PGR denuncia Lula, Gleisi e Palocci por US$ 40 milhões da Odebrecht




















Eles responderão pelos crimes de corrupção (passiva e ativa) e lavagem de dinheiro
Brasília - A Procuradoria-Geral da República denunciou, nesta segunda-feira, a senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ex-ministros Antônio Palocci e Paulo Bernardo, e o empresário Marcelo Odebrecht, pelos crimes de corrupção (passiva e ativa) e lavagem de dinheiro. Também foi denunciado Leones Dall Adnol, chefe de gabinete da senadora.
Segundo a denúncia, a origem dos atos criminosos data de 2010, quando a Construtora Odebrecht prometeu ao então presidente Lula a doação de US$ 40 milhões em troca de decisões políticas que beneficiassem o grupo econômico. As investigações revelaram que a soma - avaliada na época do acerto em R$ 64 milhões - ficou à disposição do Partido dos Trabalhadores (PT) tendo sido utilizada em operações como a que beneficiou a senadora na disputa ao governo do Paraná, em 2014.
As informações foram divulgadas pelo site da Procuradoria-Geral da República.
Apresentada no âmbito da Operação Lava Jato, a denúncia é decorrente de inquérito aberto a partir de delações de executivos da construtora. Na peça, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, destaca que, além dos depoimentos dos delatores, a prática dos crimes foi comprovada por documentos apreendidos por ordem judicial, como planilhas e mensagens, além do afastamento de sigilos telefônicos e outras diligências policiais.
"Há, ainda, confissões extrajudiciais e comprovação de fraude na prestação de informações à Justiça Eleitoral. Ressalte-se que até o transportador das vantagens indevidas foi identificado", resume um dos trechos do documento, que foi encaminhado ao relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin.
Entre as ações realizadas como contrapartida ao acordo que assegurou a reserva milionária de dinheiro ao PT, a procuradora-geral cita o aumento da linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a Angola.
A medida foi viabilizada pela assinatura, em junho de 2010, do Protocolo de Entendimento entre Brasil e aquele país. Posteriormente, o termo foi referendado pelo Conselho de Ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex), órgão que tinha Paulo Bernardo entre os integrantes.
Na condição de exportadora de serviços, a Odebrecht recebeu do governo angolano parte dos valores conseguidos com financiamentos liberados pelo banco estatal brasileiro. O país africano teve o limite de crédito ampliado para R$ 1 bilhão, graças à interferência dos envolvidos.
Caixa 2
Raquel Dodge detalha, na denúncia, como parte do dinheiro repassado pela construtora chegou à atual presidente da legenda. Com base nas provas reunidas durante a tramitação do inquérito, a PGR afirma que, em 2014, Hoffmann e Bernardo aceitaram receber, via caixa 2, a doação de R$ 5 milhões, destinados à campanha eleitoral. Coube a Leones Dall’Agnol (por parte de Gleisi) e a Benedicto Júnior (por parte da Odebrecht) viabilizar a entrega do dinheiro. "Dos cinco milhões, Gleisi Helena Hoffmann, Paulo Bernardo e Leones Dall’Agnol comprovadamente receberam, em parte por interpostas pessoas, pelo menos três milhões de reais em oito pagamentos de quinhentos mil reais cada, a título de vantagem indevida, entre outubro e novembro de 2014", consta do documento.
Além disso, com o objetivo de esconder o esquema, Gleisi Hoffmann teria declarado à Justiça Federal despesas inexistentes no valor de R$ 1,830 milhão. Os pagamentos foram feitos a empresas que, conforme revelaram as investigações, foram as destinatárias dos recursos repassados pela construtora. Essa dissimilação configura a prática de lavagem de dinheiro.
Ao especificar a participação de cada um dos cinco denunciados, a procuradora-geral enfatiza que o caso reproduz o modelo de outros apurados na Lava Jato, com a existência de quatro núcleos específicos, sendo o político formado por Lula, Gleisi Hoffmann, Paulo Bernardo e Antônio Palocci; o econômico, exercido por Marcelo Odebrecht; o administrativo, por Leones Dall’Agnol; e o financeiro, movimentado por doleiros responsáveis pela coleta e distribuição do dinheiro. Os integrantes do núcleo político já foram, conforme mencionado na atual peça de acusação, denunciados por organização criminosa por envolvimento no esquema articulação pela Construtora Odebrecht.

