TJ-SE PAGOU R$ 326 MIL A MAGISTRADO, EM JANEIRO
A folha de janeiro do Tribunal de Justiça do pobre Estado de Sergipe é reveladora dos “supersalários” investigados pelo Senado. Somente um desembargador recebeu R$ 326.446,21 líquidos, quase cem mil a mais que os R$224.002,66 pagos a uma desembargadora do mesmo tribunal. Os dados são públicos e estão disponíveis no Portal de Transparência do próprio TJ-SE. No total, onze desembargadores receberam entre R$ 117.713,36 e R$ 346.671,52 brutos, em janeiro.
PROCESSO ADMINISTRATIVO
Esses valores incluem “parcelas de indenização de férias não gozadas” e diferença salarial fixada em processo administrativo, informa o TJ-SE.
JUSTIÇA BEM PAGA
Um total de 23 juízes de Entrância Final receberam acima de R$100 mil, na folha de janeiro do Tribunal de Justiça de Sergipe.
FOLHA LOTÉRICA
Os ricos salários do TJ-SE têm uma curiosidade: nem mesmo o mais humilde dos 4.216 servidores recebeu menos de R$10 mil, em janeiro.

GESTÃO ANTERIOR
O TJ-SE informou que os valores foram pagos na gestão do presidente anterior do TJ-SE, do desembargador Luiz Antônio Araújo Mendonça.

Deu no Diário do Poder


PF cumpre mandados em MS em ação contra desvio de recursos públicos

Cinco mandados de prisão foram expedidos, na capital e em Maracaju. Operação 'Research' cumpre mandados em cidades do PR, MS e RJ.


A operação que apura desvios de recursos públicos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) cumpre mandados em Mato Grosso do Sul. Segundo a Polícia Federal (PF) são cinco mandados de prisão temporária, sendo 4 em Campo Grande e 1 em Maracaju, além de três mandados de busca e apreensão, também nas duas cidades.
A operação foi deflagrada nesta quarta-feira (15) no Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. A ação foi batizada de 'Research'.
Até as 9h, 27 pessoas já tinham sido presas, segundo a PF.
A reportagem da RPC apurou que em três anos a secretária da pró-reitoria de planejamento e orçamento Tânia Maria Catapan, que é alvo de mandado de prisão, é suspeita de desviar cerca de R$ 7,3 milhões em bolsas de pesquisas para 27 pessoas. Ela foi presa logo no início da manhã.
Conceição Abadia de Abreu Mendonça, que é chefe do setor de orçamento e finanças do mesmo setor, também está entre os presos.
Ao todo, foram expedidos 73 mandados judiciais, sendo 29 de prisão temporária, 8 de condução coercitivas, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento, e 36 mandados de busca e apreensão. Entre os alvos, estão dois funcionários públicos federais.
As prisões têm prazo de cinco dias e podem ser prorrogadas pelo mesmo período ou convertidas para preventivas, que é quando os presos ficam detidos por tempo indeterminado.
Investigações apuram repasse irregular de recursos
As investigações apuraram o repasse irregular de recursos mediante pagamentos sistemáticos, fraudulentos e milionários de bolsas a inúmeras pessoas sem vínculos com a universidade no período entre 2013 e 2016, segundo a PF.
Ainda conforme os policiais, há indícios concretos de fraudes em pagamentos de título de auxílio a pesquisadores, bolsas de estudo no país e no exterior a diversas pessoas que não tinham vínculo com a Universidade Federal do Paraná.
As cidades onde os mandados estão sendo cumpridos são Curitiba, Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Antonina, Francisco Beltrão e Ponta Grossa, no Paraná; Rio de Janeiro; e Campo Grande e Maracaju, no Mato Grosso do Sul.
O nome da operação, segundo a PF, é uma referência ao objetivo central das bolsas concedidas pela unidade, destinada a estudos e pesquisas pelos contemplados.
A operação é realizada em parceria com a Controladoria Geral da União e o Tribunal de Contas da União.


