Em Manaus, após banho de sangue e fuga de detentos, onda de boatos deixam população com medo de sair às ruas
Após massacre em presídio, cidade teve noite violenta com oito homicídios
A chacina no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e a fuga em massa de detentos no primeiro dia do ano tiveram um efeito imediato em parte da população de Manaus: o pavor. Pessoas citam o medo de sair às ruas, e grupos de WhatsApp explodem com mensagens falsas e boatos de nova onda de violência.
As histórias fictícias vão do suposto roubo de uniformes de equipes dos Correios por parte de fugitivos, para promover assaltos (“a ordem é não abrir a porta de casa!”), a gravações de supostos criminosos que prometem repetir nas ruas, durante a madrugada, o terror do presídio de Manaus.
“São mais de 200 presos mortos e que ainda estão escondidos na cadeia”, afirma uma das mensagens atribuídas à fictícia esposa de um funcionário de jornal local.
Na mensagem, o boato é de que ele teria informações exclusivas e seria pago para escondê-las. “Foram mais de mil fugitivos, mas eles não podem divulgar”, continua o texto apócrifo.
A onda de boatos levou o governo a reagir: na coletiva diária com a imprensa para atualizar informações, autoridades sempre pedem aos jornalistas que divulguem os números oficiais para fazer frente aos boatos. “São informações plantadas por interesses não identificados”, diz o secretário executivo adjunto da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Jorge Rebello Neto.
— Tenho uma amiga que jura que viu no ponto de ônibus um rapaz que ela reconheceu do WhatsApp, da foto liberada pela polícia. Imagina se esses foragidos fazem aquilo tudo aqui fora? — diz a taxista Nívea Souza, de 40 anos, referindo-se aos 121 oficialmente foragidos que ainda são procurados pela polícia.
Temporariamente, Nívea diz só atender a chamados para corrida por telefone, e não passageiros na rua.
MORTES NA CIDADE
Considerada violenta, Manaus voltou a registrar número elevado de mortes. Entre a noite de quarta-feira e a madrugada de ontem foram pelo menos oito homicídios. Em um dos casos, a vítima foi morta com 20 tiros. Outro homem foi alvejado com tiros na cabeça. Disparos ainda acertaram a cabeça de uma criança de 3 anos, que está internada com perda de massa encefálica.
Em outra ocorrência, um corpo foi encontrado decapitado, assim como ocorreu na rebelião de presos. Uma outra ação, mencionada por policiais militares, teria envolvido troca de tiros com fugitivos. Considerando os oito homicídios, Manaus teve pelo três vezes mais mortes em relação à média de 2014 e 2015. Segundo dados do anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, nos últimos dois anos a cidade registrou 2,3 assassinatos por dia. Foram 779 assassinatos em 2014, e 968, em 2015.
A Secretaria de Segurança e a Polícia Militar do estado não se pronunciaram sobre as ocorrências.

Mais de 30 presos morrem na penitenciária de RR, diz governo
Segundo estado, mortes ocorreram na madrugada desta sexta (6).
Bope e PM estão no local, diz Secretaria de Justiça e Cidadania.

Ao menos 33 presos morreram na madrugada desta sexta-feira (6) na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, a maior de Roraima, informou a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc). O governo só informou as mortes e ainda não divulgou mais detalhes.
De acordo com nota da secretaria, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e a Polícia Militar (PM) estão na unidade que fica na BR-174, na zona Rural de Boa Vista. A entrada da unidade foi isolada na manhã desta sexta.
A pasta informou ainda que a situação está sob controle na unidade.


Verdade ou mentira? A CASA CAIU! Pezão usa carro blindado de empresa fantasma, entenda…
Governador do RJ está usando carro de empresa de fachada.

