Haddad: PT vai recorrer à ONU e ao STF para garantir candidatura de Lula


Após visitar ex-presidente na sede da Polícia Federal, onde está preso em Curitiba, candidato a vice disse que partido vai entrar com recurso e pedido de liminar na terça-feira no Supremo para manter Lula candidato

Rio - Após visitar Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba, o candidato a vice-presidente Fernando Haddad (PT) afirmou que a coligação O Povo Feliz de Novo (PT/PCdoB/Pros) vai recorrer ainda nesta segunda-feira à ONU e nesta terça-feira no Supremo Tribunal Federal (STF), com pedido de liminar, para manter a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. 

Por 6 votos a 1, o plenário do TSE decidiu barrar a candidatura de Lula  na madrugada de sábado por considerá-lo ficha-suja em decorrência de sua condenação em segunda instância pela Justiça Federal. Desde 7 de abril, o ex-presidente cumpre, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, a pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, imposta a ele pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) no caso do triplex em Guarujá (SP).

Segundo Haddad, serão feitos dois recursos no STF com pedido de liminar tanto na esfera eleitoral quanto na esfera criminal para que o ex-presidente Lula possa ter candidatura à Presidência registrada no prazo de dez dias.
Na decisão de sábado, o TSE determinou que a coligação substituísse o nome de Lula em dez dias.
“Conforme anunciado, a intenção do partido era recorrer da decisão do TSE” disse Haddad.

“Hoje nós expusemos ao presidente Lula todas as possibilidades jurídicas à disposição e ele tomou a decisão de: em primeiro lugar peticionar junto à ONU para que se manifeste sobre a decisão das autoridades brasileiras em relação a determinação do Comitê. Em segundo lugar de peticionar junto ao STF com pedidos de liminar tanto na esfera eleitoral quanto na esfera criminal, para que ele tenha o direito de registrar sua candidatura”, disse.

“Nós não imaginávamos que o Brasil contrariaria uma determinação de um organismo internacional e um tratado que nós subscrevemos e que foi aprovado pelo Congresso Nacional. Nosso entendimento era que Brasil reconheceria os direitos políticos do ex-presidente Lula”, disse Haddad.

Nesta segunda-feira o ministro Luís Felipe Salomão, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que o PT suspenda a veiculação de propaganda no horário eleitoral que apresenta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato à Presidência da República. Na decisão liminar (provisória) ele estipulou multa de R$ 500 mil em caso de descumprimento.

Sobre a decisão, Haddad disse que adiou agenda no Rio Grande do Sul para ir à São Paulo fazer ajustes para que a campanha da coligação esteja de acordo com a decisão do TSE. Ele falou que Lula poderá aparecer em 25% do tempo de propaganda eleitoral, e ele, como vice, pode figurar em 100% do programa. 


Casal que confessou matar comerciante no RJ é solto e delegado desabafa em rede social: 'saíram pela porta da frente'


Após 30 horas de buscas, suspeitos foram liberados depois que juiz de plantão alegou falta de urgência no pedido de prisão em Petrópolis, afirma a polícia.

Após 30 horas de buscas, um casal suspeito de assaltar e matar a facadas a comerciante Maria das Graças de Carvalho Bravo, de 54 anos, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, foi liberado pela Justiça depois que o juiz de plantão alegou falta de urgência no pedido de prisão, segundo a polícia.
De acordo com a Polícia Civilos dois suspeitos foram localizados no sábado (1º) em Paty do Alferes, no Sul Fluminense, e confessaram o crime. O caso aconteceu em uma padaria em Côrreas na sexta-feira (31).
Claudio Batista, delegado titular da 105ª DP, postou um depoimento na rede social da delegacia relatando que o juiz de plantão alegou que não havia "justificada urgência" para representar o pedido de prisão contra os suspeitos de latrocínio (roubo seguido de morte).
Ainda de acordo com o delegado, o Ministério Público já havia pedido a prisão temporária de 30 dias contra os suspeitos no sábado (1º). Na decisão, o órgão reúne informações de testemunhas que viram o casal fugir.
Segundo as investigações, o homem levou cerca de R$ 300 da vítima, a agrediu com várias facadas e fugiu em seu próprio carro com a ajuda de sua companheira, que era vizinha da vítima.
"Após horas de espera, manifestação favorável do Ministério Público, em dois parágrafos, o excelentíssimo senhor juiz citava resolução do Conselho Nacional de Justiça para dizer que sequer iria apreciar a representação por não haver urgência", lamentou o delegado.
Claudio disse ainda que, enquanto aguardavam a decisão, os suspeitos confessaram o crime na delegacia.
"A decepção dos policiais envolvidos só não era maior do que a felicidade do casal com a notícia de que sairiam pela porta da frente da delegacia depois de terem entrado pelos fundos", contou.
O caso também chamou a atenção do chefe do Departamento Geral de Polícia do Interior, o delegado Alexandre Ziehe.
Ao G1, ele falou sobre o assunto.
"Houve latrocínio, ele (delegado titular) fez a representação e mandou para o juiz de plantão que não viu urgência na prisão dos latrocidas confessos. Saíram rindo pela porta da frente. É preciso dar visibilidade a isso para mostrar que há juízes totalmente descomprometidos com a causa pública. Se um latrocínio em Petrópolis, com dois autores presos e confessos não é grave, eu não sei mais o que é grave", questionou.
Sobre a possibilidade de fazer um novo pedido de prisão contra os suspeitos, Claudio Batista explicou que a representação "será feita sobre outro crivo".
"Vai ficar uma sensação de impunidade, isso é inevitável. A prisão é uma medida cautelar que pode acontecer em flagrante ou em virtude de uma ordem judicial. Agora, vamos dar continuidade às investigações e, ao final do inquérito, poderemos decidir", afirmou.
O G1 também entrou em contato com o Tribunal de Justiça e aguarda um posicionamento sobre o assunto.