TODA OBRA DA ANDRADE GUTIERREZ NO RIO TINHA PROPINA PARA CABRAL,
DIZ EXECUTIVO DA EMPREITEIRA
EMPREITEIRA TINHA SERGIO CABRAL COMO UMA
ESPÉCIE DE 'SÓCIO'
ALBERTO QUINTAES
CONFIRMOU AO JUIZ SÉRGIO MORO QUE CONTRATO DO COMPERJ E TODAS AS OUTRAS OBRAS
DA EMPRESA, COMO MARACANÃ, COMPLEXO DE MANGUINHOS E METRO DE COPACABANA,
TIVERAM CORRUPÇÃO (FOTO: RODRIGO FELIX/GAZETA DO POVO)
O executivo
da Andrade Gutierrez Alberto Quintaes afirmou ao juiz federal Sérgio
Moro, dos processos da Operação Lava Jato em primeira instância, em Curitiba,
que toda obra da empreiteira no Rio de Janeiro tinha um percentual de propinas
para o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) – preso desde 17 de novembro de 2016.
O peemedebista é acusado nesse processo de receber propina de R$ 2,7
milhões nas obras de terraplanagem do Complexo Petroquímico do Rio (Comperj).
“Quando eu entrei na
construtora para assumir o Estado do Rio de Janeiro (2006), tinha algumas obras
em andamento e eles me passaram, o João Marcos (ex-chefe) me passou uma
planilha que ele tinha um controle, e não me lembro exato de cabeça todas, mas
que todo faturamento feito dele tinha um percentual”, afirmou Quintaes.
“Percentual de quê?”,
quis saber o procurador da República Athayde Ribeiro Costa.
“De obra, no Rio de
Janeiro. De propina.”
Sérgio Cabral se tornou
réu em ações penais abertas no Rio, decorrente da Operação Calicute,
desdobramento da Lava Jato deflagrada em 17 de novembro, e em Curitiba. No
processo aberto por Moro, Cabral é acusado pelo acerto de R$ 2,7 milhões
de propinas com a Andrade Gutierrez nas obras do Comperj.
Questionado pelo
Ministério Público Federal sobre siglas anotadas por um dos alvos do processo,
o executivo da Andrade Gutierrez confirmou se tratar das obras e percentuais de
propinas destinadas a Cabral.
Falou do Maracanã, “5%”.
“5% de toda medição recebida da parte da Andrade Gutierrez deveria ser
repassado.” Confirmou ainda 7% de propinas na obra Mergulhão, em Caxias, do
Metro de Copacabana, 5%, do Complexo de Manguinhos, 3%, e do Arco Metropolitano
do Rio. Confirmou ainda propinas nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de
Janeiro (Comperj).
As propinas pagas nessas
outras obras são alvo da ação aberta pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª
Vara Federal do Rio.
As denúncias contra
Sérgio Cabral apontam que ‘era incumbência’ do então secretário de governo
Wilson Carlos fazer ‘o controle e a cobrança em nome’ do peemedebista. Cabia a
Carlos Miranda, identificado como ‘o homem da mala’ do ex-governador, pegar o
dinheiro, segundo os investigadores.
Sérgio Cabral e seu ex- operador saem na mão em Bangu
Sérgio Cabral (à
direita) e Carlos Emanuel Miranda, seu ex-operador, tiveram uma briga
física na semana passada, logo após o carnaval, em Bangu 8.Foram logo apartados
e não chegou a ser uma pancadaria. O motivo da cena de pugilismo foi uma
divergência sobre a delação conjunta que Cabral tenta alinhavar. Miranda quer
entregar figuras de proa do Legislativo fluminense ( leia-se Jorge Picciani,
principalmente ). Cabral, não.