A situação não está nada favorável para o governador do RJ, Luiz Fernando Pezão, foi descoberto que a empresa responsável pelo carro blindado usado por ele na verdade, é só uma empresa de fachada. Pelo fornecimento de 19 veículos, a empresa receberá mais de R$ 500 mil em um contrato onde não há licitação.
A reportagem é do RJTV, que foi exibida nesta quarta-feira (4/1).
Localizada na Avenida Paris, número 690, na Zona Norte do Rio, deveria estar funcionando a Rei dos Blindados Locação de Veículos Ltda. No entanto a equipe de reportagem encontrou o lugar totalmente fechado.

“Sempre foi fechado”, diz um homem no local que, segundo ele, nunca abrigou uma loja de blindagem.
Veja o que o G1 comentou sobre o caso:
Desde novembro do ano passado, a Rei dos Blindados passou a fornecer 19 carros de passeio para a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap). O contrato com dispensa de licitação foi publicado no Diário Oficial. A despesa com os veículos blindados soma R$ 509 mil.
Entre os carros alugados pelo estado está uma Hilux 2012. Ela está registrada em nome da Rei dos Blindados. A mesma Hilux está em uma relação de carros usados pelo governador, parentes e também pelo vice-governador. O documento é da Subsecretaria Militar da Casa Civil do estado.
Bem abaixo da relação dos veículos, consta uma observação: “a Hilux atende exclusivamente ao governador Luiz Fernando Pezão. Faz parte da frota da Secretaria de Administração Penitenciária, mas encontra-se emprestada à subsecretaria”.
O documento é recente, de 26 de dezembro e foi assinado por Augusto Cesar Pinto Benac, superintendente de segurança.
Chama atenção o capital social da Rei dos Blindados: R$ 50 mil. O valor é de um décimo do repasse do governo do estado: R$ 500 mil.
A empresa está registrada no nome de Lílian Alves Mourão do Nascimento e Thamirez Nascimento Bassi.
Em ligação telefônica com Lílian Alves, que é dona de 99% da “empresa” e oficialmente a administradora de tudo, negou que a empresa não funcione como deve no endereço divulgado e que quem controla a empresa é seu ex-marido, Ricardo Bassi do Carmo.
“Eu sei que a empresa é lá, mas sempre quem administrou foi meu ex-marido. Tá no meu nome, mas ele que administra há muitos anos. Tem muitos anos que eu também não vou lá. Esse lance de contrato, documentação, eu não sei informar porque quem administra é ele”, disse.
O então citado responsável, Ricardo Bassi do Carmo, disse que trabalha numa oficina mecânica para carros blindados que em frente ao endereço e é de lá que ele controla as empresas da ex-esposa.
A Casa Civil afirmou que o carro citado na reportagem foi cedido para o governo como reserva à Subsecretaria Militar da Casa Civil. E que está substituindo o titular, que encontra-se em manutenção.
Foi informado pela Secretaria de Administração Penitenciária que o contrato com a Rei dos Blindados foi feito como emergencial, já que a empresa vencedora da licitação não está mais prestando serviços, afirmando inadimplência do estado, que o contrato é de seis meses e que já há um processo de licitação acontecendo. Também foi dito que a empresa atendeu todos os requisitos legais requisitados.
(Via Agência de Notícias e G1)


Facção planejava eleger prefeitos e vereadores na disputa de 2016
Documentos revelam ‘conexão estreita’ com as Farc e código de conduta


A Família do Norte (FDN), facção apontada como responsável pelo massacre no presídio de Manaus, planejava eleger prefeitos e vereadores nas eleições de 2016, segundo denúncias do Ministério Público Federal (MPF) feitas a partir de investigações da Polícia Federal. Não há informações sobre se os planos foram concretizados ou não.
Segundo a investigação, a facção movimentou milhões em contas de laranjas, comprou armas das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) e fechou aliança com o Comando Vermelho — pacto selado no presídio federal de segurança máxima de Campo Grande, onde presos são levados para ficarem isolados.
Segundo uma das denúncias contra 94 pessoas supostamente ligadas à FDN, feitas no início de 2016, esses chefes “chegam inclusive a discutir como infiltrar seus integrantes na política, cogitando a eleição de vereadores e prefeitos para o próximo pleito de 2016”.