Forças Armadas irão reforçar o policiamento no Rio de Janeiro, anuncia Temer


O presidente Michel Temer autorizou nesta segunda-feira (13) o uso das Forças Armadas para auxiliar o policiamento nas ruas do Rio de Janeiro. O Estado enfrenta mobilização de mulheres dos policiais militares, que bloquearam alguns batalhões e companhias da PM para bloquear a entrada e saída de viaturas. Elas reivindicam melhores condições de trabalho para os agentes.
Temer participou de uma reunião na manhã de hoje com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, na qual ficou acertado o envio do reforço. A manifestação das mulheres dos policiais – inspirada em movimento realizado no Espírito Santo – teve início na sexta-feira (10).
No momento, o governo trabalha no planejamento da ação para decidir quantos militares serão enviados ao Estado ou deslocados para essas atividades. Também estão sendo estudados os locais em que atuarão e a data de início das ações, prevista inicialmente para terça-feira (14).
Na manhã de hoje, manifestantes acampadas bloquearam a saída do prédio do Batalhão de Choque, no Centro do Rio de Janeiro , onde funcionam unidades como o Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos.
Espírito Santo
Na semana passada, o presidente confirmou o envio das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança Pública ao Espírito Santo , estado que enfrenta, desde a última sexta-feira (3), uma onda de violência devido à paralização dos policiais militares.
Além de reajuste salarial, as famílias dos PMs pedem o pagamento de auxílio alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno. Também são denunciados o sucateamento da frota e falta de perspectiva de carreira.
Na sexta-feira, o presidente se posicionou publicamente pela primeira vez sobre o motim no Espírito Santo. Ele considerou a paralisação como “ilegal” e afirmou que o direito de reivindicar "não pode tornar o povo brasileiro refém" .
"O presidente conclama aos grevistas que retornem ao trabalho como determinou a Justiça e que as negociações com o governo transcorram dentro do mais absoluto respeito à ordem e à lei, preservando o direito e as garantias do povo que paga o salário dos servidores públicos, sejam eles civis ou militares", afirmou Temer, por meio de nota enviada à imprensa.

* Com informações da Agência Brasil
Cabral discursou contra fraude em dia de depósito de propina para ele
Para ex-governador, lavagem de dinheiro deveria ser combatida

RIO - O discurso de Sérgio Cabral, então governador do Rio, foi enfático: os jogos de azar poderiam ser legalizados no Brasil, desde que fossem criados mecanismos de combate à lavagem de dinheiro. Por uma ironia, uma transferência bancária feita naquela mesma quinta-feira, 8 de setembro de 2011, foi usada como prova contra Cabral. Na sexta-feira, ele se tornou réu pelo crime com o qual se mostrava preocupado.
O jogo no Brasil, se aberto e legalizado, poderia ser uma fonte de financiamento importante para vários setores. Bastaria criar instrumentos para coibir a lavagem de dinheiro, fazendo com que os recursos pudessem entrar formalmente nos tesouros nacional, estadual e municipal — defendeu Cabral, durante a inauguração da nova sede da Loterj.
Ao lado da mulher, Adriana Ancelmo — também ré e presa por lavagem de dinheiro —, o então governador posou para fotos segurando um cheque de R$ 1,5 milhão, valor que seria doado para o Hospital Pro Criança Cardíaca. Enquanto isso, US$ 4,6 milhões eram despejados em uma conta no Uruguai controlada pelos doleiros Marcelo e Renato Chebar.
Segundo o Ministério Público Federal, Cabral era o verdadeiro destinatário do dinheiro. A transferência partiu de uma conta no Panamá do empresário Eike Batista, acusado de pagar US$ 16,5 milhões em propina para o ex-governador em 2011. Dois anos depois, Cabral recebeu mais R$ 1 milhão de Eike, desta vez por meio do escritório de advocacia de Adriana Ancelmo.