Greve na rede estadual também em Teresópolis


Profissionais da educação participarão de evento no Rio e realizarão assembleia na cidade posteriormente O ano letivo mal começou, mas muitos estudantes matriculados na rede estadual ficarão sem aulas já a partir desta quarta-feira. Tem início hoje o movimento grevista deflagrado pelos profissionais da educação, insatisfeitos com as medidas tomadas pelo governo Pezão nos últimos meses, como a falta de reajuste salarial, atraso no pagamento dos salários, ameaça de aumento de desconto previdenciário, entre outros. Será realizada uma assembleia geral da categoria na Fundição Progresso, Rio de Janeiro, a partir das 10h. Na parte da tarde, às 15h, acontece na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro um ato unificado envolvendo todo o funcionalismo estadual. E Teresópolis estará representada nos dois movimentos, como informa a Professora Rosângela Castro, representante no município do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE). Ela fala ainda sobre algumas exigências da categoria, que anunciou greve por tempo indeterminado. “Hoje, principalmente, queremos reajuste já. São dois anos consecutivos sem reajusta. Há também na Alerj uma proposta de aumento de contribuição previdenciária de 14%, que a categoria é contra. Estamos sem reajuste e querem nos fazer pagar por crise que não é nossa. Não podem dar reajuste, mas beneficiam grandes empresas do estado. Também queremos o fim dos parcelamentos de pagamento a volta do calendário antigo de pagamento. Estamos com contas em atraso e tendo uma grande perda salarial. Pedimos ainda a realização de concursos públicos para a contratação de funcionários, o fim das terceirizações… São muitas demandas por conta dessa grande perda salarial que estamos tendo. Se não barrarmos isso agora, vamos perder mais direitos. Temos que garantir direitos conquistados e se não dermos uma resposta forte ao governo Pezão, vamos perder muita coisa. Estamos junto nessa luta”, enfatiza Rosângela. Além de participar dos movimentos no Rio de Janeiro nesta quarta-feira, os profissionais da educação da rede estadual lotados em Teresópolis realizarão assembleia para definir como será feito o trabalho no município nas próximas semanas. Ela acontece às 18h desta quinta-feira no Colégio Estadual Higino da Silveira. A Professora Ana Carolina Quintana atenta para que, além dos profissionais da educação, pais e estudantes devem se engajar a greve. “A categoria está se organizando. Percorremos escolas essa semana chamando para o ato unificado que acontece nesta quarta, porque esse pacote medidas está atingindo todo o funcionalismo do estado. E nas escolas estamos vendo muita movimentação dos alunos. Então na quinta-feira vamos ter assembleia no Higino para todos os profissionais da educação, inclusive com representantes dos alunos, escolhidos em cada escola. E agora acredito que será diferente porque está tendo participação de toda a comunidade. O professor não tem que fazer greve em casa e sim na escola, com a comunidade. E não é só educação, mas todo funcionalismo do estado. Nossos alunos têm pais que trabalham nos bombeiros, saúde, polícia, pessoas que também estão sofrendo com represálias do governo Pezão. Vamos para a luta e contamos com participação de todo, dos os pais, dos alunos. A escola não é deles, é nossa. É da gente para a gente. Contamos com a participação de todos nesta quinta-feira, às 18h, no Higino, para organizarmos atividades que acontecerão na cidade com a greve”, atenta Carolina.   Direito de greve O SEPE destaca ainda o direito de greve do funcionalismo público, apontando alguns pontos importantes. – Quem pode participar da greve? Todos os servidores públicos, já que a greve foi deliberação de assembleia da categoria.  – E no caso dos novos concursados que se encontram em estágio probatório? O Estágio probatório previsto na Constituição Federal e na Estadual não anula o regime jurídico único que nos rege. Assim, mesmo sendo um estágio de três anos, “É assegurado o prazo de dois anos de efetivo exercício para a aquisição da estabilidade aos atuais servidores em estágio probatório, sem prejuízo da avaliação a que se refere o §4o do art. 41 da CF”(art. 28 da EC n 18, de 5- 2-1998). Também garante que o servidor só perderá o cargo mediante sentença judicial ou processo administrativo com direito à ampla defesa do servidor (EC n19 de 4-6-1998). Vale lembrar que, na avaliação do estágio probatório, itens como assiduidade e pontualidade não levam em conta a greve – direito assegurado nas Constituições Federal e Estadual e que não caracteriza nenhuma das duas situações.  – O servidor pode ser punido por ter participado da greve? Não. O Supremo Tribunal Federal considera que a simples adesão à greve não constitui falta grave (Sú- mula n° 316 do STF). Igualmente, o servidor em estágio probatório não pode ser punido ou ter sua avaliação degradada pelo simples exercício legítimo do direito de greve. - See more at: http://netdiario.com.br/greve-na-rede-estadual-tambem-afeta-teresopolis/#sthash.AkbQh3Zu.dpuf
02/03/2016 16h15 - Atualizado em 02/03/2016 18h52

Servidores fazem protesto no Centro contra o governo do RJ

Aos gritos de 'fora Pezão', milhares de pessoas ocuparam a escada da Alerj.
Por volta das 17h30, organizadores calculavam mais de 10 mil pessoas.