Lembra algo?


Numa das conversas interceptadas, José Roberto, apontado como chefe da facção, diz que pretende “eleger deputados cooptados pela FDN”, segundo a acusação.
Interceptações de dados feitas em outubro de 2015 reforçaram a suspeita de que o acordo entre as duas facções foi fechado na penitenciária de Campo Grande. Do lado da FDN, estaria Gelson Carnaúba; do CV, um preso identificado como Caçula. Quem relata a aliança é José Roberto, durante conferência realizada pelos integrantes por meio de um aplicativo de celular, segundo as investigações.
Segundo o MPF, a facção tinha “estreitas conexões” com as Farc, de quem comprou pistolas, fuzis AK-47 e submetralhadoras israelenses UZI. A denúncia diz ainda que um integrante da FDN negociou com Nelson Flores Collantes, narcotraficante ligado às Farc, conhecido como Acuario.

FARCS e PT: Tudo a ver!


Como prova da transação, há uma troca de mensagens de integrantes do grupo criminoso. Numa delas, o interlocutor envia fotos das armas adquiridas. O mesmo criminoso que negociou com as Farc teria movimentado, só em nove dias de outubro de 2015, mais de R$ 700 mil em contas bancárias de laranjas para pagar carregamento de armas e drogas.
O dinheiro, diz o MPF, era farto na organização criminosa, que operava armas e drogas na fronteira brasileira. A meta para a “caixinha” com a contribuição dos integrantes era de R$ 500 mil a R$ 1 milhão por mês. O dinheiro servia para financiar o tráfico internacional de drogas e como uma espécie de “previdência do crime”, destinada a integrantes presos e suas famílias, além do custeio de advogados. Para movimentar o dinheiro dos crimes praticados, a FDN usou contas de pessoas físicas e jurídicas e pagou 4% aos laranjas.
O MPF considera a FDN uma “complexa, de altíssima periculosidade, armada e bem estruturada organização criminosa, radicada no estado do Amazonas, voltada, especialmente, para prática de tráfico interno e internacional de drogas, além de homicídios, lesões corporais, corrupção de agentes públicos, lavagem de capitais, evasão de divisas, tráfico internacional de armas e tortura”.
No código de conduta da FDN, o “crime” de “pilantragem” pode ser punido com a morte. Segundo as “Doutrinas da Família”, documento apreendido pela PF, há comportamentos passíveis de “correção”. Segundo o MPF, a sanção pode ser tortura ou morte. No documento usado nas investigações contra membros da facção, o comando da FDN diz que tem como um dos objetivos a busca pela paz. “Porém, jamais fugiremos das guerras, quando elas se fizerem necessárias”, avisa.
COLEGIADO DECIDE PUNIÇÕES

Além de “irresponsabilidade ou qualquer tipo de pilantragem”, estão entre as condutas sujeitas a punição “agressões entre irmãos e companheiros”, “se apoderar indevidamente de áreas de irmãos”, “derramar sangue inocente” e “causar desavenças, intrigas ou desunião”. Também está incluído na lista o assassinato de membros da facção antes que o caso seja submetido ao conselho.
O colegiado, responsável por aplicar as sanções, é formado por “13 conselheiros do mais alto grau, aqueles que possuem total conhecimento de nossas regras, capacidade moral e senso de imparcialidade”.
Segundo o MPF, a facção age com “extrema violência” e costuma promover “um verdadeiro tribunal do crime que decreta sumariamente penas de morte a quem vá de encontro aos interesses da facção”. O “Estatuto da Família do Norte”, também apreendido, diz porém que “da união dos filhos desta terra nasce a Família do Norte, que tem como objetivo buscar a paz, a justiça e a liberdade para todos os que sonham com a igualdade entre os homens”.