LAVA JATO
AO FINAL DO GOVERNO LULA, 16
EMPREITEIRAS ROUBAVAM A PETROBRAS
O executivo da Toyo
Setal Marcos Pereira Berti confessou, em depoimento como testemunha de acusação
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo que envolve a compra de um
terreno pela empreiteira Odebrecht, ter participado de reuniões para discutir
as preferências das empresas em licitações da Petrobras. Delator, Berti relatou
ao juiz Sérgio Moro que o número de empresas integrantes passou de 9 para 16 no
clube de empreiteiras que manipulavam as concorrências.
A força-tarefa do
Ministério Público Federal na Lava Jato sustenta que o cartel se instalou na
Petrobras entre 2004 e 2014. O rombo oficial é estimado em R$ 6 bilhões.
"Eu comecei em
2005 a participar dessas reuniões. Elas foram até 2010 e 2011. Em 2011,
praticamente acabou. Depois de ter tido muitas reuniões em 2011, mas a
efetividade tinha acabado. Existia uma lista de projetos da Petrobras e a gente
discutia qual empresa era a eleita para ganhar a concorrência. Fazia a divisão
de obras. Havia 9 empresas, depois 15, depois 16", relatou Marco Pereira
Berti, delator da Operação Lava Jato.
Berti depôs no processo
que envolve a compra do terreno que seria destinado ao Instituto Lula - que não
chegou a ser concretizada - pela Odebrecht. A fim de corroborar o que disse em
delação, ele entregou anotações e planilhas que detalham o funcionamento do
esquema. Tais documentos indicam que as empresas escolhiam as preferências
entre as obras oferecidas pela estatal. Segundo o delator, a Setal participou
da construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e da Refinaria de Paulínia,
no interior de São Paulo.
Nesta denúncia, a
propina - equivalente a porcentuais de 2% a 3% dos oito contratos celebrados
entre a Petrobras e a Construtora Norberto Odebrecht S/A -, totaliza R$
75.434.399,44.
Este valor teria sido
repassado a partidos e a políticos que davam sustentação ao governo de Luiz
Inácio Lula da Silva, especialmente o PT, o PP e o PMDB, bem como aos agentes
públicos da Petrobras envolvidos no esquema e aos responsáveis pela
distribuição das vantagens ilícitas, em operações de lavagem de dinheiro que
tinham como objetivo dissimular a origem criminosa do dinheiro.
A compra do terreno
seria uma forma de lavagem de dinheiro dos valores supostamente oferecidos ao
ex-presidente, segundo sustenta o Ministério Público Federal.
A defesa de Lula diz
que as imputações são vagas e genéricas e a acusação "francamente
especulativa". Os advogados dizem ainda que o MP passou a intensificar
negociações para a delação de réus, "aparentemente com o compromisso da
inclusão do nome de Lula em seus depoimentos". (AE)
Fonte: DIÁRIO DO PODER
Fonte: DIÁRIO DO PODER