Pedidos
Na denúncia, a PGR requer a condenação do ex-presidente Lula, dos ex-ministros e do chefe de gabinete por corrupção passiva (artigo 317 do Código Penal) e de Marcelo Odebrecht, por corrupção ativa (artigo 333 do Código Penal). No caso da senadora, além da corrupção ativa, a denúncia inclui lavagem de dinheiro (artigo 1º Lei 9.613/98). Há pedido para que Lula, Bernardo e Palocci paguem US$ 40 milhões e outros R$ 10 milhões a título de reparação de danos, material e moral coletivo, respectivamente. Outra solicitação é para que a senadora, o marido e chefe de gabinete paguem R$ 3 milhões como ressarcimento pelo dano causado ao erário.
Defesas
Em nota, o advogado Alessandro Silverio, que defende Palocci, afirmou: "A defesa de Antônio Palocci só se manifestará quanto ao teor dessa nova acusação após ter acesso à denúncia".
A reportagem entrou em contato com a assessoria de Gleisi, mas ainda não obteve retorno, e está tentando contato com a defesa de Lula.




Delator acusa Pezão de receber mesada de R$ 150 mil



























A propina a Pezão incluía um décimo-terceiro salário a cada ano
Rio - Em delação premiada já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Miranda, amigo de infância do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) e operador do esquema de corrupção liderado por Cabral no Estado do Rio, acusou o atual governador, Luiz Fernando Pezão (MDB), de receber mesada de R$ 150 mil enquanto ocupou a função de vice-governador, de 2007 a 2014.
A informação foi divulgada na noite de sexta-feira, 27, pelo jornal 'O Globo’. Segundo a publicação, Miranda contou na delação que desde o início do primeiro governo de Cabral, em janeiro de 2007, foi orientado a entregar R$ 150 mil mensais ao vice. Essa situação perdurou até abril de 2014, quando Cabral deixou o cargo e Pezão assumiu como governador. A partir de então, segundo o delator, a situação se inverteu: Pezão deu ordem para que Miranda pagasse mesada de R$ 400 mil a Cabral.
A propina a Pezão incluía um décimo-terceiro salário a cada ano, segundo Miranda, e em 2013 houve dois bônus, de R$ 1 milhão cada O primeiro foi pago em parcelas, com o auxílio do doleiro Renato Chebar, que também negociou delação, disse Miranda.
Conforme o delator, o dinheiro de propina também foi usado para pagar uma obra feita na casa de Pezão em Piraí, no interior do Estado.
Miranda diz ter recebido ordem de Cabral para pagar R$ 300 mil a uma empresa especializada na instalação de painéis solares, para quitar serviços prestados a Pezão.
Para este pagamento, o delator diz ter usado mais uma vez o serviço do doleiro Renato Chebar.
A mesma empresa que teria feito obra na casa de Pezão foi escolhida pelo governo estadual para instalar placas de energia solar em postes ao longo dos 72 quilômetros do Arco Metropolitano. Por esse serviço a empresa recebeu R$ 96,7 milhões do governo estadual.
A delação de Miranda foi homologada pelo ministro do STF Dias Toffoli.
O depoimento em que Miranda acusa Pezão já foi encaminhado pelo Supremo ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), órgão responsável por julgar governadores.
Miranda é amigo de infância de Cabral, chegou a ser seu sócio e, embora não tenha ocupado nenhum cargo oficial durante as duas gestões do ex-governador, foi presença constante nos salões do Palácio Guanabara, sede do governo estadual, em Laranjeiras (zona sul), ao longo desses governos.
Investigações apontam que, nesse período, Miranda se tornou o principal operador do esquema de corrupção liderado por Cabral, intermediando o pagamento de propinas por empresas que fechavam contratos com o governo estadual.
Nota
Em nota divulgada pela assessoria de imprensa, Pezão negou as acusações e afirmou que ‘repudia com veemência essas mentiras’.
"As afirmações são tão absurdas e sem propósito que sequer há placas solares instaladas em sua casa em Piraí", continua.
Pezão ‘reafirma que jamais recebeu recursos ilícitos e já teve sua vida amplamente investigada pela Polícia Federal’.


