Dispositivo caiu no Oceano Pacífico, segundo o governo japonês.
Lançamento foi o primeiro após Conselho de Segurança da ONU aprovar novas
sanções ao país por unanimidade.
Coreia do Norte lançou
um míssil na direção leste a partir de uma área próxima da capital Pyongyang,
disseram nesta sexta-feira (15, pela hora local) autoridades japonesas e
sul-coreanas.
Segundo o Japão, o
projétil sobrevoou o país e caiu no Oceano Pacífico (veja mapa abaixo).
Em comunicado, o
Comando de Defesa Aeroespacial dos EUA (NORAD) disse se tratar de um míssil
balístico de alcance intermediário, que não ofereceu
riscos a Guam ou aos Estados Unidos, e que o lançamento ocorreu
a partir das proximidades de Sunan.
Os cidadãos japoneses
foram alertados para ficar longe de qualquer material que possa ser destroço de
míssil.
O gabinete presidencial
sul-coreano convocou imediatamente uma reunião do Conselho de Segurança
Nacional. As tropas do país realizavam um treinamento de mísseis balísticos no
Mar do Japão em resposta à provocação anterior do vizinho do norte.
O primeiro-ministro
japonês, Shinzo Abe, estava na India e está regressando ao Japão. Segundo a
Casa Branca, o presidente dos EUA, Donald Trump, já foi informado sobre o
lançamento.
No dia 28 de agosto, a
Coreia do Norte já havia
lançado um míssil balístico que sobrevoou o Japão, em uma trajetória
semelhante ao lançado nesta sexta, e também caiu no Oceano Pacífico. Naquela
ocasião, o projétil - provavelmente um Hwasong-12 - se partiu em três pedaços e
caiu a 1.180 km de Cabo Erimo, em Hokkaido. Ele teria percorrido uma distância
de 2.700 km a uma altitude de aproximadamente 550 km.
De acordo com uma
relação publicada pela agência sul coreana Yonhap, este foi o 14º lançamento de
míssil realizado pela Coreia do Norte em 2017, incluindo um que falhou. O
primeiro do ano aconteceu em 12 de fevereiro, com um Pukguksong-2, e o mais
recente tinha sido o de 28 de agosto.
Cinzas e escuridão
Nesta quinta-feira
(14), uma agência estatal afirmou que a Coreia do Norte ameaçou usar armas
nucleares para "afundar" o Japão e reduzir os Estados Unidos a
"cinzas e escuridão" por apoiar a resolução e sanções do Conselho de
Segurança da das Nações Unidas (ONU) contra o mais recente teste nuclear do
regime norte-coreano, segundo a Reuters.
O Comitê da Coreia para
a Paz na Ásia-Pacífico, que lida com os laços externos e propaganda da Coreia
do Norte, também pediu a dissolução do Conselho de Segurança, que chamou de uma
"ferramenta do mal" constituída por países "subornados" que
avançam sob ordem dos Estados Unidos.
"As quatro ilhas
do arquipélago devem ser afundadas no mar por uma bomba nuclear do Juche. O
Japão não é mais necessário para existir perto de nós", disse o comitê, em
comunicado divulgado pela agência de notícias estatal norte-coreana.
O Juche é a ideologia
governista da Coreia do Norte que mistura marxismo com uma forma de
nacionalismo isolado pregado pelo fundador do Estado, Kim Il Sung, avô do atual
líder norte-coreano, Kim Jong Un, ainda de acordo com a Reuters.
Novas sanções
O Conselho de Segurança
da Organização impôs, por unanimidade, a proibição das exportações de produtos
têxteis do país e limitou as importações de petróleo em 11 de setembro.
As novas sanções são
uma resposta ao sexto e mais poderoso teste nuclear do país dos últimos 11
anos, ocorrido em 3 de setembro, que marca mais um capítulo na escalada de
tensão na região. Segundo o governo da Coreia do Norte, o teste com uma bomba
de hidrogênio, que pode ser carregada no novo míssil balístico
intercontinental, foi 'bem-sucedido'.
Preocupada com a
situação na região, a comunidade internacional condena as ações e considera os
programas nuclear e balístico da Coreia do Norte violações contra as resoluções
da ONU. Face às novas sanções, o governo norte-coreano ameaçou acelerar os
programas nucleares do país.
A China, único aliado
real do regime, pressiona o governo econômica e diplomaticamente a se desarmar.
Porém, os Estados Unidos não descartam usar a força militar contra o regime
depois que a Coreia do Norte ameaçou atacar o território americano de Guam (uma
ilha no Pacífico em que os americanos mantêm uma base militar) e o Japão.