VEREADORA do PSOL EXECUTADA NO RIO


POLÍCIA DESCARTA TENTATIVA DE ASSALTO, ACHA QUE VEREADORA FOI EXECUTADA

MARIELLE FRANCO (PSOL) CHAMAVA O 41º BPM DE 'BATALHÃO DA MORTE'

Policiais da Delegacia de Homicídios da Capital (DH) acreditam em crime de execução o assassinato da vereadora Marielle Franco, de 40 anos, na região central do Rio de Janeiro, na noite desta quarta-feira (14), quando bandidos em um carro emparelharam ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam.
A VEREADORA DO PSOL ERA UMA CRÍTICA DA ATUAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DAS FAVELAS.
A vereadora vinha criticando a Policia Militar, acusando a corporação de matar pessoas, chegando a chamar o 41° BPM de "Batalhão da morte", no sábado (10). "O que está acontecendo agora em Acari é um absurdo! E acontece desde sempre! O 41° batalhão da PM é conhecido como Batalhão da morte. CHEGA de esculachar a população! CHEGA de matarem nossos jovens", escreveu ela no twitter.
Marielle voltava de um evento na Rua dos Inválidos, na Lapa, quando um carro parou ao lado do veículo de seu motorista na Rua Joaquim Palhares, próximo ao metrô, e dois bandidos dispararam, fugindo em seguida. O veículo ficou com diversas marcas de tiro na lateral. O motorista que conduzia o veículo da vereadora também morreu, mas a assessora dela, Fernanda Chaves, sobreviveu e foi levada ao hospital, ferida com estilhaços.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) estava desolado. "É muito chocante. Ela lutava pela paz e pela Justiça. Tudo indica que não foi assalto. É tudo muito precário e chocante. Em um momento que o Rio está sob intervenção, uma pessoa da importância da Marielle sofre esse tipo de violência e barbárie. Vou pedir uma apuração rigorosa, pois isso não pode ficar no rol dos 90% dos crimes que não são esclarecidos. Ela fazia parte da Comissão da Câmara que fiscalizava a intervenção. Não quero ser leviano, mas isso tem que ser apurado com celeridade. É imprescindível", afirmou.

Delatores dizem que Dilma atuou na fraude de Belo Monte


MARIO CESAR CARVALHO

O ex-ministro Delfim Netto é um bagrinho no esquema da usina de Belo Monte, segundo delatores da Operação Lava Jato do porte de Emílio Odebrecht, presidente do conselho da Odebrecht, a maior empreiteira brasileira, e Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, a segunda no ranking.

Os peixes grandes eram Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil à época dos preparativos do leilão de Belo Monte, Erenice Guerra, secretária-executiva dessa pasta, o ex-ministro Antonio Palocci e o senador Edison Lobão (MDB-MA), de acordo com os delatores. O leilão ocorreu em 2010, mas houve uma série de arranjos no ano anterior.
Foi Emílio quem apontou o dedo para Dilma em seu acordo de delação, no qual diz que o governo fraudou a concorrência. Ele afirma que o governo obteve informações confidenciais de preços a partir de estatais como a Eletrobras e Eletronorte e entregou os dados sigilosos para um grupo concorrente, "o que caracterizou claro direcionamento do resultado do leilão por parte do governo, liderado pela então ministra Dilma Rousseff".
Esses preços foram obtidos em reunião realizada no Rio, na sede da Vale, que estava no projeto, da qual participaram um dos executivos de confiança de Dilma para o setor de energia, Valter Cardeal, diretor da Eletrobras, e Adhemar Palocci, diretor da Eletronorte e irmão do ex-ministro.
Delatores dizem que eles não poderiam ter participado do encontro porque ele era de empresas privadas que disputavam o leilão. A simples presença deles seria uma fraude à Lei das Licitações.
Marcelo Odebrecht, que presidiu o grupo Odebrecht até ser preso em 2015, conta em seu acordo que Cardeal exerceu a função de espião nesse encontro: "Aí o Cardeal já sabia o preço que a gente ia dar [era] o preço máximo. Aí esse consórcio apareceu com uma proposta, que era uma proposta que não permitia o segundo preço".
O edital previa que a disputa acabaria se algum consórcio oferecesse um desconto superior a 6%.
Erenice Guerra, principal assessora de Dilma na Casa Civil, acompanhou essa reunião por telefone, segundo delatores. Ligou várias vezes para Roger Agnelli, presidente da Vale à época. Depois, a Vale saiu do projeto.
Havia um problema: o consórcio que o governo ajudou a criar não tinha condições técnicas e financeiras para tocar uma obra da envergadura de Belo Monte, que custou cerca de R$ 30 bilhões. Ele havia sido montado para dar uma espécie de lição de moral às empreiteiras, tidas como arrogantes por Dilma.
Coube a Antonio Palocci, na versão de Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, apresentar a contrapartida para que o consórcio liderado pela Andrade Gutierrez fizesse a obra: ele teria que dar 1% do valor do contrato para o PT e o PMDB dividirem. Com a entrada de Delfim no negócio, supostamente para estruturar o consórcio, cada partido ficou com 0,45% e Delfim com 0,1%.
Como as obras civis de Belo Monte custaram cerca de R$ 15 bilhões, PT e PMDB teriam dividido R$ 135 milhões, enquanto Delfim teria ficado com R$ 15 milhões, segundo delatores.
Palocci indicou João Vaccari Neto para cuidar do dinheiro do PT e o senador Edison Lobão para tratar da parte do PMDB, de acordo com Azevedo. O suborno foi entregue em forma de contribuição oficial.
Procurados pela reportagem, Dilma, Palocci, Erenice e Lobão não comentaram até as 16h30 desta sexta. O advogado de Cardeal, Nei Fayet Jr., disse que não iria comentar as acusações por não conhecer a decisão do juiz Sergio Moro.
Fonte: FOLHAPRESS



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