Nicolás SatrianoDo G1 Rio
Protesto foi realizado em frente à Alerj, no Centro do Rio (Foto: Nicolás Satriano / G1)Protesto foi realizado em frente à Alerj, no Centro do Rio (Foto: Nicolás Satriano / G1)
Milhares de servidores públicos do Rio de Janeiro se reuniram, nesta quarta-feira (2), em novo protesto contra o governo do Rio de Janeiro. Aos gritos de "fora Pezão", em referência ao governador Luiz Fernando Pezão, os servidores ocuparam a frente da Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) e caminharam até a Cinelândia. Estudantes também participaram da manifestação.
Por volta das 17h30, segundo organizadores, mais de 10 mil servidores participavam do protesto. A Polícia Militar não divulgou estimativa de público.
Capas de chuva foram distribuídas aos manifestantes. Mais de 30 categorias de servidores estiveram no protesto, que foi encerrado por volta das 18h30 com o Hino Nacional e muitas vaias.Entre as categorias presentes, estão professores da rede estadual, que entraram em greve nesta quarta após reunião uma semana antes do Sindicato estadual dos Profissionais de Educação (Sepe).

"O protesto de hoje tem como objetivo fazer com que o governo garanta aos servidores que eles não fiquem sem salário, recebam no segundo dia útil, que haja reajuste que garanta as perdas salariais e que a estrutura das escolas sejam revitalizadas", disse ao G1 um dos diretores do Sepe, Gustavo Miranda.
A Secretaria de Estado de Educação informou que lamenta a decisão do Sepe de iniciar a greve e que só 3% do total de 82 mil servidores aderiram ao movimento nesta quarta. "Essa atitude, no atual e conhecido difícil momento econômico do Estado, somente prejudica os alunos dos professores que aderirem", diz a nota.
Várias categorias estão com salários de janeiro e fevereiro atrasados e com 13º salário pago em várias parcelas. Uma ação civil pública, ajuizada pela Associação dos Servidores Públicos do Rio, pede a quitação imediata do benefício e o respeito ao calendário anterior de pagamento dos servidores do Rio: segundo e terceiro dias úteis do mês seguinte ao trabalhado para servidores públicos e militares ativos e inativos, além do último dia do mês vigente para inativos e pensionistas.

Um dos manifestantes é Digão Ribeiro, da Escola Estadual De Arte Dramatica Martins Penna. Ele está no ultimo periodo do curso tecnico e corre o risco de nao se formar por que esta sem professor. Ele se fantasiou de leão, levando com ele uma faixa dizendo "Eu sou o leão que morre todo dia".

O protesto acabou por volta das 18h30, sem episódios de violência.

Fogo em bandeira do Brasil
A servidora do Detran Geisa Rodrigues foi apenas uma das pessoas que foram aos carros de som da organização reclamar de um grupo de manifestantes que ateou fogo em materiais, inclusive na bandeira nacional.
Estudantes queimaram diversos materiais durante o protesto (Foto: Andressa Gonçalves/G1)Estudantes queimaram diversos materiais durante o protesto (Foto: Andressa Gonçalves/G1)

"Não estamos conseguindo respirar com essa fumaça", protestou a funcionária pública. Um dos organizadores da manifestação disse a outra pessoa que reclamou da fumaça que o indicado seria ignorar e não "dar cartaz" a quem ateou fogo.

Despesas do Estado
Em audiência na Assembleia Legislativa, a subsecretária de Política Fiscal da secretaria estadual de Fazenda, Josélia Castro, disse que "não há recursos suficientes" para tirar o estado da crise.

""O patamar de despesas é insustentável pela arrecadação. Pela expectativa de arrecadação atual, não há recursos suficientes. Também não temos previsão de muitas receitas extraordinárias", declarou a subsecretária, acrescentando que o Rio fechou o ano de 2015 com um déficit de R$ 3,98 bilhões e dívida consolidada de R$ 101 bilhões.

Protesto em fevereiro
Servidores já haviam realizado protesto na Alerj no dia 3 de fevereiro, contra o pacote de medidas propostos pelo governador Pezão e aprovado pela Assembleia Legislativa do Rio.

