Arrastão no BRT da Barra da Tijuca: Imagens mostram cenas de terror e violência

Na tarde de 2 de janeiro de 2025, um vídeo que circula pelas redes sociais expôs um arrastão ocorrido dentro de um dos ônibus do BRT na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. O incidente, que chocou a população e reacendeu a discussão sobre a segurança no transporte público, mostra passageiros rendidos por criminosos armados, sendo ameaçados e roubados. O assalto, que foi registrado por um dos passageiros, também revela momentos de pânico, com gritos e confusão dentro do veículo.

Por volta das 14h30, o coletivo que trafegava pela Avenida Ayrton Senna foi abordado por um grupo de assaltantes armados com facas e coronhas de armas. Nas imagens divulgadas, é possível ver um dos criminosos exigindo "me dá a senha" de um dos passageiros, enquanto outro agia com agressividade. A situação rapidamente tomou um tom de violência, com os criminosos colocando facas no pescoço das vítimas e exigindo seus pertences. O vídeo, que já ultrapassou milhares de visualizações, tem gerado indignação entre moradores e turistas da região.

"O que a gente sente é um medo constante. Hoje, nem dentro do BRT, que deveria ser mais seguro, conseguimos nos sentir tranquilos. É um pesadelo", comentou Mariana Silva, moradora da Barra da Tijuca, em entrevista à nossa equipe.

Esse arrastão é apenas mais um episódio de uma série de ações criminosas que têm atingido o Rio de Janeiro nos últimos anos. A violência no transporte público, especialmente no BRT, é uma preocupação crescente. Em julho de 2017, outro arrastão semelhante aconteceu na mesma região, deixando claro que, apesar das melhorias nas operações de segurança, a criminalidade ainda é um grande desafio. Nos últimos cinco anos, o número de ocorrências relacionadas a assaltos dentro do sistema BRT aumentou em cerca de 15%, segundo dados da Polícia Militar.

A Barra da Tijuca, apesar de ser um dos bairros mais turísticos e valorizados da cidade, também tem enfrentado uma escalada de crimes. Os arrastões, que antes eram mais frequentes na zona sul, têm se alastrado para a zona oeste, especialmente nas vias mais movimentadas, como a Avenida Ayrton Senna.

A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro afirmou, em nota, que está realizando diligências para identificar os criminosos envolvidos no arrastão, mas até o fechamento desta matéria, ninguém havia sido preso. A corporação também destacou que ações de patrulhamento intensivo serão reforçadas na Barra da Tijuca, tanto nas vias principais quanto nas estações de BRT, para inibir a ação de grupos criminosos.

Porém, especialistas em segurança pública apontam que a efetividade de tais operações está diretamente ligada à integração entre diferentes forças de segurança e à melhoria das condições dos próprios meios de transporte público. "Precisamos de mais presença policial, sim, mas também de melhorias estruturais, como câmeras de segurança, iluminação adequada e políticas que promovam a sensação de segurança entre os passageiros", afirmou Roberto Meirelles, especialista em segurança pública e professor da UERJ.

O medo e a insegurança estão afetando não só os passageiros, mas também os trabalhadores e comerciantes da região. "Após o ocorrido, muitos colegas de trabalho estão mais receosos de pegar o BRT. A preocupação com a violência aumentou e, com isso, as vendas nos comércios da região caem, porque os clientes ficam receosos", disse João Carlos, dono de um pequeno comércio próximo à estação do BRT.

Além disso, o episódio trouxe à tona o debate sobre a falta de investimento em políticas públicas de segurança, que, na visão de muitos, ainda são insuficientes para garantir a proteção dos cidadãos em um dos sistemas de transporte mais usados do Rio.

O arrastão de 2 de janeiro no BRT da Barra da Tijuca é mais um reflexo de uma realidade alarmante no Rio de Janeiro, onde a criminalidade continua a desafiar a capacidade das autoridades de garantir a segurança no transporte público. Apesar das ações emergenciais, o caso expõe uma necessidade urgente de estratégias mais eficazes de prevenção e combate à violência, que envolvam não apenas a atuação policial, mas também investimentos em infraestrutura e na qualidade do serviço público oferecido aos cariocas.

A solução para os problemas de segurança no Rio de Janeiro depende de um esforço coletivo entre o governo, as autoridades e a sociedade civil. Até lá, os cidadãos continuam a enfrentar o medo diário de se tornarem vítimas da violência, mesmo em lugares que deveriam ser seguros.

Fonte: G1, Terra Brasil Notícias, Extra.

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