Os protestos anti Israel quanto a Jerusalém


























Hamas planeja protestos palestinos em Jerusalém, na Cisjordânia, disparando foguetes  em Gaza
O Hamas está satisfeito em ter orquestrado o dia mais letal da violência palestina em Gaza desde 2014 - apesar de custar mais de 50 vidas de palestinos e 1.000 feridos. O objetivo declarado do grupo terrorista era ofuscar a inauguração da primeira embaixada dos EUA em Jerusalém naquele dia, mas também pegar a tocha palestina do presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas e seu partido Fatah em Ramallah e colocar os palestinos de volta na agenda internacional urgente. . Enquanto isso, cerca de 40 mil palestinos resistiram por 12 horas na segunda-feira contra as FDI, e pelo menos 35 incêndios provocados por pipas flamejantes incineraram as plantações agrícolas de Israel. A perspectiva do Hamas não reconhece seus fiascos. Na verdade, apesar do fluxo de caixa do Irã e da organização detalhada, eles não conseguiram atingir sua meta de 100.000 manifestantes. E os amotinados, embora constantemente instigados a abrir caminho, falharam sequer uma vez em romper a cerca da fronteira entre Gaza e Israel ou violar qualquer posição da FDI alinhada para proteger a fronteira.
Nem houve protestos substanciais em outras áreas palestinas, especialmente em Jerusalém, Judéia e Samaria. Os estrategistas do Hamas estão, portanto, em um dilema sobre como proceder em seguida com a sua “Marcha de Retorno” de oito semanas. Na terça-feira, os palestinos marcam Naqba (o desastre). Embora Abbas tenha declarado três dias de luto nacional pela perda de vidas palestinas na Faixa de Gaza, o Hamas não pode ter certeza de que continuará com os sangrentos conflitos de Gaza em Jerusalém, Judéia e Samaria. Se o fizessem, o Hamas seria capaz de diminuir as chamas em Gaza. Enquanto isso, na noite de segunda-feira, os acampamentos para os manifestantes foram desmantelados e o Hamas se preparou para a opção de mudar de tentativas de invadir a fronteira para um possível incêndio de foguetes.
Durante o dia, Hassan Nasrallah, do Hezbollah, prometeu aos líderes do Hamas uma grande manifestação na terça-feira no sul do Líbano, juntamente com uma corrida para romper a fronteira libanesa-israelense na cidade de Metullah, no extremo norte de Israel. A esse respeito, as fontes militares do DEBKAfile notam que o fogo de foguetes não necessariamente vem do Hamas na Faixa de Gaza, como aconteceu há oito anos. Um aliado pode empreender tais ataques, como células da Irmandade Muçulmana ou terroristas do Estado Islâmico no Sinai para pagamento. Elementos iranianos baseados na Síria também poderão intervir, uma opção sugerida por Nasrallah no discurso que ele fez na segunda-feira, quando disse que Israel receberá o devido troc por seus ataques aéreos na Síria - não apenas no Golã, mas no interior do país. .
Foguetes capazes de atingir o centro de Israel estão em posse do Irã, do Hezbollah, da Síria e do Hamas. Nas próximas horas, uma decisão pode ser tomada sobre qual desses inimigos nas fronteiras de Israel será escolhido para lançá-los. Enquanto isso, o Hamas não cederá às suas tentativas de achatar a fronteira entre Gaza e Israel para uma grande invasão de palestinos empenhados no terror.


Fantástico: as revelações do presidente Figueiredo - 26/12/1999

GOVERNO PEDIRÁ AOS EUA LIBERAÇÃO DE DOCUMENTOS DA CIA SOBRE A DITADURA

EX-PERSEGUIDO NA DITADURA, ALOYSIO NUNES QUER TODA VERDADE
O CHANCELER DEU INSTRUÇÕES À EMBAIXADA DO BRASIL EM WASHINGTON A SOLICITAR A LIBERAÇÃO DOS DOCUMENTOS. (FOTO: AGÊNCIA BRASIL)

