Governos dos Estados de Mato Grosso,
Acre e Pará associam os atos a ordens de facções criminosas
Detentos de ao menos
34 presídios estaduais e federais, em sete Estados do país, promovem
rebeliões e protestos com greve de fome. Governos dos Estados de Mato Grosso,
Acre e Pará associam os atos a ordens de facções criminosas – os detentos
reivindicam melhores condições de instalação. No caso mais grave, em Cascavel,
no Paraná, dois presidiários foram assassinados e três agentes penitenciários
foram mantidos como reféns. O último em posse dos detentos foi libertado na
manhã deste sábado (11), e a polícia já conseguiu retomar o presídio para fazer
uma vistoria no local.
Nos demais Estados, os
protestos dos presidiários não resultaram em mortes. Detentos do Pará, do Acre,
do Rio, de Mato Grosso, de Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Norte fazem
greve de fome. Em todos os Estados, os governos locais afirmam que a
alimentação continua a ser fornecida à população carcerária.
Segundo o Ministério da
Justiça, há registro de protesto nos quatro presídios federais: Catanduvas
(PR), Campo Grande (MS) e Mossoró (RN). Ao todo, 112 presos dessas unidades se
recusam a receber alimentação. Somados, os presídios têm 379 detentos. “Eles
dizem que procedem deste modo por serem contra a ‘opressão do sistema
penitenciário federal’. Cabe ressaltar que os presos que estão no sistema
penitenciário federal não sofrem nenhum tipo de opressão”, diz o ministério.
Em Mato Grosso, 26
presos explodiram um muro e fugiram da penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, a
218 quilômetros de Cuiabá, que vinha registrando greve de fome entre os
detentos desde o início da semana. Segundo eles, faltam medicamentos, dentista
e médicos especialistas principalmente para o tratamento de tuberculose.
Comando Vermelho
No Rio, a greve de fome
atinge 12 presídios do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona
oeste. O protesto começou na quarta-feira. Os presos envolvidos no protesto
ficam em espaços destinados a internos da facção Comando Vermelho (CV), maior
facção criminosa fluminense.
O Acre tem uma unidade
com detentos em greve de fome. É o Presídio Francisco D’Oliveira Conde, em Rio
Branco. “A greve de fome está em consonância com a ordem que partiu de uma
determinada organização criminosa que atua em todo país”, diz o Instituto de
Administração Penitenciária do Acre. Já o Pará tem 17 unidades, das 46 no
Estado, em paralisação.
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