Ambientalista Radical Estudou, Percebeu que o Alarmismo é Blefe e Pediu Perdão
domingo, 24 de maio de 2015 |
Mas ele fez uma coisa inusual. Um crime horrível: estudou! E estudou a matéria contra a qual montou seu alarmismo demagógico.
Ele teve a honradez de reconhecer que errara feio. A embriaguez dos aplausos leva a cair em deslizes desses. Mas na conferência anual dos agricultores britânicos ele pronunciou um autêntico mea culpa.
Nota Blog Anti-NOM: apesar de ter cedido aos apelos ambientalistas, sua troca de posição em relação aos transgênicos é muito suspeita. Para saber porque os transgênicos, na forma como estão, são um problema, veja os posts neste link.
E passou a apoiar os OGM (organismos geneticamente modificados, como certas sementes) que outrora combatia como o diabo: “Eu estava errado, sinto muito”, disse ele, segundo a revista italiana Tempi.
“Eu achava que os OGM aumentariam a utilização de agentes químicos; que beneficiariam apenas as grandes empresas; que ninguém os queria; que eram perigosos. Estou aqui para pedir desculpas.
“Sinto muito ter passado anos e anos ajudando o movimento anti-OGM a crescer nos anos 90. Eu sou um ambientalista e estava errado em toda a linha”, reconheceu valentemente.
Mark Lynas é autor de dois livros sobre o aquecimento global e um sobre os OGM. The God Species: Saving the Planet in the Age of Humans (As espécies de Deus: salvando o planeta na era dos humanos), lhe valeu ser comparado ao “profeta” do catastrofismo James Lovelock por The Guardian.
Mas na Oxford Farming Conference, conferência anual dos agricultores britânicos, em janeiro de 2013, ele foi sincero.
“Vocês – disse Lynas – poderão se perguntar o que aconteceu entre 1995 e hoje para me fazer mudar de ideia e, sobretudo, vir aqui para reconhecê-lo.
“Bem, a resposta é muito simples: descobri a ciência e agora desejo ter-me tornado um ambientalista melhor.”
Mark desqualificou as ONGs Greenpeace e Soil Association como órgãos de “ideologia”:
“Naquela época nós não percebíamos que as OGM não eram Frankenstein, mas sim o eram a nossa reação contra os OGM, quer dizer, um movimento anticientífico, não obstante ter empreendido a campanha mais eficaz de que participei”.
A mudança de Mark começou após a publicação de seu segundo livro em 2008. Um comentário a um de seus artigos no Guardian lhe fez notar: “Você é contra os OGM porque eles são comercializados por grandes empresas. Você também é contra a roda porque ela é comercializada pelas montadoras?”
A ironia estimulou Mark, que começou a estudar cientificamente os OGM, suas propriedades e efeitos.
Foi assim que desabou o muro de preconceitos caprichosos detrás do qual Mark se entrincheirava.
Então ele descobriu que os OGM “não são contra a natureza”, mas pelo contrário, permitem diminuir o uso dos agrotóxicos, e que “é mais provável que um asteroide caia na nossa cabeça do que um alimento OGM nos faça mal”.
Mark descobriu um “consenso científico de ferro” em favor dos OGM. Ele explicou que se faz campanha de silêncio sobre esse consenso científico porque vai contra a construção abstrusa das ONGs verdes radicais.
“Superpopulação: um outro mito que deve ser desfeito
Mas há sobretudo um enorme mito que deve ser desfeito, disse Mark.
Mark Lynas cometeu o "crime" antiecológico de estudar
e largou o insustentável alarmismo.
“Nos próximos anos deveremos prover a alimentação de 9,5 bilhões de pessoas (…). O pessoal acha que o problema são as altas taxas de natalidade nos países em via de desenvolvimento. Em outras palavras, que os pobres têm muitos filhos e por causa disso temos necessidade da planificação familiar. A realidade, porém, é que a fertilidade média mundial caiu a 2,5% e o índice para manter a população é de 2,2%.
“De onde provém o enorme crescimento da população? Do fato de morrerem cada vez menos crianças, e essa é uma das melhores notícias de nossa década.”
Mas se haverá mais pessoas no mundo, será preciso melhorar a produção de alimentos para atender a todos. E aqui entra em foco o potencial benéfico dos OGM.
“Cito uma frase de Norman Borlaug [Prêmio Nobel da Paz chamado de ‘o homem que salvou um bilhão de vidas’ pela promoção da agroindústria]: ‘O mundo hoje tem uma tecnologia para alimentar de modo sustentável uma população de 10 bilhões de pessoas. A pergunta mais importante é esta: será permitido aos agricultores usar essa nova tecnologia?’”.
Essa pergunta é crucial, pois a animosidade contra o agronegócio é militante.
Em quase toda Europa está proibida a produção de OGM, fato que gera uma enorme perda de dinheiro, qualidade e quantidade. E isso é sobremaneira verdadeiro nos países pobres.
Por isso Mark encerrou sua conferência dizendo:
Esperança certa de vencer a fome no mundo:
lavouras transgênicas avançam no Brasil
e já ocupam área de mais de 42 milhões de hectares.
“A minha mensagem ao lobbies anti-OGM, (...) é esta: vocês têm o direito de pensar como bem entendem, mas devem saber a partir de agora que suas teses não são sufragadas pela ciência.
“Pela salvação do planeta e das pessoas, chegou o momento de vocês serem postos de lado e permitirem que se comece a solucionar a fome do mundo de modo sustentável. Obrigado.”
O discurso de Mark Lynas foi pronunciado em janeiro de 2013 – há mais de dois anos –, com base em dados científicos bem consolidados havia ainda mais anos.
Quem no Brasil lhe deu a adequada e merecida divulgação? Como explicar a ojeriza com que o governo e as ONGs brasileiras recebem os OGM? Nem pensar no MST e outros tentáculos da CNBB, enraivecidos com o progresso do agronegócio.
Na próxima encíclica anunciada pelo Vaticano, os OGM terão o merecido apoio, especialmente da parte eclesiástica que se diz tão preocupada pelos pobres e pela fome no mundo?
Queira Deus que o inumano e anticientífico erro ambientalista não desmoralize esse aguardado documento pontifício.
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