lucchese, com produção de Márcia Brasil.
Os investigadores pediram à Justiça a prisão de quatro pessoas que teriam planejado e matado o diplomata. Entre elas, a embaixatriz Françoise Amiridis, viúva do diplomata, e o policial militar Sérgio Gomes Moreira Filho, que confessou o crime. Os dois são amantes, de acordo com a polícia. A principal hipótese é de crime passional.
Ainda de acordo com a investigação, o embaixador foi morto dentro da própria casa e, logo depois, o PM retirou o corpo usando o carro que tinha sido alugado pelo embaixador. Os outros dois suspeitos de envolvimento no crime não tiveram o nome divulgado.
A Justiça do Rio informou que recebeu o pedido de prisão, que está sendo analisado.
Françoise comunicou na quarta-feira (28) o desaparecimento de Amiridis, de 59 anos. Segundo ela, ele saiu de casa Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na noite de segunda-feira (26), em um carro alugado sem dizer onde ia. Os dois viviam juntos há 15 anos e têm uma filha de 10 anos.