02/03/2016 16h15 - Atualizado em 02/03/2016 18h52

Servidores fazem protesto no Centro contra o governo do RJ

Aos gritos de 'fora Pezão', milhares de pessoas ocuparam a escada da Alerj.
Por volta das 17h30, organizadores calculavam mais de 10 mil pessoas.

Nicolás SatrianoDo G1 Rio
Protesto foi realizado em frente à Alerj, no Centro do Rio (Foto: Nicolás Satriano / G1)Protesto foi realizado em frente à Alerj, no Centro do Rio (Foto: Nicolás Satriano / G1)
Milhares de servidores públicos do Rio de Janeiro se reuniram, nesta quarta-feira (2), em novo protesto contra o governo do Rio de Janeiro. Aos gritos de "fora Pezão", em referência ao governador Luiz Fernando Pezão, os servidores ocuparam a frente da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) e caminharam até a Cinelândia. Estudantes também participaram da manifestação.
Por volta das 17h30, segundo organizadores, mais de 10 mil servidores participavam do protesto. A Polícia Militar não divulgou estimativa de público.
Capas de chuva foram distribuídas aos manifestantes. Mais de 30 categorias de servidores estiveram no protesto, que foi encerrado por volta das 18h30 com o Hino Nacional e muitas vaias.Entre as categorias presentes, estão professores da rede estadual, que entraram em greve nesta quarta após reunião uma semana antes do Sindicato estadual dos Profissionais de Educação (Sepe).

"O protesto de hoje tem como objetivo fazer com que o governo garanta aos servidores que eles não fiquem sem salário, recebam no segundo dia útil, que haja reajuste que garanta as perdas salariais e que a estrutura das escolas sejam revitalizadas", disse ao G1 um dos diretores do Sepe, Gustavo Miranda.
A Secretaria de Estado de Educação informou que lamenta a decisão do Sepe de iniciar a greve e que só 3% do total de 82 mil servidores aderiram ao movimento nesta quarta. "Essa atitude, no atual e conhecido difícil momento econômico do Estado, somente prejudica os alunos dos professores que aderirem", diz a nota.
Várias categorias estão com salários de janeiro e fevereiro atrasados e com 13º salário pago em várias parcelas. Uma ação civil pública, ajuizada pela Associação dos Servidores Públicos do Rio, pede a quitação imediata do benefício e o respeito ao calendário anterior de pagamento dos servidores do Rio: segundo e terceiro dias úteis do mês seguinte ao trabalhado para servidores públicos e militares ativos e inativos, além do último dia do mês vigente para inativos e pensionistas.

Um dos manifestantes é Digão Ribeiro, da Escola Estadual De Arte Dramatica Martins Penna. Ele está no ultimo periodo do curso tecnico e corre o risco de nao se formar por que esta sem professor. Ele se fantasiou de leão, levando com ele uma faixa dizendo "Eu sou o leão que morre todo dia".

O protesto acabou por volta das 18h30, sem episódios de violência.

Fogo em bandeira do Brasil
A servidora do Detran Geisa Rodrigues foi apenas uma das pessoas que foram aos carros de som da organização reclamar de um grupo de manifestantes que ateou fogo em materiais, inclusive na bandeira nacional.
Estudantes queimaram diversos materiais durante o protesto (Foto: Andressa Gonçalves/G1)Estudantes queimaram diversos materiais durante o protesto (Foto: Andressa Gonçalves/G1)

"Não estamos conseguindo respirar com essa fumaça", protestou a funcionária pública. Um dos organizadores da manifestação disse a outra pessoa que reclamou da fumaça que o indicado seria ignorar e não "dar cartaz" a quem ateou fogo.

Despesas do Estado
Em audiência na Assembleia Legislativa, a subsecretária de Política Fiscal da secretaria estadual de Fazenda, Josélia Castro, disse que "não há recursos suficientes" para tirar o estado da crise.

""O patamar de despesas é insustentável pela arrecadação. Pela expectativa de arrecadação atual, não há recursos suficientes. Também não temos previsão de muitas receitas extraordinárias", declarou a subsecretária, acrescentando que o Rio fechou o ano de 2015 com um déficit de R$ 3,98 bilhões e dívida consolidada de R$ 101 bilhões.

Protesto em fevereiro
Servidores já haviam realizado protesto na Alerj no dia 3 de fevereiro, contra o pacote de medidas propostos pelo governador Pezão e aprovado pela Assembleia Legislativa do Rio.

As medidas do Executivo para sanar o rombo nas contas públicas incluiram, na Previdência, a elevação da contribuição dos servidores estaduais, de 11 para 14%, e cotização do Rio Previdência, para cobrir o déficit de R$ 12 bilhões. O estado tem hoje 221.270 servidores ativos e 222.199 inativos e pensionistas.

Segundo declarações do governador Luiz Fernando Pezão na época, as medidas gerariam economia de R$ 13,5 bilhões ao ano aos cofres públicos. Sem elas, segundo cálculos do governo, o estado fecharia o ano com um déficit de R$ 12 bilhões.
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Estudante de teatro diz que pode não se formar por estar sem professor (Foto: Andressa Gonçalves/G1)Estudante de teatro diz que pode não se formar por estar sem professor (Foto: Andressa Gonçalves/G1)

Mais de 30 categorias de servidores estiveram no Centro do Rio (Foto: Andressa Gonçalves/G1)Mais de 30 categorias de servidores estiveram no Centro do Rio (Foto: Andressa Gonçalves/G1)

Professores e funcionários de escolas estaduais iniciam greve

Nesta terça-feira, docentes e técnicos administrativos da Uerj anunciaram greve a partir da próxima segunda-feira