 O Ministério das Relações Exteriores vai pedir ao governo dos Estados Unidos a liberação dos documentos produzidos pela Agência Central de Inteligência (CIA, sigla em inglês) sobre a ditadura civil-militar no Brasil. O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, ele próprio um ex-perseguido do regime militar, instruiu a embaixada brasileira em Washington, nos EUA, a solicitar a liberação completa dos registros sobre esse tema.
A medida é em resposta à solicitação do Instituto Vladimir Herzog, que enviou uma carta na última sexta-feira (11) ao Itamaraty pedindo que o governo federal a liberação dos documentos que registram a participação de agentes do Estado brasileiro em ações de tortura ou assassinato de opositores do regime.
A carta é assinada por Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, morto durante a ditadura. Na época, o Exército divulgou a versão de que o jornalista teria cometido suicídio na prisão.
Documentos que vieram a público, na semana passada, mostram novos fatos sobre a participação do Estado na execução e tortura de opositores da ditadura. De acordo com registros da CIA, os generais Ernesto Geisel, presidente do Brasil à época, e João Figueiredo, então diretor do Serviço Nacional de Informações (SNI), e que assumiu a Presidência da República depois de Geisel, sabiam e concordaram com execução sumária de “inimigos” da ditadura militar no Brasil.
Também participaram da reunião em que Geisel foi informado da política de execução, os generais Milton Tavares de Souza, então comandante do Centro de Inteligência do Exército (CIE) e seu sucessor, Confúcio Avelino.
Datado de 11 de abril de 1974, o documento, assinado pelo então diretor da CIA, Willian Colby, e endereçado ao então secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger, diz que Geisel foi informado, logo após assumir a Presidência da morte de 104 pessoas opositoras da ditadura no ano anterior.
O informe relata ainda que após ser informado, Geisel manteve a autorização para execuções sumárias, adotada durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). Geisel teria feito a ressalva de que os assassinatos só ocorressem em “casos excepcionais” e envolvendo “subversivos perigosos”.
“O senhor, assim como nossa família, sabe o que foi o terror e a violência promovida pela Ditadura Brasileira. Uma nação precisa conhecer a sua história oficialmente para ter políticas públicas que previnam que os erros do passado se repitam”, diz a carta assinada pelo filho de Herzog e dirigida ao ministro Aloysio Nunes.


Motivos para executar Marielle






















Investigações incluem vereador, policial militar e miliciano preso entre os prováveis autores do assassinato que coroa o domínio de uma estrutura criminosa capaz de controlar o Rio de Janeiro mesmo com a intervenção federal na Segurança do estado

O local onde a vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes foram assassinados, em 14 de março, no Estácio, região central do Rio de Janeiro, foi tomado por um clima de deferência na noite da quinta-feira 10. Por mais de cinco horas, ali foi encenada a reconstituição do crime — etapa fundamental para a elucidação de um atentado que comoveu o País e o mundo, além de expor a falência do poder público no estado e revelar as entranhas de uma organização criminosa que controla serviços, verbas e votos em boa parte do Rio de Janeiro. Mais que a execução de uma vereadora combativa, o atentado contra Marielle demonstrou o imenso desafio de recuperar a cidade e o estado das mãos de bandidos que visivelmente não se abalaram sequer com a intervenção federal na Segurança Pública fluminense. Pelo contrário, fizeram do cadáver de Marielle um troféu que coroa seu poderio e certeza de impunidade.
Para a reconstituição da cena do assassinato foram foram destacados 200 homens do Exército, Polícia Militar, companhia de trânsito e guardas municipais para a realização da reconstituição. Três ruas foram fechadas em um perímetro de cerca de um quilômetro. Plásticos pretos cobriram a cena, grades mantiveram longe as pessoas que não tinham ligação direta com o fato e sacos de areia foram espalhados para absorver os projéteis. “Essas testemunhas voltam no cenário dos acontecimento e é importante através das percepções auditivas e visuais delas reconstruir toda a dinâmica do crime e levantarmos qual o armamento empregado”, disse o delegado da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro, Giniton Lages. “Nós não temos imagens do momento em que o crime ocorreu. Nós contamos com as testemunhas presenciais. Elas foram localizadas e estão presentes no inquérito, já fazem parte do arcabouço probatório do inquérito.”





















