Destruição causada pelo MST

MST ocupa terras de Henrique Eduardo Alves e Eike Batista


















Andreia Verdélio e Mariana Tokarnia - Repórteres da Agência Brasil

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) informou ter ocupado novas fazendas no país, com parte das manifestações da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária e contra as reformas propostas pelo governo do presidente Michel Temer
Na noite de ontem (25), integrantes do movimento ocuparam uma área da Chapada do Apodi, no oeste do Rio Grande do Norte. A Polícia Militar confirma a ocupação. Segundo o movimento, o Projeto do Perímetro Irrigado Santa Cruz de Apodi é ligado ao ex-deputado e ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). “Esse projeto é resultado de uma articulação, do então Ministro da Integração Nacional, Henrique Alves, junto à bancada ruralista e as multinacionais do agronegócio”, afirma o movimento, em nota.
Alves foi preso pela Polícia Federal em junho deste ano na Operação Manus, suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro na construção da Arena das Dunas, em Natal. As fraudes somariam R$ 77 milhões. O deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também é acusado de participar do esquema.
Segundo o MST, o perímetro irrigado é conhecido como “projeto da morte” e é palco de conflitos e protestos de camponeses contrários ao processo de instalação do agronegócio na região desde 2012. O grupo pede que as terras desapropriadas pelo Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Denocs) para construção do perímetro sejam destinadas à reforma agrária.
“De acordo com os vários estudos de impacto ambiental, o Perímetro Irrigado Santa Cruz de Apodi não tem nenhuma viabilidade técnica – pois a água existente só viabilizaria o projeto por cinco anos; social – haja vista expropriar as famílias que já vivem na região, representando o que se têm chamado de “reforma agrária ao contrário””, ressaltou o MST.
Desde ontem (25), foram ocupadas, conforme o MST, terras de pessoas acusadas, no cumprimento de função pública, de atos de corrupção, como lavagem de dinheiro, favorecimento ilícito, estelionato e outros. As manifestações ocorrem nos estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro,  Mato Grosso, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão. 
Eike Batista
Os sem-terra ocuparam também na madrugada de hoje (26), um complexo de fazendas com cerca de 700 hectares, em São Joaquim de Bicas, próximo a comunidade Nazaré, região metropolitana de Belo Horizonte. As terras fazem parte da empresa MMX, de Eike Batista.
Segundo o movimento, as terras encontram-se abandonadas após exploração mineral desordenada. 
Desde 8 de março deste ano, 600 famílias, ocupam a fazenda Santa Terezinha, no município de Itatiaiuçu, também do empresário, acusado de corrupção e que está em prisão domiciliar.
Por meio da assessoria de imprensa, a Polícia Militar de Minas Gerais confirma que recebeu um chamado sobre invasão de propriedade no local. Segundo a PM, cerca de 80 pessoas estão no complexo. A PM está no local e acompanha o movimento, que segue pacífico. A Agência Brasilnão conseguiu contato com a MMX.
Blairo Maggi
Uma das áreas que continua ocupada é a fazenda do grupo Amaggi, em Mato Grosso, pertencente ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi. “Eu considero como uma atividade política que tem seu dia para começar e seu dia para terminar”, comentou hoje Maggi.  De acordo com ele, a propriedade é produtiva e não tem motivo para ser desapropriada.
Segundo a organização não governamental Repórter Brasil, Maggi, tido como o rei da soja, foi denunciado em abril de 2009 pelo Ministério Público Federal (MPF) pelo crime de trabalho escravo. Questionado sobre a denúncia, o ministro rebateu: “Não é na minha [propriedade] que eles estão olhando”, diz, acrescentando que “existem fiscalizações para isso, têm volantes do Ministério do Trabalho, todo mundo olha. Se eu tivesse qualquer resquício desse tipo de coisa, eu não estaria aqui, com certeza”.
Localizada a pouco mais de 20 quilômetros de Rondonópolis, às margens da rodovia BR-163, a Fazenda SM02-B, ocupada pelo MST, tem uma extensão de 479,7 hectares e é uma das mais antigas unidades produtivas da Amaggi, com atividades desde a década de 1980. Segundo a Amaggi, o departamento jurídico do grupo segue buscando os meios legais para solucionar a situação.
Ricardo Teixeira
A Vara Única da Comarca de Piraí, no estado do Rio de Janeiro, acolheu pedido de liminar dos advogados do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)  Ricardo Teixeira visando a reintegração de posse da Fazenda Santa Rosa, ocupada no início da manhã de ontem (25) por manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Com isso, integrantes do MST começaram a desocupar o imóvel na manhã de hoje, após a realização de um último ato político.
João Lima
Em São Paulo, a Justiça determinou a reintegração de posse da fazenda Esmeralda, no município de  Duartina, no interior de São Paulo, que também foi ocupada desde ontem (26) pelo MST. A fazenda pertence a empresa Argeplan, que tem como sócio João Baptista de Lima Filho, que, segundo movimento, é amigo do presidente da República, Michel Temer.
Segundo o MST, o movimento já foi notificado da decisão e a intenção é deixar a fazenda na próxima quarta-feira (2).
De acordo com o advogado da Argeplan, Sylvio Carloni, a decisão judicial deveria ser cumprida imediatamente. Como os sem-terra ainda não deixaram a fazenda, a Polícia Militar deverá realizar a reintegração de posse.
Segundo a Polícia Militar em Duartina, a corporação aguarda o aval da Justiça para o agendamento da reintegração de posse. O oficial de Justiça esteve no início da tarde no acampamento, e deverá reportar a situação à Justiça ainda hoje.
“Os latifundiários que possuem estas áreas são acusados, no cumprimento de função pública, de atos de corrupção, como lavagem de dinheiro, favorecimento ilícito, estelionato e outros. O MST também se posiciona pelo afastamento imediato de Michel Temer da Presidência, primeiro presidente na história acusado formalmente de corrupção pela Procuradoria-Geral da República (PGR)”, disse o MST em nota.  Cerca de 500 pessoas participam da ocupação.
* Texto atualizado às 17h26
Edição: Carolina Pimentel


