PERCIVAL PUGGINA
Insegurança generalizada,
permanentes riscos de lesão física e patrimonial, indisciplina nos colégios,
baixíssimo rendimento escolar, desrespeito a pais e professores, promiscuidade,
gravidez na adolescência, drogas, falta de referências morais e perda da noção
de limites, corrupção em variados níveis e modos… Como tudo isso pode acontecer
em tão curto espaço de tempo, no espaço de tempo de uma geração, da minha
geração? Quando nasci o Brasil não era assim e pude observar a degradação da
sociedade brasileira, saindo praticamente do ponto zero, chegar ao quadro
atual. Cavalheiros e damas dos anos 30, 40, 50! Nós vimos o Brasil ir assumindo
essa face sinistra.
Não se diga que é tudo fruto
do acaso. De fatalidades e coincidências. O caos tem responsáveis. Exatamente
porque a tudo assisti, sei como tudo começou, mediante a propagação de ideias
erradas, perversas, desorientadoras! São as mesmas que hoje batem cabeça
revoltadas contra a vitória de Jair Bolsonaro, consagrado nas urnas por afirmar
enunciados conservadores.
Terrível audácia, a desse
sujeito que ousa mencionar Deus mais de uma vez no mesmo discurso! Tipo
repulsivo esse que fala em autoridade, em respeito aos mais velhos, em
responsabilidade, em combater a impunidade e prender bandidos. Em proteger a
inocência infantil e a instituição familiar. Sujeito impertinente esse que quer
estudante estudando e professor ensinando, que não vai legalizar drogas e não
confunde liberdade com libertinagem.
É tudo relação de causa e
efeito! O caos que se instalou na sociedade brasileira resulta de uma série de
estratégias políticas revolucionárias que precisam desse caos para prosperar.
São estratégias viabilizadas por professores que, enquanto nada ensinam,
cultivam a rebeldia adolescente ao ponto de ruptura com as referências
familiares e, de lambuja, promovem a imagem “missionária” de Che Guevara. São
estratégias que, quanto mais críticas faziam à TV Globo, mais se valiam dos
desarranjos morais promovidos em suas novelas para produzir uma geração de pais
irresponsáveis, moderninhos, “progressistas”. São estratégias que precisam da
CNBB, dos padres militantes, da teologia da libertação e de suas más parcerias
para a incrível esterilização voluntária da missão evangelizadora da Igreja e
de tantos educandários católicos. Tudo isso é o avesso do que a sociedade
precisa para seu desenvolvimento econômico, para a efetiva harmonia social,
para o efetivo pluralismo e para a efetiva superação de preconceitos.
Sem dúvida, o melhor sinal no
horizonte deste ano que já vai terminando foi o renascimento de um
conservadorismo ainda embrionário, buscando modo, voz e expressão. Parcela
significativa da sociedade percebeu, finalmente, as relações de causa e efeito
entre ideias e estilos de vida propagados entre nós e o estrago que acabaram
produzindo. A permissividade geral nos trouxe a este ponto. Os que criaram o
caos social constrangendo toda divergência, agora se agitam para defendê-lo nos
jornais, microfones e telinhas de sempre.
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