Parece-me exagerada tal
afirmação, pois basta que se faça uma visita às nossas praias para verificar
que não existe exatamente uma cultura repressora quanto à moda de praia.
Nem toda mulher se sente à vontade em exibir o busto. Parece que estão bem à
vontade. Quanto a tolerância com a
ejaculação nos ônibus, o cidadão comum repudia, sendo prática mais comum
àqueles que gostam de quebrar as regras comportamentais, que procuram exprimir
sua sexualidade agressiva sem levar em conta o direito daqueles cujos gostos não
se coadunam com os seus. São pessoas encontradas facilmente naqueles cinemas
que exibem pornografia (nada contra), banheiros públicos, coletivos ou museus,
ejaculando artisticamente na cara de parceiros. Quando não estão estuprando
alguma mulher. Ou criança. Temos muitas decisões judiciais lamentáveis, mas nem
por isso temos o direito de transferir o peso da responsabilidade por tais atos
ao conjunto da sociedade, ou parte dela. Todos os ladrões do dinheiro público
tem que ir para a cadeia, Aécio, Cunha, Temer, Lula, Dilma. Infelizmente a
justiça é morosa quando se trata de punir os ricos, seus pares ou próximos; e os
que estiveram recentemente no poder trataram de nomear aqueles que lhes pudessem
vir a ser úteis nos tribunais superiores.
Para que mudar o que está dando certo?
Instituições tem que ser respeitadas. Se os partidos políticos existem legalmente, por mais que os nossos partidos estejam eivados de larápios, tem o direito de exercitar suas funções legais. As igrejas também. Abaixo a intolerância fascista! Quem és tu, para além da gigantesca presunção e arrogância demonstradas nas palavras arremessadas irresponsavelmente? Muitos, maiores e melhores que você, discorreram sobre o tema, e pelo menos com certo brilhantismo, ainda que sem um fato conclusivo que permita a presunçosos como você nos anunciarem autoritariamente a prova irrefutável de nossa ignorância primitiva, proibindo-nos o exercício de nossa fé. Todos os grupos sociais são compostos por seres humanos, sujeitos a falhas e desvios de caráter, como sabemos, mas pinçar ações equivocadas de alguns não reúne o conjunto probatório que lhe permita, ou a qualquer pessoa, o direito de desrespeitar e generalizar, fazendo um julgamento preconceituoso, intolerante, fascista sobre um contingente de milhões de brasileiros que trabalham, e muito, (quando tem emprego), para muitas vezes sustentar vagabundos que nada mais fazem que emprestar sua voz, sua consciência, sua dignidade, a quadrilhas de bandidos que de há muito devastam nosso país.
Tem que ser muito desonesto intelectualmente, limitado e sem nenhum escrúpulo para fazer determinado tipo de afirmação. E ainda diz com todas as letras: Brasileiro. Agora a sumidade acusa todos os brasileiros! Certamente que os brasileiros gostam de suas crianças. Tanto que durante muito tempo as pessoas constituíam famílias, criavam e educavam seus filhos, até que algumas coisas começaram a mudar, um certo processo de desconstrução das instituições, uma coisa revolucionária...conhece Gramsci, não? Pois é, tudo foi ficando mais difícil e com a queda da qualidade no ensino...já ouviu falar em socioconstrutivismo? Realmente as coisa pioraram muito. O fato é que hoje não são apenas aquelas crianças abandonadas, moradoras de rua, em situação de risco extremo e abandonadas pelo estado que não tem perspectiva de uma vida digna, com um mínimo de tranquilidade; paira sobre um contingente de muitos milhões de crianças o fantasma da fome, da desnutrição, fruto do desgoverno irresponsável que de há muito vem destruindo a economia e a possibilidade do Brasil sair do atraso, da estagnação. Enquanto os cães amestrados ladram e vociferam inverdades enredando ingênuos com sua retórica venenosa, discutindo frivolidades de quem não tem mais o que fazer, a personificação do mal que se abateu sobre o Brasil procura através de articulações inconfessáveis recuperar/manter o domínio sobre os já escassos recursos fruto do trabalho desse povo sofrido e cansado de tantos desmandos.
"certas pessoas" gostam de crianças, assim como gostam de mulheres, gostam de gays, gostam de negros, gostam de indígenas, gostam de sem terras, gostam de presos, gostam de sem teto. Só não pode resolver os problemas dessas minorias oprimidas, ah não! A luta tem que continuar, se não, como fazer campanhas políticas? Como exercer a democracia plena? "Essas pessoas" apenas usurpam, conduzem e usam os grupos em reivindicações quase sempre legítimas, mas desvirtuadas para usufruto das lideranças que se locupletam com as gordas migalhas que caem das mesas de seus donos. Os cidadãos de bem estão chocados e revoltados com o empobrecimento da nação, com o roubo descarado e com a falta de vergonha na cara daqueles que depois de todo mal feito ainda se atrevem a mostrar suas horrendas carrancas, tentando mais uma vez lançar mão do engano para legitimar a prática de novos crimes através de “eleições democráticas”.
MILTON LIMA