Carro alvejado para simular modo como Marielle e Andreson foram mortos. No local, um muro foi pintado com o retrato dela, que se espalha pela cidade e pelo mundo como símbolo de luta
Na semana passada, tornou-se evidente que os responsáveis pelos assassinatos foram integrantes de milícias. Passados dois meses do crime, a dificuldade em encontrar os culpados confirma não apenas a incapacidade do Estado de lidar com uma crise de segurança como revela que o poder das milícias não é mais “paralelo”, ele é o que restou ao Rio — e a Marielle foi morta por ter ameaçado esse domínio. Uma testemunha ouvida pela polícia afirmou que o assassinato foi planejado pelo vereador Marcello Siciliano (PHS) e pelo ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, acusado de chefiar uma milícia no bairro de Curicica. A delação foi obtida pelo jornal O Globo. A testemunha, um homem que está sob proteção policial, deu três depoimentos. Ex-participante de um grupo paramilitar, ele disse que presenciou quatro diálogos entre Siciliano e Araújo para tratar do crime. A trama para matar Marielle teria começado em junho do ano passado. Num desses encontros, realizado em um bar na Avenida das Américas, no bairro do Recreio, Siciliano teria dito que Marielle estava lhe atrapalhando e cobrou de Araújo uma solução para o problema. A testemunha, que trabalhou por dois anos como segurança de Araújo, também forneceu os nomes dos quatro homens que estavam no carro de onde saíram os tiros que mataram a vereadora, entre eles um PM do 16º Batalhão de Olaria, um ex-PM da Maré e outros dois homens. Atualmente preso em Bangu, Araújo estava foragido e acabou sendo preso em uma operação policial realizada em outubro.


O AMIGO E OS INIMIGOS O responsável pelas investigações e suspeitos de integrar milícias (abaixo): Marielle é um cadáver dessa guerra (Crédito: Vanessa Ataliba)

























INVESTIGADOS Raul Jungmann confirma que há suspeitas sobre miliciano (de costas) e Marcello Siciliano (abaixo)



“A minha relação com a Marielle era muito boa, não estou entendendo por que esse factóide foi criado” Marcello Siciliano, verdeador (PHS) citado em delação de testemunha (Crédito:Carlos de Souza)
 Uma testemunha forneceu os nomes dos quatro homens que estavam no carro de onde saíram os tiros que mataram a vereadora, entre eles um PM do 16º Batalhão e um ex-policial
O delator informou que a desavença entre Siciliano e Marielle foi motivada pelo avanço do trabalho comunitário da vereadora em áreas da zona Oeste do Rio de interesse da milícia, mas ainda dominadas pelo tráfico. Araújo funcionava como braço operacional do vereador na região. Segundo ele, Araújo mandava na comunidade da Vila Sapê, em Curicica, que está em guerra contra os traficantes da Cidade de Deus. Marielle teria passado a apoiar os moradores da Cidade de Deus e entrado em conflito com o vereador e o ex-PM. As duas partes passaram a se enfrentar por meio de associações de bairro e Araújo sentiu seu poder ameaçado pela combatividade de Marielle. Ele teria dado a ordem para a execução da vereadora um mês antes do crime. Ordenou que gente de sua confiança cuidasse da clonagem de um carro – o Cobalt prata usado no assassinato – e que realizasse um levantamento das rotinas e dos trajetos que a Marielle costumava fazer antes de chegar e depois de sair da Câmara Municipal.