EM BH, LULA LIDERA PESQUISA COM 19,9% CONTRA 16,2% DE BOLSONARO




























LULA SOMA 19,9% CONTRA 16,2 DE BOLSONARO E 12% DE JOAQUIM

BOLSONARO LIDERA ENTRE OS ELEITORES DE 16 A 44 ANOS, MAS LULA TEM GRANDE VANTAGEM ACIMA DESSA IDADE
Pesquisa do Instituto Paraná em Belo Horizonte para a disputa presidencial do ano que vem mostrou que o ex-presidente condenado Lula (PT) tem 19,9% das intenções contra 16,2% do deputado Jair Bolsonaro (PSC). Em terceiro, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa tem 12%, seguido por Marina Silva (Rede) com 11,6% e o prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB), com 11,2%. O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) tem 5,4% e o senador Alvaro Dias (PV) foi mencionado por 2,4% dos entrevistados. Para 16,4% dos eleitores, nenhum dos candidatos merece o voto e 4,8% não souberam responder.
Em outro cenário, com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, como candidato do PSDB, a disputa entre Lula e Bolsonaro seria ainda mais acirrada com o petista ainda na frente com 19,9% contra 18,1% do deputado. Barbosa teria 12,5%, seguido por Marina (12%), Ciro (5,8%), Alckmin (4,4%) e Dias (3,3%). Nesse caso, 18,9% dos eleitores não votariam em nenhum dos candidatos e 5,2% não souberam responder.
O Paraná Pesquisas simulou ainda um terceiro cenário com o senador Aécio Neves na disputa. Nesse caso, Lula manteria os 19,9% e Bolsonaro teria 17,6%, seguido por Barbosa (12,5%), Marina (12%), Aécio (6,7%), Ciro (5,6%) e Dias (3,3%). Para 17,4% dos entrevistados, nenhum dos candidatos merece o voto e 5% não souberam responder.
Governo federal
A rejeição ao presidente Michel Temer em BH foi de 82,8% contra apenas 13,8% de aprovação. Para 54,1% dos entrevistados, o governo é péssimo, 20,5% o classificaram como ruim, 15,3% como regular, 6,4% como bom e 1,6% como ótimo. Apenas 2,2% dos eleitores não souberam ou não quiseram opinar.

MST invade fazendas de amigo de Temer, de Ricardo Teixeira e da família de ministro da Agricultura






















Movimento também ocupou propriedade da família do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e um prédio do Incra em Salvador. MST faz jornada de protestos contra corrupção e o governo Temer.
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza uma jornada de protestos nesta terça-feira (25) com invasões de propriedades, ocupação de prédio do Incra e bloqueios de rodovias pelo país.
Nesta manhã, integrantes do movimento ocuparam fazendas de um amigo do presidente Michel Temer, do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, da família do senador Ciro Nogueira (PP-PI) e uma propriedade de empresa Amaggi, da família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi.
Segundo o movimento, as ocupações e protestos são em defesa da reforma agrária, contra o governo Temer e pelo combate à corrupção. O MST também invadiu uma fazenda do Grupo Nutriara, no Noroeste do Paraná.

Veja como ocorreram as ocupações

Nesta manhã, o MST ocupou a Fazenda Esmeralda, entre Duartina e Lucianópolis, no interior de São Paulo. A propriedade, com cerca de 1,5 mil hectares, pertence à empresa de arquitetura e engenharia Argeplan, que tem como um dos sócios João Batista Lima Filho, conhecido como Coronel Lima. Ele já foi assessor do presidente Michel Temer, de quem é amigo pessoal.