O DIA
Rio - Professores e funcionários das escolas estaduais deram início a uma greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira. Uma assembleia será realizada pela categoria na Fundição Progresso, na Lapa, Centro do Rio, nesta manhã, ás 10h, para decidir os passos da paralisação, que tem como objetivos principais os seguintes pontos: reajuste salarial; as propostas de mudança no sistema previdenciário dos servidores estaduais enviada à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) no dia 2 de fevereiro; retorno do calendário anterior de pagamentos; fim do parcelamento de salários; e pagamento integral do décimo terceiro salário (que foi parcelado em cinco vezes), entre outras reivindicações.
LEIA MAIS: Professores da Uerj entrarão em greve a partir da próxima segunda-feira
À tarde, a partir das 15h, os profissionais de educação irão participar de um protesto nas escadarias da Alerj. Depois, está prevista uma passeata até a Cinelândia. Outras categorias do funcionalismo estadual também estão avaliando a possibilidade de parar por tempo indeterminado. Nesta quinta-feira, professores e técnicos administrativos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) anunciaram uma greve a ser iniciada a partir da próxima segunda-feira.
Greve votada há duas semanas
Em assembleia geral realizada no dia 20 de fevereiro, no Clube Municipal, na Tijuca, os profissionais de educação das escolas estaduais decidiram entrar em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira. De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), a decisão de paralisar as atividades a partir de hoje foi tomada devido aos últimos ataques do governo estadual, que além dos atrasos e parcelamentos nos vencimentos mudou o calendário de pagamentos para o sétimo dia útil e enviou à Alerj projeto que prevê mudanças no sistema previdenciário do funcionalismo estadual. "As últimas medidas, aliadas à não concessão de reajuste salarial em 2015, configuram uma redução real nos salários de educadores e vários segmentos do funcionalismo estadual", ressaltou o sindicato, em nota.
Desde o final do último ano, a categoria se encontrava em estado de greve devido ao crise no Estado, que provocou sucessivos atrasos no pagamento, parcelamento do 13º salário e mudanças no calendário de pagamento e na legislação previdenciária. Mesmo com o avanço inflacionário, em 2015, professores e funcionários das escolas estaduais não tiveram qualquer tipo de reajuste salarial.




Estudantes protestam





ILHA DO GOVERNADOR – Na tarde desta segunda-feira, dia 29 de fevereiro, alunos do Colégio Estadual prefeito Mendes de Moraes e do Colégio Estadual professora Maria de Lurdes de Oliveira “Tia Lavor” se reuniram em protesto contra as péssimas condições nas escolas estaduais do Rio de Janeiro.

O ato, que mesmo sob forte chuva contou com a presença de estudantes, professores e apoiadores se deslocou pacificamente na região, deixando clara a mensagem:  A EDUCAÇÃO NÃO SERÁ SUCATEADA SEM CONTESTAÇÃO.   Com faixas, cartazes e uma paródia musical criativa os presentes deram seu recado a todos os transeuntes.

No vídeo, coletamos depoimentos de alunos e professores sobre o dia a dia na educação estadual e podemos começar a compreender o tamanho da indignação dos estudantes e dos cidadãos face ao descaso e desmantelamento ininterrupto do sistema público de educação.

Durante conversas informais, há a clara sensação de que este não será nem de longe o último ato dessa natureza, e que podemos esperar por mais atos – os quais como cidadãos devemos apoiar e participar.



Foto de Sepe Macae.



Educação Estadual inicia greve nesta quarta 

Os servidores da rede estadual de ensino entram em greve, a partir desta quarta-feira, por tempo indeterminado. A decisão foi tomada no último dia 20 e contou com a participação em assembleia de pelo menos mil profissionais. A paralisação começa no mesmo dia em que diversas categorias farão um protesto nas escadarias da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) contra a situação que vêm vivenciando desde que a crise no estado se agravou.
O ato de todas as entidades sindicais que aderiram ao movimento será às 15h. Depois os servidores vão seguir em caminhada até a Cinelândia. O pessoal da Educação vai fazer nova assembleia na quarta-feira, a partir das 10h, na Fundição Progresso, na Lapa. A reunião servirá para discutir os desdobramentos da greve.
Para o ato público de quarta-feira estão confirmadas as participações dos servidores da Saúde, do Judiciário Estadual e de representantes da Segurança. Os funcionários são contra as alterações no calendário de pagamento, parcelamento do 13º salário e a falta de correção salarial. Para 6 de abril está programada a greve unificada por tempo indeterminado de todas as carreiras estaduais, pelos mesmos motivos já citados, e também contra a reforma previdenciária encaminhada à Alerj. A proposta aumenta a contribuição dos servidores e congela salários.
CRISE NOS ESTADOS
Docentes de universidades estaduais de diversas partes do país vêm enfrentando dificuldades em função da crise orçamentária nas unidades federativas. Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), há corte de verbas, precarização das condições de trabalho e congelamento de salários.
CORTE NO ORÇAMENTO
De acordo com o Andes-SN, os docentes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) também estão na luta pela reversão dos cortes orçamentários na unidade, em torno de 16%, em defesa do Hospital Universitário e pelo reajuste salarial da categoria — que sofre com perdas desde o último aumento concedido em 2001.
PEDIDO DE SUSPENSÃO
O Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (SinpecPF) e a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) entraram na Justiça para suspender o aumento de 37,55% nas mensalidades da Geap Saúde. As categorias defendem que o reajuste é abusivo.
VITÓRIA PARCIAL
A Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social (Anasps) obteve vitória parcial na Justiça, na semana passada, no processo em que pediu a suspensão do reajuste da mensalidade da Geap. A Justiça não suspendeu, mas reduziu de 37,55% para 20% o valor da correção das mensalidades. Ainda cabe recurso.
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