Delator diz ter pago R$ 4,8 milhões em propina a Pezão; governador nega ter recebido recursos ilícitos

























Planilhas entregues aos procuradores constam quatro pagamentos a 'Pé Grande'. Valores ilícitos estariam relacionados a esquema na Fetranspor.
Um funcionário do doleiro Álvaro José Novis, apontado como operador do esquema de propina do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, afirmou ter pago R$ 4,8 milhões em propina para Luiz Fernando Pezão logo depois que ele assumiu o governo do estado. A informação consta em novos trechos da deleção premiada aos quais a TV Globo teve acesso.
O nome do governador Pezão aparece na delação de Edimar Moreira Dantas. Funcionário de Novis, ele gerenciava uma conta criada exclusivamente para o pagamento de propinas.
Edimar Dantas contou aos procuradores que a fonte do dinheiro era a Fetranspor, a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do estado do Rio de Janeiro.
De acordo com o delator, o responsável por administrar o caixa dois da Fetranspor era o conselheiro da entidade José Carlos Lavouras, que repassava, normalmente, uma vez por mês, a programação de pagamentos a serem feitos.
Nas planilhas entregues aos procuradores, um apelido se destaca: “Pé Grande”. Edimar Dantas contou que o dinheiro era entregue a um intermediário. Ele disse que em relação aos pagamentos efetuados a Pezão, houve a determinação de José Carlos Lavouras para a entrega para uma pessoa de nome Luís. Diz ainda que soube que os valores seriam destinados a Pezão por conta do apelido Pé Grande.
Segundo as investigações, o intermediário seria Luís Carlos Vidal Barroso, assessor do governador ainda contratado do governo do estado.
Nas planilhas do doleiro aparecem cinco pagamentos a Pé Grande, num total de R$ 4,8 milhões. Os pagamentos foram feitos de 22 de julho de 2014 a 8 de maio de 2015.
Nessas datas, Luiz Fernando Pezão já era governador do Rio de Janeiro. Em abril de 2014, ele assumiu o cargo com a renúncia de Sérgio Cabral, e em 2015 tomou posse como governador eleito.
Edimar Dantas deu detalhes aos procuradores de como os pagamentos eram feitos. Ele disse que em relação aos pagamentos efetuados a Luizinho/Pezão, os valores vinham da transportadora, e ele separava um dinheiro e entregava para um funcionário levar.

O delator contou que os pagamentos foram feitos em vários endereços diferentes e que nas vezes em que os valores foram entregues no Centro, os pagamentos foram na rua.
O governador Luiz Fernando Pezão disse que não conhece e nunca esteve com Edimar Moreira Dantas e reafirma que jamais tratou de pagamento ou recebimento de recursos ilícitos.
A Fetranspor disse desconhece o teor de uma delação que se refere a fatos supostamente ocorridos antes da posse da atual administração e afirmou ainda que permanece à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.

Cabral, Lula, Pezão e Dilma parecem não ter entendido que a festa acabou...

Lembram do moleque? Também é ladrão, é claro!




Marqueteiro cita Leonardo Picciani em delação

Segundo Renato Pereira, ministro do Esporte teria dirigido licitação irregular
Em delação premiada à Procuradoria-Geral da República, o marqueteiro Renato Pereira afirmou que o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), teria direcionado uma licitação de R$ 55 milhões referente a serviços de publicidade da pasta para sua empresa, Prole Propaganda, em 2016. De acordo com Pereira, o acordo foi fechado no gabinete do ministro, em Brasília.
O marqueteiro também citou irregularidades nas campanhas de políticos da cúpula do PMDB no Rio, como o governador Luiz Fernando Pezão, Sérgio Cabral e o ex-prefeito Eduardo Paes, além da senadora Marta Suplicy, em São Paulo. Os políticos negam as acusações de Pereira.
Classificada entre as vencedoras da licitação, a Prole desistiu da conta dois dias depois da prisão do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB-RJ). De acordo com informações da Folha de S. Paulo, em resposta Picciani disse que a afirmação do delator é “mais uma mentira inventada por quem quer se safar dos próprios crimes que cometeu”.
Picciani teria direcionado licitação da Prole em acordo fechado com marqueteiro Renato Pereira
Além de políticos, Pereira também disse ter assinado um contrato falso com o Opportunity, com a intenção de fornecer dinheiro em espécie para o banco de Daniel Dantas. O banco nega as acusações.
As informações do termo de delação de Pereira foram tornadas públicos pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), na terça-feira (14). O ministro então devolveu a delação à PGR para que a contrapartida dada ao delator seja adequada.