As medidas do Executivo para sanar o rombo nas contas públicas incluiram, na Previdência, a elevação da contribuição dos servidores estaduais, de 11 para 14%, e cotização do Rio Previdência, para cobrir o déficit de R$ 12 bilhões. O estado tem hoje 221.270 servidores ativos e 222.199 inativos e pensionistas.

Segundo declarações do governador Luiz Fernando Pezão na época, as medidas gerariam economia de R$ 13,5 bilhões ao ano aos cofres públicos. Sem elas, segundo cálculos do governo, o estado fecharia o ano com um déficit de R$ 12 bilhões.
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Estudante de teatro diz que pode não se formar por estar sem professor (Foto: Andressa Gonçalves/G1)Estudante de teatro diz que pode não se formar por estar sem professor (Foto: Andressa Gonçalves/G1)

Mais de 30 categorias de servidores estiveram no Centro do Rio (Foto: Andressa Gonçalves/G1)Mais de 30 categorias de servidores estiveram no Centro do Rio (Foto: Andressa Gonçalves/G1)

Professores e funcionários de escolas estaduais iniciam greve

Nesta terça-feira, docentes e técnicos administrativos da Uerj anunciaram greve a partir da próxima segunda-feira

O DIA
Rio - Professores e funcionários das escolas estaduais deram início a uma greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira. Uma assembleia será realizada pela categoria na Fundição Progresso, na Lapa, Centro do Rio, nesta manhã, ás 10h, para decidir os passos da paralisação, que tem como objetivos principais os seguintes pontos: reajuste salarial; as propostas de mudança no sistema previdenciário dos servidores estaduais enviada à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) no dia 2 de fevereiro; retorno do calendário anterior de pagamentos; fim do parcelamento de salários; e pagamento integral do décimo terceiro salário (que foi parcelado em cinco vezes), entre outras reivindicações.
LEIA MAIS: Professores da Uerj entrarão em greve a partir da próxima segunda-feira
À tarde, a partir das 15h, os profissionais de educação irão participar de um protesto nas escadarias da Alerj. Depois, está prevista uma passeata até a Cinelândia. Outras categorias do funcionalismo estadual também estão avaliando a possibilidade de parar por tempo indeterminado. Nesta quinta-feira, professores e técnicos administrativos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) anunciaram uma greve a ser iniciada a partir da próxima segunda-feira.
Greve votada há duas semanas
Em assembleia geral realizada no dia 20 de fevereiro, no Clube Municipal, na Tijuca, os profissionais de educação das escolas estaduais decidiram entrar em greve por tempo indeterminado nesta quarta-feira. De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), a decisão de paralisar as atividades a partir de hoje foi tomada devido aos últimos ataques do governo estadual, que além dos atrasos e parcelamentos nos vencimentos mudou o calendário de pagamentos para o sétimo dia útil e enviou à Alerj projeto que prevê mudanças no sistema previdenciário do funcionalismo estadual. "As últimas medidas, aliadas à não concessão de reajuste salarial em 2015, configuram uma redução real nos salários de educadores e vários segmentos do funcionalismo estadual", ressaltou o sindicato, em nota.
Desde o final do último ano, a categoria se encontrava em estado de greve devido ao crise no Estado, que provocou sucessivos atrasos no pagamento, parcelamento do 13º salário e mudanças no calendário de pagamento e na legislação previdenciária. Mesmo com o avanço inflacionário, em 2015, professores e funcionários das escolas estaduais não tiveram qualquer tipo de reajuste salarial.




Estudantes protestam





ILHA DO GOVERNADOR – Na tarde desta segunda-feira, dia 29 de fevereiro, alunos do Colégio Estadual prefeito Mendes de Moraes e do Colégio Estadual professora Maria de Lurdes de Oliveira “Tia Lavor” se reuniram em protesto contra as péssimas condições nas escolas estaduais do Rio de Janeiro.

O ato, que mesmo sob forte chuva contou com a presença de estudantes, professores e apoiadores se deslocou pacificamente na região, deixando clara a mensagem:  A EDUCAÇÃO NÃO SERÁ SUCATEADA SEM CONTESTAÇÃO.   Com faixas, cartazes e uma paródia musical criativa os presentes deram seu recado a todos os transeuntes.

No vídeo, coletamos depoimentos de alunos e professores sobre o dia a dia na educação estadual e podemos começar a compreender o tamanho da indignação dos estudantes e dos cidadãos face ao descaso e desmantelamento ininterrupto do sistema público de educação.

Durante conversas informais, há a clara sensação de que este não será nem de longe o último ato dessa natureza, e que podemos esperar por mais atos – os quais como cidadãos devemos apoiar e participar.