Homem forte de Pezão delata governador, Cabral e pré-candidatos

























Ex-secretário de Obras do Rio de Janeiro relata repasse de propina ao governador Pezão (MDB) e ao ex-governador Sergio Cabral (MDB), bem como aos pré-candidatos ao governo do estado, o senador Romário (Podemos) e o deputado federal Índio da Costa (PSD)
A proposta de delação de Hudson Braga, ex-secretário de Obras do Rio de Janeiro e homem forte nas administrações emedebistas, com cargos de destaque nos governos de Sergio Cabral e Luiz Fernando Pezão , tem potencial para atingir políticos graúdos do estado. A informação é da revista Veja .
Ao Ministério Público, Braga afirma ter pagado propinas a lideranças partidárias em troca de apoio à Sergio Cabral e Pezão em eleições. O senador Romário (Podemos), disse, teria recebido R$ 3 milhões para apoiar Pezão em 2014 – e o próprio Braga teria feito a entrega dos valores.
Já o deputado federal Índio da Costa (PSD) teria cobrado R$ 30 milhões para apoiar a reeleição de Pezão . Tanto Índio quanto Romário já anunciaram suas pré-candidaturas para o governo do Rio.
Estes valores seriam oriundos, entre outras fontes, da JRO Engenharia, empresa que mantêm contratos públicos com a Secretaria de Obras do Estado. Braga afirma, ainda, que a empresa pagava uma ´mesada´ de R$ 100 mil mensais a Pezão. A empreiteira, inclusive, guardaria R$ 5 milhões em propinas destinadas ao governador.
Alguns deputados estaduais da base governista na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro também levavam seu quinhão das propinas. De acordo com o ex-secretário, R$ 3 milhões por mês eram destinados ao grupo. O divisão ficava a cargo do ex-presidente da Alerj, Paulo Melo (MDB), que foi preso pela Lava Jato.
Braga também confirmou que recebia uma ‘mesada’ de R$ 1 milhão de empresas de ônibus no Estado. O ex-governador Sergio Cabral já havia acusado o ex-secretário de receber estes pagamentos.
Procurada, os advogados de Pezão disseram que ele “nunca recebeu recursos ilícitos e jamais participou de atos ilegais”. Eles também afirmaram que o governador se disponibiliza à justiça para prestar esclarecimentos.
Índio da Costa, por sua vez, defendeu-se dizendo que “definitivamente, não fiz parte nem compactuo com os métodos desse MDB que destruiu o estado”.
Romário afirmou que as informações de Braga tratam-se de “boatos que só interessam à política nefasta deste país”. Para ele, “o grupo que governou o Rio de Janeiro nos últimos 16 anos está desesperado com medo de perder o poder".



DELAÇÃO DO EX-MINISTRO SERÁ DEVASTADORA CONTRA EX-PRESIDENTE




















   

DELAÇÃO DE PALOCCI DEVE ATINGIR DILMA EM CHEIO

Além de atingir Lula, o acordo de delação de Antônio Palocci vai “colocar na roda” a ex-presidente Dilma Rousseff, a quem o ex-ministro petista já acusou, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, de compactuar com os esquemas de corrupção do seu governo. Palocci deve detalhar, por exemplo, a reunião entre Lula, Dilma e Emílio Odebrecht, no fim de 2010, para acertar os detalhes do esquema de propina e do direcionamento de grandes licitações em favor da empreiteira. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder.
A reunião com Dilma, citada antes por Palocci, serviu para esclarecer dúvidas sobre a “conta corrente” de R$300 milhões para o PT.
Palocci promete contar como Dilma agiu para manipular a licitação do Galeão para a Odebrecht, com cláusulas de exclusão dos rivais.
Palocci já falou sobre como a aquisição de sondas pela Petrobras para explorar o pré-sal serviu para financiar a campanha de Dilma, em 2010.
Além de coordenador da campanha, Palocci foi ministro da Casa Civil de Dilma e atuava direto com a Odebrecht, que o apelidou de “Itália”.