O brasileiro vai para a frente do quartel porque não confia mais nos seus representantes-Por Alexandre Garcia 23/11/2022 22:33

 

O líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), disse que a chance de o recurso do PL no TSE sobre 279 mil urnas antigas que não têm garantia de resultado é zero. Não tem como, já vimos a reação imediata do presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, dizendo que seria preciso acrescentar em 24 horas também pedido relativo às urnas no primeiro turno. É uma jogada para saber se vão assumir a “deseleição” de deputados estaduais e federais. Considerando só as urnas novas, de 2020, Bolsonaro teria 51% dos votos e seria o vencedor. Mas a chance é zero, disse Ricardo Barros.

 

Barros ainda afirmou que o que é preciso fazer é contestar a parcialidade do TSE durante a campanha, uma parcialidade expressa. Pegar todos os eventos, os episódios de parcialidade, e discutir tudo no Congresso Nacional. Aliás, o Congresso não discute nada. É por isso que o povo está na frente dos quartéis, porque desistiu de seus representantes. Isso é gravíssimo, está rompido o elo da democracia, entre representante e representado, mandante e mandatário. O mandante não confia mais no mandatário, porque o mandatário se encolheu. Temos 62 requerimentos de impeachment de ministros do Supremo parados no Senado.


Na Câmara, o deputado Marcel van Hattem está colhendo assinaturas para uma CPI que pretende investigar crimes de abuso de autoridade da parte de ministros do Supremo. Ele está com metade das 171 assinaturas necessárias. A Câmara ficou quieta quando prenderam Daniel Silveira, apesar de estar escrito na Constituição que deputados e senadores são invioláveis por quaisquer de suas palavras. A Câmara se encolheu igual ao Senado, quando senadores levam ao Supremo discussões políticas que deveriam ser resolvidas nos plenários do Congresso. Entregam ao Supremo como se dissessem “vocês é que são o poder político”. O poder de legislar fica entregue ao Supremo, o poder constituinte está no Supremo. Aí o povo não sabe a quem recorrer, não confia mais em seus representantes, e vai pedir aos quartéis para protegê-lo contra abusos.

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