F(P)ilantropia?






















Bilionário doa 18 mil milhões de dólares para desenvolver democracia

Rede de fundações Open Society, dedicada ao desenvolvimento da democracia em mais de uma centena de países, recebeu mais um donativo do presidente. O bilionário George Soros transferiu 18 mil milhões de dólares (mais de 15 mil milhões de euros) da sua fortuna pessoal para a fundação que criou em 1993, a Open Society, dedicada ao desenvolvimento da democracia. Aquela que é, na realidade, uma rede de fundações com filiais em 37 países e ações em mais de 100 nacionalidades já recebeu mais de 20 mil milhões de dólares (29 mil milhões de euros) de financiamento de filantropos, sendo a segunda mais rica dos EUA a seguir à Fundação Bill & Melinda Gates (40 mil milhões de dólares ou 34 mil milhões de euros). 87 anos após ter nascido, em Budapeste, na Hungria, e depois de uma vida dedicada a investimentos em hedge funds, George Soros é um dos homens mais ricos do Mundo, com um património líquido de 23 mil milhões de dólares, de acordo com a Forbes. O donativo agora anunciado “reflete um processo em andamento de transferência de recursos que ocorre há vários anos”, segundo explicação de Laura Siber, porta-voz da fundação, à agência AFP. Segundo a mesma fonte, o bilionário pretende deixar “a vasta maioria” da sua fortuna à fundação onde têm assento três dos cinco filhos de Soros. Filantropo desde os anos 1970, Soro começou por atribuir bolsas escolares a sul africanos vítimas do Apartheid, na década seguinte ajudou a promover a queda do muro de Berlim e financiou intercâmbios culturais entre a Europa de Leste e Ocidental, contribuindo ainda para a abertura da ex-URSS. No início deste século, com a atenção voltada para os EUA, criticou as guerras contra a droga e apoiou o movimento de legalização da marijuana como droga medicinal e, ainda, o casamento de pessoas do mesmo sexo. É conhecido por apoiar “causas perdidas” e envolver-se nos “problemas mais insolúveis”, notando que “o sucesso que teve nos mercados financeiros proporcionaram um elevado grau de independência” que permite ao bilionário financiar as causas que entende. Mais recentemente, através da Open Society, George Soros financiou o movimento independentista da Catalunha.

BÁRBARO CRIME!


Alvaro Dias desce o laço na decisão do Senado de liberar Aécio

Assassinada jornalista maltesa que expôs casos de corrupção
























Investigação de Daphne Caruana Galizia provocou eleições antecipadas em junho
A jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia, que esteve na origem de acusações de corrupção que provocaram eleições antecipadas em junho, foi assassinada esta segunda-feira, por uma bomba colocada debaixo do seu carro, anunciou o primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat.
Durante uma conferência de imprensa, Muscat, do centro-esquerda, cujo círculo próximo foi alvo de violentos ataques de Caruana Galizia, denunciou um "ato bárbaro" e ordenou às forças da ordem que concentrassem todos os esforços em levar à justiça os autores do assassinato.
"O que se passou hoje é inaceitável a vários níveis. Hoje é um dia negro para a nossa democracia e a nossa liberdade de expressão", declarou. "Não pararei enquanto a justiça não for feita", prometeu, apelando à união dos malteses.
Quando tinha acabado de sair de casa, na cidade de Mosta, e começado a conduzir o seu carro, ao início da tarde, ocorreu uma explosão que inclusive projetou a viatura por cima de um muro para um campo vizinho.
Com 53 anos, Caruana Galizia trabalhou como cronistas em vários meios de comunicação de Malta, mas foi sobretudo pelo seu blogue que ela se tornou conhecida, ao revelar vários casos de corrupção
No início de junho, Muscat obteve uma vitória significativa nas eleições legislativas antecipadas, que foram convocadas depois da divulgação de uma série de escândalos implicando vários dos seus colaboradores, na qual Caruana Galizia teve um papel central.
Michelle Muscat, a esposa do primeiro-ministro, foi acusada de ter aberto uma conta no Panamá, para aí colocar, entre outras, subornos pagos pelo governo do Azerbaijão, em troca da autorização dada a um banco azeri para operar em Malta.
"A maior mentira da história política maltesa", reagiu na altura Muscat, prometendo demitir-se se os factos fossem provados por um inquérito que ele próprio exigiu.
Mas não aplicou este princípio ao seu ministro da Energia, Konrad Mizz, e ao seu chefe de gabinete, Keith Schembri, que continuam nos cargos, apesar de possuírem contas secretas no Panamá.
Joseph Muscat, de 43 anos, um antigo jornalista, chegou ao poder em 2013 com um programa de centro-esquerda, colocando um fim a um domínio de 15 anos do Partido Conservador.
No seu ativo, uma economia em plena ascensão, que lhe permitiu a reeleição, segundo os observadores, e a adoção do casamento entre homossexuais, em julho, neste país muito católico, com 430 mil habitantes, onde o divórcio só foi autorizado em 2011.
No último texto que publicou no seu blogue, publicado uma hora antes do seu assassinato, Caruana Galizia repetiu as suas acusações contra Schembri, qualificando-o de "escroque" que usa a sua influência no governo para se enriquecer. "Há escroques para onde quer que se olhe. A situação é desesperada", concluiu.
Na primavera, a revista Politico incluiu Caruana Galizia entre as "28 personalidades que fazem mexer a Europa", descrevendo-a como "um WikiLeaks inteiro numa só mulher, em cruzada contra a falta de transparência e a corrupção em Malta".