Segundo o movimento, cerca de 800 pessoas participam da ocupação. A Polícia Militar divulgou um número menor, de 500 pessoas. Em nota, o MST afirma que a invasão é um protesto contra o presidente Temer e pelo combate à corrupção. Lima e a Argeplan foram citados nas delações da JBS na operação Lava Jato.
Por telefone, o advogado da Argeplan, Sylvio Carloni, disse que entrou com o pedido de reintegração de posse. Segundo ele, os integrantes do MST construíram barreiras para impedir o acesso e três bois da propriedade foram abatidos.
Neste ano, esta é a segunda vez que a fazenda Esmeralda é invadida. A última ocupação foi em maio e realizada pelo Movimento Social Sem Limites, que faz parte da União Nacional Camponesa.


















Fazenda da família Maggi (MS)
Em Mato Grosso, um grupo do MST ocupou uma fazenda que é propriedade da empresa Amaggi, da família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi. A fazenda fica às margens da BR-163, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá.

Em nota, a Amaggi confirmou a invasão e disse que está preocupada com a integridade física dos 17 colaboradores e familiares que residem na fazenda e que está tomando as medidas necessárias para garantir a segurança deles. Além disso, a Amaggi declarou que busca os meios legais para "reestabelecer a ordem na unidade".
A empresa afirma que a fazenda tem extensão de 479,7 hectares e é uma das mais antigas unidades produtivas do grupo, com atividades desde a década de 1980. Segundo os líderes do MST em Mato Grosso, aproximadamente 500 pessoas do movimento participam da ocupação. Os trabalhadores não estipularam prazo para saírem da propriedade.
Fazenda Santa Rosa, de Ricardo Teixeira (RJ)
O MST também ocupou nesta manhã a fazenda Santa Rosa, em Piraí, no Sul do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Militar, a propriedade seria de Ricardo Teixeira, que foi presidente da Confederação Brasileira de Futebol por mais de 20 anos.
A fazenda Santa Rosa tem aproximadamente 1,5 mil hectares e fica no distrito de Santanésia, área rural de Piraí, a 100 km do Rio.
Cerca de 350 famílias participam da ocupação, segundo o movimento. De acordo com a assessoria do MST, eles chegaram por volta de 7h, montaram acampamentos no local, onde pretendem ficar por tempo indeterminado.














Cerca de 200 famílias do MST ocupam uma fazenda do senador e presidente nacional do PP, Ciro Nogueira (PI), em Teresina. A propriedade fica às margens da BR-316, na saída Sul da capital.
A ocupação teve início às 5h da manhã desta terça, e os organizadores esperam que pelo menos mil famílias estejam na fazenda até o final desta semana. O clima no local é tranquilo, e os manifestantes vão instalar um acampamento na fazenda.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa do senador, que ainda se pronunciará sobre a invasão.
João Luiz Vieira, da direção nacional do MST no Piauí, afirmou que o grupo reivindica a desapropriação da terra, que afirma ser improdutiva.
Fazenda Lupus, do Grupo Nutriara (PR)
No noroeste do Paraná, o MST invadiu a Fazenda Lupus, do Grupo Nutriara no fim da manhã desta terça. A Polícia Militar confirma a invasão e afirma cerca de 1,2 mil pessoas estão no local.
Conforme o MST, as famílias que ocuparam a Fazenda Lupus I, II e III moravam, havia 10 anos, às margens da rodovia e viviam embaixo de lonas seguradas por bambus, "sem luz, sem água e em estado de extrema pobreza". Ainda conforme o MST, a área invadida foi declarada improdutiva.
Prédio do Incra, em Salvador
Integrantes do MST ocuparam a Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Salvador, nesta manhã. A informação foi confirmada ao G1 pelo Incra e pelo MST.
Em nota, o Incra informou que cerca de 280 militantes se alojaram na área externa do prédio, que fica no Centro Administrativo da Bahia (CAB), mas que ainda não foi notificado pelo movimento sobre a motivação da ocupação. O MST afirma que cerca de mil integrante participam do ato.














Base de Alcântara
Um outro grupo, que inclui membros do MST, bloqueia acesso ao Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), localizado a 18 km de São Luís, no Maranhão.

Segundo os manifestantes, o ato é em defesa de 200 comunidades quilombolas do entorno da base que, afirmam, podem ser atingidas pela possível ampliação do programa espacial por meio de parceria dos governos brasileiro e norte-americano.
O ministro da Defesa, Raul Julgmann anunciou esta permissão do governo do Brasil aos Estados Unidos no mês de maio deste ano. Segundo ele, França, Rússia e Israel também demonstraram interesse pelo CLA.