ASSESSOR REVELA QUE ESQUEMAS DE CABRAL MOVIMENTAVAM R$ 1 MILHÃO POR MÊS


LUIZ CARLOS BEZERRA RECONHECEU QUE TRANSPORTAVA VALORES A PEDIDO DE CABRAL DESDE 2010
O esquema de corrupção que envolvia o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral chegou a movimentar cerca de R$ 1 milhão mensais, segundo estimativa de Luiz Carlos Bezerra, ex-assessor de Cabral, que prestou depoimento nesta quinta-feira, 4, ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, no Rio de Janeiro.
Bezerra foi preso preventivamente no âmbito da Operação Calicute por suposta participação em esquema de corrupção durante a gestão do peemedebista. No depoimento desta quinta, ele reconheceu que fazia o transporte de valores da rede montada por Cabral desde 2010, na campanha pela reeleição. A partir de 2011, a movimentação de recursos já não tinha relação com a campanha, mas com o esquema ilícito de pagamentos em espécie.
As anotações que Bezerra fazia sobre a entrada e saída de recursos mostram que ele chegou a movimentar mais de R$ 37 milhões desde 2011. Ele estima que, mensalmente, o volume em circulação chegava a R$ 1 milhão.
Para fazer parte do esquema, o ex-assessor de Cabral recebia R$ 30 mil mensais.
"Eu ganhava um salário razoável. Nunca me foi dito nada. Nunca perguntei", disse o acusado, em depoimento. "Às vezes tinha uma bonificação, às vezes tinha um pouco a mais", acrescentou.
Segundo Bezerra, quem organizava o esquema de pagamentos era Carlos Miranda, preso junto com o ex-governador. Miranda e Cabral foram sócios em uma empresa, a SCF Comunicação e Participações e são amigos de infância. No entanto, o próprio Cabral passou a instruir recebimentos e pagamentos a partir de 2016.
Bezerra confirmou que levou dinheiro ao escritório de Adriana Ancelmo, mulher de Sergio Cabral, umas cinco ou seis vezes. O dinheiro era entregue em espécie, em quantias que alcançavam centenas de milhares de reais transportado dentro de uma mochila segundo a investigação.
O acusado também afirmou que levou dinheiro a duas joalherias, HStern e Antonio Bernardo, mas que não transportou as joias.
Na contabilidade paralela que Bezerra fazia do esquema foram encontradas as anotações sobre arrecadação de propina e pagamento a membros da organização, além de familiares de Cabral. Ele confirmou que fazia pagamentos regulares de mesadas a parentes do ex-governador. Entre os citados estão a mãe de Cabral, Magaly Cabral, os irmãos Maurício e Claudia, a sobrinha Maria, os filhos de Cabral e a ex-mulher Suzana Cabral.
Durante o governo de Cabral no Rio, Carlos Bezerra exerceu cargo em comissão de Assessor Especial da Diretoria Geral de Administração e Finanças, da Secretaria de Estado da Casa Civil.

Fonte: DIÁRIO DO PODER

Ônibus são incendiados em vias expressas após ação da PM com 45 presos no Rio

Nove ônibus e 2 caminhões foram incendiados e o caos no trânsito deixou Rio em estágio de atenção. Operação de Bope, BAC e PM para interromper guerra do tráfico apreendeu 32 fuzis.












Nove ônibus e dois caminhões foram incendiados por criminosos nesta terça-feira (2) no Rio, após uma megaoperação da Polícia Militar para acabar com a guerra entre traficantes na Cidade Alta, comunidade em Cordovil, na Zona Norte. Duas pessoas morreram durante confronto com o Bope.
A represália de criminosos contra a prisão de pelo menos 45 suspeitos causou um caos no trânsito da cidade, já que os veículos queimados estavam em vias expressas, usadas por motoristas para trafegar em direção ao Centro do Rio, em horário de grande movimento. A cidade entrou em estágio de atenção às 10h50, segundo o Centro de Operações.
Três ônibus estavam na Rodovia Washington Luiz, na altura dos acessos da Linha Vermelha e da Avenida Brasil, sentido Juiz de Fora; quatro ônibus estavam na Avenida Brasil, onde o caminhão também foi queimado; além de um ônibus e outro caminhão em Cordovil, em um dos acessos à comunidade da Cidade Alta. A Fetransport confirmou que um nono ônibus foi queimado, mas não especificou o local.
Devido aos ataques, motoristas tentaram voltar na contramão e passageiros de outros coletivos que passavam na região ficaram em pânico. O congestionamento na cidade, por volta das 11h, atingiu 66 quilômetros — equivalente a uma viagem entre o Rio e Maricá.
Mais de 30 fuzis apreendidos
De acordo com a PM, a Cidade Alta foi alvo de uma invasão por traficantes de comunidades rivais. Moradores relataram intenso tiroteio durante toda a madrugada. Logo cedo, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e dos batalhões de Olaria (16º) e Maré (22º) fizeram cerco aos criminosos em uma megaoperação.
Em coletiva à tarde, o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Roberto Sá, disse que 45 pessoas foram presas. Foram apreendidos 32 fuzis e 10 granadas, além de outras armas. Três PMs ficaram feridos por estilhaços.

Segundo Carlos Leba, chefe da Polícia Civil, disse que a ordem para a invasão de uma facção para tomar o tráfico de drogas na Cidade Alta saiu de uma cadeia de fora do Rio. O nome do traficante que ordenou não foi revelado para não atrapalhar a investigação.
O porta-voz da Polícia Militar, major Ivan Blaz, afirmou em entrevista à GloboNews que o cenário de violência encontrado pela corporação “não é comum em nenhum país do mundo”.
 “Não posso dizer que a missão é fácil, a missão é muito complexa. Estamos verificando algo que não é natural. Foi uma ocorrência com 17 fuzis apreendidos, isso não é comum em nenhum país do mundo. É uma cidade que teoricamente não está em guerra, mas estamos atuando sim”, afirmou Blaz.
À tarde, outra confusão em um dos acessos da Avenida Brasil na Penha. Um grupo de pessoas, incluindo menores e até crianças, saqueou um caminhão e tentou fechar a via expressa.
O Batalhão de Choque chegou para evitar a interdição. Bombas de gás foram lançadas e o grupo dispersou. Pelo menos um homem foi detido.
Imagens de um vídeo compartilhado em redes sociais mostram o momento em que homens ateiam fogo a dois ônibus na Washington Luiz, na altura do acesso da Linha Vermelha (veja acima).
O trânsito em direção ao Rio também ficou muito lento durante a manhã. Não há informações de civis feridos.
Em redes sociais, moradores relataram medo de sair de casa e troca intensa de tiros. Trabalhadores disseram estar com medo de sair para trabalhar por conta do tiroteio intermitente.
O Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE), o Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), além do Grupamento Aeromóvel (GAM) foram acionados em razão de ações criminosas contra coletivos na Avenida Brasil e na Rodovia Washington Luis (BR-040), onde ônibus foram incendiados.

12 mil alunos sem aula
A Secretaria Municipal de Educação, Esportes e Lazer informou que 28 escolas, 10 creches e 6 Espaços de Desenvolvimento Infantil e 12.576 alunos ficaram sem aulas.