Ministro da Justiça sugeriu a Temer um nome e ele escolheu outro mais “alinhado” com outros aliados importantes dentro da quadr...administração para comandar a Polícia Federal
Interlocutores do ministro confirmaram que ele apresentou o nome
do delegado Rogério Galloro, atual número 2 da PF. Temer preferiu ouvir outros
aliados e escolheu Fernando Segóvia.
O ministro da Justiça,
Torquato Jardim, apresentou ao presidente Michel Temer um nome diferente do
escolhido para comandar a Polícia Federal.
Nesta quarta-feira (8),
o Ministério da
Justiça anunciou que Fernando Segóvia assumirá o posto. Mas nas negociações para a escolha do sucessor de Leandro
Daiello, o nome sugerido a Temer foi o do delegado Rogério Galloro, segundo
confirmaram interlocutores do ministro. Galloro é o atual número 2 na
hierarquia da PF.
Torquato Jardim é amigo
de Michel Temer há mais de 30 anos. Mas, desta vez, Temer preferiu
ouvir outros aliados, que conseguiram convencê-lo de que
o melhor nome para o cargo era o de Segóvia.
Interlocutores que
acompanharam as negociações afirmam que Segovia teve o apoio do ministro da
Casa Civil, Eliseu Padilha, do ex-deputado e ministro do TCU, Augusto Nardes e
do ex-presidente e ex-senador José Sarney.
O ministro da Justiça,
a quem a Polícia Federal está subordinada, disse, na semana passada, que o
governo estadual do Rio de Janeiro não controla a Polícia Militar e que o comando da
corporação está associado ao crime organizado.
As críticas,
consideradas fortes e generalistas, desagradaram ao presidente, que
pediu para o ministro cessar as declarações públicas sobre o assunto.
Depois desse episódio, Torquato Jardim perdeu força na indicação
do novo diretor-geral da PF.
Reservadamente, delegados dizem que Segóvia é próximo do grupo
político do ex-presidente e ex-senador José Sarney, aliado de Temer. E que a
escolha dele causou duas reações: surpresa e sensação de mudança brusca .
Segóvia é considerado o
mais político dos delegados cotados à vaga. Segundo delegados disseram
reservadamente, ele representa a entrada de um novo grupo na cúpula da PF.
Esses delegados também
afirmam que a troca no comando da PF era esperada após a votação da segunda
denúncia contra Temer. A nomeação de Fernando Segóvia deve ser publicada nos
próximos dias no "Diário Oficial da União".
Entidades da PF se manifestam
Em nota, a Federação
Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) classificou Segóvia como "o que
demonstrou mais condições de assumir" o comando da PF.
"A Federação
Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) esclarece que embora seja contra a
reserva de cargos de comando para delegados, entre os nomes cotados pelo
Executivo, Segóvia é o que demonstrou mais condições de assumir os trabalhos do
órgão nos próximos anos", diz o texto da nota.
De acordo com a
entidade, "Fernando Segóvia chegou a ser sondado para o cargo em setembro
e conta com a aceitação de todas as entidades de classe que representam
servidores da carreira, uma vez que novo diretor-geral já demonstrou interesse
em ampliar o debate com os policiais federais".
A Associação Nacional
dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) desejou em nota "sorte e
sucesso" a Segóvia, mas ressalvou que defende a escolha do diretor-geral
por meio de lista tríplice formada a partir dos votos dos delegados de
carreira. A ADPF também defende a fixação de mandato para o diretor-geral.
Investigação aponta que Cabral financiou montagem de dossiês contra o juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato no RJ
Mesmo dentro do presídio, o ex-governador estaria financiando a
montagem de dossiês contra o magistrado.
Mesmo dentro do presídio,
o ex-governador Sérgio Cabral estaria financiando a montagem de dossiês contra
o juiz Marcelo Bretas, da Operação Lava Jato no Rio. As informações são de uma
investigação sigilosa da Polícia Federal, a que os repórteres Paulo Renato
Soares, Arthur Guimarães e Leslie Leitão tiveram acesso, com exclusividade. A informação de que o
grupo do ex-governador passou a montar dossies contra os investigadores partiu
de dentro do presídio onde Sérgio Cabral está preso, em Benfica, na Zona Norte
do Rio. Segundo a denúncia, o ex-governador teria um fundo milionário para financiar
uma devassa na vida dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato no estado.
A Polícia Federal já
sabe que houve acessos suspeitos e todos teriam ocorrido depois que Cabral já
tinha sido preso, em novembro do ano passado. E os agentes já sabem em nome de
quais funcionários os acessos foram feitos.
No dia 26 de setembro -
6 dias depois de o ex-governador receber a sentença na Operação Calicute -
houve 8 acessos pra pesquisar registros de ocorrência sobre o juiz Marcelo
Bretas e a mulher dele, que também é juíza.
Interrogatório de Sérgio Cabral ao juiz Marcelo Bretas teve
falas ásperas
O documento foi uma
resposta a um questionamento da força tarefa da Lava Jato, que pediu uma
auditoria sobre todas as consultas feitas aos nomes do juiz e de parentes dele.
No dia 23 de outubro, Cabral citou informações sobre a família de Bretas, da 7ª
Vara Federal Criminal, durante uma audiência.
Ao ser questionado
sobre a compra de joias para lavar dinheiro, o ex-governador
disse que o juiz devia entender do assunto porque a família do magistrado
trabalha com bijuterias.
No fim de outubro, o
Ministério Público pediu a transferência de Sérgio Cabral para um presídio
federal de segurança máxima por causa do comportamento do ex-governador, e
porque ele teria acesso a informações privilegiadas dentro da cadeia.
O Departamento
Penitenciário Nacional definiu que o ex-governador iria para o presídio federal
de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, mas uma liminar do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal
Federal impediu a
transferência.
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