Sucessor de Cabral e continuador da pilhagem no Palácio
Guanabara foi arrolado como testemunha pelos advogados do ex-governador.
O governador do Rio de
Janeiro Luiz Fernando Pezão (PMDB) vai prestar depoimento na tarde desta
quinta-feira (6), na condição de testemunha, em um dos processos da Operação
Lava Jato. O político foi arrolado pela defesa do ex-governador fluminense,
Sérgio Cabral, que está preso, acusado nesta ação penal de receber propina da
construtora Andrade Gutierrez.
O depoimento será
prestado por videoconferência. Pezão deverá estar na sede da Justiça Federal no
Rio de Janeiro. Ele será ouvido pelo juiz federal Sérgio Moro, que julga as
ações penais da Operação Lava Jato. O magistrado também deverá ouvir o
depoimento de Ricardo Zaratine, que foi arrolado pela defesa de Carlos Miranda,
sócio do ex-governador Sérgio Cabral.
Além de Cabral e Miranda,
o processo tem outros cinco réus. Entre eles, está a mulher do ex-governador,
Adriana Ancelmo, e o ex-secretário Wilson Carlos, que trabalhou no governo
fluminense na gestão de Cabral. Por parte da Andrade Gutierrez, são réus os
ex-executivos da empresa Rogério Nora de Sá e Clóvis Primo.
A ação penal apura o
suposto pagamento de propina a Cabral a partir do contrato da Petrobras com o
Consórcio Terraplanagem Comperj, formado pelas empresas Andrade Gutierrez,
Odebrecht e Queiroz Galvão.
"Os denunciados
Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, Wilson Carlos e Carlos Miranda receberam a
vantagem indevida, a qual foi paga em 3 (três) parcelas, a primeira, no dia 18
de outubro de 2008 e, as demais, possivelmente, nos dias 03 de março de 2009
(SP), 10 de março de 2009 (SP), 12 de janeiro de 2009 (RJ) e 14 de janeiro de
2009 (RJ). Em consequência da promessa e da vantagem indevida oferecida, e,
posteriormente, paga, Paulo Roberto Costa, em relação a licitações e contratos
celebrados pela Andrade Guiterrez com a Petrobras", diz trecho da
denúncia.
Segundo os procuradores
do MPF, Sérgio Cabral e Wilson Carlos praticaram atos de ofício com infração
aos deveres funcionais, no interesse da Andrade Gutierrez.
Da mesma foram, afirmaram
os procuradores, eles se omitiram na prática de atos de ofício que viessem
contra os interesses da empreiteira.
Conforme a investigação,
o contrato foi celebrado em 2008 no valor de R$ 819,8 milhões e recebeu cinco
aditivos, fazendo com que custo da obra subisse para R$ 1.179.845.319,30.