Temer negocia cargos dos Vieira Lima com o PR em troca de apoio pela Previdência

O presidente Michel Temer negocia entregar cargos de indicações políticas dos irmãos Vieira Lima (PMDB) na Bahia ao líder do PR na Câmara, deputado José Rocha (BA), se a bancada do partido entregar votos pela reforma da previdência. A bancada do PR, assim como o PSD, é uma das mais resistentes à reforma da Previdência. Para angariar apoio, segundo o Blog apurou, o presidente Temer discute atender a um pleito do líder do PR por indicações na companhia de Docas (que cuida de portos) de Salvador. Hoje, o espaço está loteado, principalmente, por nomes indicados por Geddel e Lucio Vieira Lima (PMDB), segundo auxiliares presidenciais. O Planalto está disposto a dividir a área com partidos desde que a bancada garanta que atender ao líder signifique atender à bancada. Ex-ministro, Geddel está preso na Papuda devido à investigações da Lava Jato. Deputado federal, Lúcio é alvo de um pedido de recolhimento noturno da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. O Supremo Tribunal Federal ainda não discutiu o pedido da PGR.

General do Exército é destituído de cargo após elogiar Bolsonaro e criticar Temer


Antonio Hamilton Mourão afirmou que o presidente faz do governo um 'balcão de negócios', defendeu a candidatura de Jair Bolsonaro e a intervenção militar





BRASÍLIA — Em razão das críticas feitas ao presidente Michel Temer, o general Antonio Hamilton Martins Mourão foi afastado da chefia da Secretaria de Economia e Finanças do Exército. Em palestra dada na quinta-feira no Clube do Exército, em Brasília, Mourão afirmou que Temer vai conduzindo seu mandato aos trancos e barrancos, se equilibrando graças a um balcão de negócios. Por ser presidente da República, Temer é superior hierárquico de Mourão. O general já havia pedido intervenção militar anteriormente.
Na palestra, Mourão também demonstrou simpatia pela candidatura a presidente do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Ele é o mesmo general que, em setembro, já tinha citado a possibilidade de o Exército o "impor" uma solução para crise política brasileira.
— Esses cenários foram colocados há pouco aí pela imprensa. Não há duvida que atualmente nós estamos vivendo a famosa 'Sarneyzação'. Nosso atual presidente, ele vai aos trancos e barrancos, buscando se equilibrar, e, mediante um balcão de negócios, chegar ao final do seu mandato - disse Mourão durante o evento.
Após criticar 'balcão de negócios' de Temer, general é afastado de cargo no Exército
Na palestra, intitulada "Uma visão daquilo que nos cerca", o gerneral destacou que falaria a opinião dele. Disse que irá para a reserva em 31 de março de 2018. Coincidência ou não, a data é a mesma do golpe militar de 1964. Também não descartou a possibilidade de disputar algum cargo eletivo futuramente. Além de apoiar Bolsonaro, disse acreditar que a Justiça vai barrar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2018. Em setembro, o general apontou a possibilidade uma intervenção militar, não sendo repreendido pelos seus superiores na época.
— Ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos que impor isso — disse Mourão em setembro.
Na última quinta-feira, indagado durante a palestra se defende a intervenção militar, Mourão desceu um pouco o tom:
— Se o caos for instalado...O que chamamos de caos? Não mais o ordenamento correto. E se as forças institucionais entenderem que deve ser feito um elemento moderado e pacificador, agindo dentro da legalidade. Tempos atrás fui incompreendido - disse Mourão, concluindo: - Estamos, Exército, Marinha e Aeronáutica, atentos para cumprir a missão. O caos é o momento. Ou anteciparmos ao caos e não esperar que tudo se afunde. Por enquanto, nós consideramos que as instituições têm que buscar fazer a sua parte.