PRINCIPAL MINISTRO DA ERA PT RELATA RATEIO DE PROPINA POR LULA DENTRO DO ALVORADA
CARTA DE PALOCCI É ELO DEFINITIVO DE LULA E DILMA COM CORRUPÇÃO
A carta de desfiliação
do PT de Antonio Palocci, poderoso ex-ministro dos governos Lula e Dilma,
é possivelmente o documento mais contundente para o partido desde a deflagração
da Lava Jato. Num desabafo aparentemente indignado, o mais novo delator do maior
esquema de corrupção da História detalha os motivos pelos quais decidiu se
desfiliar do Partido dos Trabalhadores, após "decidir falar a
verdade". Palocci fornece o elo definitivo entre Dilma, Lula e o esquema
de corrupção da Petrobras que abasteceu os cofres (e os bolsos) dos partidos.
Palocci revela a intimidade do comando do esquema de corrupção no governo, e dá
detalhes como o que chama de "fatídica reunião" da qual participou na
biblioteca do Palácio da Alvorada, residência da Presidência, com Dilma e Sérgio
Gabrielli (ex-presidente da Petrobras), onde o ex-presidente Lula
"encomendou as sondas e as propinas".
As "sondas"
se referem aos contratos bilionários de plataformas petrolíferas e sondas de
perfuração da Petrobras, que são alvo da investigação da Lava Jato desde as
primeiras fases. O ex-ministro até prevê que Dilma e o ex-presidente da
Petrobras "dirão" sobre o espisódio. Para Palocci, que ficou
conhecido como homem-forte dos governos Lula, autoridade que carregou para os
governos Dilma, o esquema é tão inegável que até mesmo "o próprio Lula irá
confirmar tudo isso, como chegou a fazer no 'mensalão'".
O 'pior da política'
Palocci descreve a
progressão da corrupção do ex-presidente Lula como "desmonte moral".
Ele destaca o "choque de ter visto Lula sucumbir ao que há de pior na
política" e "dissociar-se definitivamente do menino retirante".
'Leniência do PT'; ideia de Vaccari na cadeia
Antonio Palocci revela
que chegou a discutir com o ex-presidente Lula um plano do ex-tesoureiro do PT
João Vaccari Neto, que também foi preso na Lava Jato, para que o partido
fizesse um acordo de leniência com as autoridades da Lava Jato; uma espécie de 'mea
culpa' que garantiria sobrevida ao partido, além de revelar as entranhas do
sistema político-eleitoral.
A discussão, que teria
sido "informal" e "há pouco mais de um ano" contou com a
presença do então presidente do PT, Rui Falcão, mensageiro de Vaccari, que à
época já estava preso pela Polícia Federal. Em junho de 2016, foi noticiado que
o ex-tesoureiro petista negociava seu próprio acordo de delação premiada.
Sozinho, nunca
Ao encerrar a carta
onde oferece sua filiação como um ministro oferece o cargo ao presidente,
Palocci admite que em todos os momentos, até "os piores de
ilicitude", "nunca estive sozinho".
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