 Na quinta-feira 10, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que comanda a intervenção na segurança do Rio, ratificou a informação e confirmou que Siciliano e Araújo são, de fato, investigados pela polícia. “O que eu posso dizer é que estes e outros são investigados e que a investigação do caso Marielle está chegando a sua etapa final. Acredito que em breve nós vamos ter resultados”, disse o ministro.
Crime semelhante
Os acusados se defendem. O miliciano Orlando Oliveira de Araújo negou as acusações por meio de uma carta. Nela, nega a participação no crime e afirma que “nunca tinha ouvido falar” em Marielle. “Informo também que nunca estive com o vereador [Marcello] Siciliano em nenhuma oportunidade”. O ex-policial militar foi preso por um crime semelhante ao que resultou na morte de Marielle. Em 2015, três homens teriam participado de uma perseguição a carro e matado Wagner Raphael de Souza, o Dádi, a mando do ex-PM. Uma das vítimas sobreviveu e contou que Dádi “não baixava a cabeça” para a milícia e que era uma pessoa muito forte na comunidade, o que o tornou perigoso rival da facção. Araújo é acusado de chefiar milícias em comunidades da zona oeste do Rio. O faturamento da quadrilha seria de cerca de R$ 215 mil por mês. O crime pelo qual ele está preso teria sido causado pelo fato de a vítima não ter pedido autorização para alugar um terreno.
Durante entrevista coletiva na quarta-feira 9, o vereador Marcello Siciliano afirmou que a acusação contra ele é mentirosa. “A minha relação com a Marielle era muito boa, não estou entendendo por que esse factóide foi criado”, disse. O vereador também afirmou que estava sendo massacrado nas redes sociais e que não é possível dar muitos créditos para a fala de uma pessoa que não se sabe “nem a credibilidade que tem.” Para mostrar proximidade com a vereadora morta a tiros, ele disse que ela esteve até no aniversário dele.
“Nós contamos com as testemunhas presenciais. Elas foram localizadas e fazem parte do arcabouço probatório do inquérito”
Giniton Lages, delegado da Divisão de Homicídios do Rio de Janeiro
Indicado ao nobel da paz
Filiado ao Partido Humanista da Solidariedade (PHS), Siciliano tem 45 anos, é casado desde os 19 e pai de quatro filhos. Sempre que possível, ele exalta sua relação com a família em entrevistas e pronunciamentos. Uma de suas bandeiras nas eleições foi a urgência de uma “nova política”. Em 2010, ele foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz por sua atuação como empresário e envolvimento em ao menos seis projetos sociais. Uma fonte muito próxima de Marielle e que colabora com as investigações também desconfia da veracidade do testemunho anônimo. “Esse depoimento é muito estranho. O mandato de Marielle não tinha ligações com Jacarepaguá e a zona oeste. Além disso, um miliciano não chega em um lugar público e fala nomes de pessoas que quer matar”, disse com a condição de não ser identificada. “É lamentável o vazamento em uma investigação como essa. Temos que tomar cuidado porque quem permitiu isso tinha algum interesse”, diz Marcelo Freixo, deputado estadual do Rio de Janeiro pelo PSOL.
Ivan Marques, diretor executivo do Instituto Sou da Paz, também teme pelo andamento das investigações após o vazamento. “Os casos não podem virar espetáculos. A polícia tem de prestar contas à população e a população precisa ter o mínimo de confiança na polícia”, diz ele, para quem o assassinato de Marielle pode ser uma mensagem clara de que quem manda no Rio de Janeiro é o crime – e ele não quer ser desafiado. As décadas de ineficiência e falta de fiscalização do poder público no Rio de Janeiro abriram brechas para a atuação do crime organizado e da própria polícia, que encontrou nesse vácuo de poder oportunidades de abrir negócios lucrativos. O crime se expandiu para a oferta de serviços básicos à população, como entrega de gás e transporte, o mais rentável deles. “O Estado deixou de investir em comunidades para priorizar outras áreas, mas agora o preço a pagar é muito mais alto. Praticamente um terço da população está sujeita a pequenos ditadores das comunidades”, diz José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública e coronel reformado da Polícia Militar de São Paulo. Foi essa ditadura que assassinou Marielle.
Ativistas silenciados
Antes do Caso Marielle, os assassinatos de outros dois ativistas provocaram repercussão internacional. Em 1988, o líder sindical e ambientalista Chico Mendes foi executado, aos 44 anos, com tiros de escopeta em sua casa, em Xapuri, Acre. Mendes defendia os interesses dos seringueiros e formas sustentáveis de extrativismo florestal. Em 2005, a missionária católica norte-americana Dorothy Stang, de 73 anos, foi abatida em uma estrada remota, em Anapu, Pará. Ela atuava ao lado de trabalhadores rurais em uma área de intensos conflitos fundiários. Ambos foram executados a mando de fazendeiros que acabaram condenados pela Justiça. Um relatório da Anistia Internacional divulgado em dezembro mostrou que 58 ativistas ambientais e dos direitos humanos foram mortos no Brasil entre janeiro e agosto de 2017. Em 2016, foram 66 assassinatos.