APÓS NOVA ORDEM DE PRISÃO, JORGE PICCIANI E MAIS DOIS DEPUTADOS BANDIDOS SE ENTREGAM
PICCIANI E COPARSAS SE ENTREGAM APÓS NOVO MANDADO DE PRISÃO
Os deputados estaduais
Edson Albertassi, Paulo Melo e Jorge Picciani se apresentaram à Polícia Federal
(PF), nesta tarde (21), após nova ordem de prisão expedida pelo Tribunal
Regional Federal da 2ª Região (TRF2).
O primeiro a chegar foi
Albertassi, seguido por Melo e depois Picciani. Da PF, os três seguem para o
Instituto Médico-Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito e retornarão
para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica.
Eles chegaram a ficar
uma noite em Benfica, quando foram presos, na última quinta-feira (16), por
ordem do TRF2, no âmbito da Operação Cadeia Velha. Eles são acusados de
recebimento de propinas para favorecer empresas de ônibus.
Os três tiveram
bloqueados R$ 270 milhões, por ordem judicial, montante referente ao total
supostamente recebido indevidamente das empresas de ônibus.
Na decisão desta
terça-feira, os desembargadores do TRF consideraram que a Assembleia Legislativa
do Rio de Janeiro (Alerj) extrapolou suas competências constitucionais, ao
ordenar a libertação dos três parlamentares, após votação na última sexta-feira
(17), sem sequer comunicar o fato ao TRF2.
Defesa
O advogado Nélio
Machado, que defende Picciani, considerou a decisão do TRF2 "ilegal,
inconstitucional e infeliz". Ele disse que irá recorrer à instância
superior.
A defesa de Albertassi
se manifestou em nota. "O deputado Edson Albertassi já se apresentou à
Polícia Federal para cumprir a determinação do TRF. Edson Albertassi confia na
Justiça e estará sempre à disposição para esclarecer os fatos."
Paulo Melo também se
manifestou em nota. “Mais uma vez vejo como injusta a decisão do Tribunal
Regional Federal. Não cometi nenhum crime e tenho o máximo de interesse na
rápida apuração dos fatos."
Delator diz ter pago R$ 4,8 milhões em propina a Pezão; governador nega ter recebido recursos ilícitos
Planilhas entregues aos procuradores constam quatro pagamentos a
'Pé Grande'. Valores ilícitos estariam relacionados a esquema na Fetranspor.
Um funcionário do
doleiro Álvaro José Novis, apontado como operador do esquema de propina do
ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, afirmou ter pago R$ 4,8 milhões em propina
para Luiz Fernando Pezão logo
depois que ele assumiu o governo do estado. A informação consta em novos
trechos da deleção premiada aos quais a TV Globo teve acesso.
O nome do governador
Pezão aparece na delação de Edimar Moreira Dantas. Funcionário de Novis, ele
gerenciava uma conta criada exclusivamente para o pagamento de propinas.
Edimar Dantas contou
aos procuradores que a fonte do dinheiro era a Fetranspor, a Federação das
Empresas de Transporte de Passageiros do estado do Rio de Janeiro.
De acordo com o
delator, o responsável por administrar o caixa dois da Fetranspor era o
conselheiro da entidade José Carlos Lavouras, que repassava, normalmente, uma
vez por mês, a programação de pagamentos a serem feitos.
Nas planilhas entregues
aos procuradores, um apelido se destaca: “Pé Grande”. Edimar Dantas contou que
o dinheiro era entregue a um intermediário. Ele disse que em relação aos
pagamentos efetuados a Pezão, houve a determinação de José Carlos Lavouras para
a entrega para uma pessoa de nome Luís. Diz ainda que soube que os valores
seriam destinados a Pezão por conta do apelido Pé Grande.
Segundo as
investigações, o intermediário seria Luís Carlos Vidal Barroso, assessor do
governador ainda contratado do governo do estado.
Nas planilhas do
doleiro aparecem cinco pagamentos a Pé Grande, num total de R$ 4,8 milhões. Os
pagamentos foram feitos de 22 de julho de 2014 a 8 de maio de 2015.
Nessas datas, Luiz
Fernando Pezão já era governador do Rio de Janeiro. Em abril de 2014, ele
assumiu o cargo com a renúncia de Sérgio Cabral, e em 2015 tomou posse como
governador eleito.
Edimar Dantas deu
detalhes aos procuradores de como os pagamentos eram feitos. Ele disse que em
relação aos pagamentos efetuados a Luizinho/Pezão, os valores vinham da
transportadora, e ele separava um dinheiro e entregava para um funcionário
levar.
O delator contou que os
pagamentos foram feitos em vários endereços diferentes e que nas vezes em que
os valores foram entregues no Centro, os pagamentos foram na rua.
O governador Luiz
Fernando Pezão disse que não conhece e nunca esteve com Edimar Moreira Dantas e
reafirma que jamais tratou de pagamento ou recebimento de recursos ilícitos.
A Fetranspor disse
desconhece o teor de uma delação que se refere a fatos supostamente ocorridos
antes da posse da atual administração e afirmou ainda que permanece à disposição
das autoridades para prestar esclarecimentos.
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