GANHANDO CORPO
PPS FAZ TÊS REUNIÕES COM HUCK E ABRE PORTAS PARA CANDIDATURA
O apresentador de TV
Luciano Huck participou nas últimas semanas de três reuniões com líderes do PPS
para discutir cenários eleitorais e a entrada no partido de membros do
movimento Agora!, do qual é participante. Os encontros trataram de eventual
candidatura do próprio Huck. Pessoas que participaram das reuniões
classificaram as conversas como "iniciais e promissoras".
Embora o PPS pretenda
divulgar sua posição em relação à sucessão do presidente Michel Temer (PMDB)
apenas em março, durante sua convenção nacional, líderes do partido confiam na
filiação do apresentador até o fim do ano.
Huck se reuniu
anteontem no Rio, na casa do economista Armínio Fraga, com o deputado federal e
presidente do PPS, Roberto Freire (SP), e o ministro da Defesa, Raul Jungmann.
Outras reuniões com Freire ocorreram em São Paulo e Brasília.
Ao ser questionada, a
assessoria de imprensa do apresentador divulgou nota na qual admite as
conversas políticas. "Como já foi dito, neste momento Huck não é
candidato. Porém, ele está fortemente ligado aos movimentos cívicos do Agora! e
Renova. É natural estar conversando com todas as esferas políticas, inclusive
com membros de partidos como o PPS. Uma posição pluripartidária. Ele tem muito
respeito pelo Freire, Jungmann e Cristovam (Buarque)".
O
"flerte" de Huck com o PPS se deu por meio do Agora!, movimento
formado por empresários, acadêmicos e profissionais liberais. Segundo o
cientista político e coordenador do Agora!, Leandro Machado, Huck chegou até
eles há cerca de um mês, por meio do irmão, o cineasta Fernando Gronstein, e
tem participado de debates e reuniões, ouvindo e expondo ideias. "Ele se
interessou por nosso projeto, que é o de um movimento cívico que pretende
reinventar o jeito de fazer política, principalmente evitando essa polarização
radical que tem prejudicado o Brasil."
"O que existe de
concreto é que membros do Agora! serão candidatos a deputado federal. Por outro
lado, não tem nada definido sobre uma candidatura de Luciano Huck. Tampouco sei
se ele realmente será candidato", disse.
ELE DIZ SER NATURAL CONVERSAR COM TODAS AS ESFERAS POLÍTICAS
Machado confirmou que o
Agora! tem dialogado com o PPS, mas disse que conversas também estão sendo
realizadas com a Rede e o Livres (ex-PSL). O movimento discute internamente se
vai lançar candidatos por um só partido ou distribuí-los por diversas legendas.
PPS e Rede não negam conversas com o Agora! e outros movimentos. Já o Livres
(ex-PSL) afirmou, em nota, que "não houve qualquer contato com Huck. No
entanto, se ele for candidato, os dirigentes o consideram um bom quadro".
Entrave
Embora as conversas com
o PPS estejam avançando, existem entraves. O principal deles é a ligação de
Freire com o governador de São Paulo e provável candidato tucano à Presidência,
Geraldo Alckmin. O presidente do PPS tem uma dívida política com Alckmin.
O governador
"puxou" quatro deputados para o seu secretariado e, com isso,
permitiu que Freire assumisse um mandato na Câmara. Ou seja, tudo caminhava,
tranquilamente, para o PPS apoiar Alckmin em 2018. Além disso, uma parcela
pequena do partido quer lançar o senador Cristovam Buarque como candidato a
presidente.
Cresce corrente que quer Meirelles candidato à presidência
Com o iminente
desembarque do PSDB, cresce no Palácio a corrente que quer Henrique Meirelles
como o candidato do governo em 2018, numa aliança PSD-PMDB. Temer, que não era
fã, passou a gostar da ideia.
Em julho,
Temer considerou desleal o ministro sinalizar a interlocutores que aceita
permanecer na Esplanada mesmo se o presidente tivesse sido afastado após a
gravação de Joesley Batista.
Presos de 34 cadeias em 7 Estados fazem motins e greve de fome
Governos dos Estados de Mato Grosso,
Acre e Pará associam os atos a ordens de facções criminosas
Detentos de ao menos
34 presídios estaduais e federais, em sete Estados do país, promovem
rebeliões e protestos com greve de fome. Governos dos Estados de Mato Grosso,
Acre e Pará associam os atos a ordens de facções criminosas – os detentos
reivindicam melhores condições de instalação. No caso mais grave, em Cascavel,
no Paraná, dois presidiários foram assassinados e três agentes penitenciários
foram mantidos como reféns. O último em posse dos detentos foi libertado na
manhã deste sábado (11), e a polícia já conseguiu retomar o presídio para fazer
uma vistoria no local.
Nos demais Estados, os
protestos dos presidiários não resultaram em mortes. Detentos do Pará, do Acre,
do Rio, de Mato Grosso, de Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Norte fazem
greve de fome. Em todos os Estados, os governos locais afirmam que a
alimentação continua a ser fornecida à população carcerária.
Segundo o Ministério da
Justiça, há registro de protesto nos quatro presídios federais: Catanduvas
(PR), Campo Grande (MS) e Mossoró (RN). Ao todo, 112 presos dessas unidades se
recusam a receber alimentação. Somados, os presídios têm 379 detentos. “Eles
dizem que procedem deste modo por serem contra a ‘opressão do sistema
penitenciário federal’. Cabe ressaltar que os presos que estão no sistema
penitenciário federal não sofrem nenhum tipo de opressão”, diz o ministério.
Em Mato Grosso, 26
presos explodiram um muro e fugiram da penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, a
218 quilômetros de Cuiabá, que vinha registrando greve de fome entre os
detentos desde o início da semana. Segundo eles, faltam medicamentos, dentista
e médicos especialistas principalmente para o tratamento de tuberculose.
Comando Vermelho
No Rio, a greve de fome
atinge 12 presídios do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona
oeste. O protesto começou na quarta-feira. Os presos envolvidos no protesto
ficam em espaços destinados a internos da facção Comando Vermelho (CV), maior
facção criminosa fluminense.
O Acre tem uma unidade
com detentos em greve de fome. É o Presídio Francisco D’Oliveira Conde, em Rio
Branco. “A greve de fome está em consonância com a ordem que partiu de uma
determinada organização criminosa que atua em todo país”, diz o Instituto de
Administração Penitenciária do Acre. Já o Pará tem 17 unidades, das 46 no
Estado, em paralisação.
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