PF vê indícios de propina a Pezão e sugere envio ao STJ

A Polícia Federal apontou em relatório indícios de que o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), recebeu propina do esquema que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), era comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). O nome do governador consta em anotações manuscritas encontradas durante busca e apreensão na casa de Luiz Carlos Bezerra, apontado como um dos operadores de Cabral. No relatório, encaminhado nesta quinta-feira à 7ª Vara Federal Criminal do Rio, a PF sugere o envio das informações ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), já que Pezão tem foro privilegiado.

De acordo com a PF, Pezão estaria ligado a repasses de propina de R$ 140 mil e um outro de R$ 50 mil.
“Apesar de ainda não terminada a análise do material (outras pessoas recebedoras de valores estão sendo identificadas), é certo que foi identificado como recebedor de valores o Sr. Luiz Fernando Pezão, governador do estado do Rio de Janeiro (ainda que nesse momento haja decisão do TRE pelo seu afastamento) sendo necessário que, salvo melhor juízo, Vossa Excelência, após parecer ministerial, possa submeter tais itens ao foro competente (STJ) para proceder a investigação em face do mesmo”, aponta o delegado Antonio Carlos Beaubrun, que coloca a PF à disposição para novos esclarecimentos.
Em nota, o governador afirmou que continua à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos a respeito das investigações. Pezão ressaltou "que suas contas já foram analisadas em processos anteriores da Polícia Federal, e estes foram arquivados". O governador se refere a um pedido de arquivamento feito pela PF do inquérito que ele e Cabral respondem no STJ no âmbito da Operação Lava-Jato. O órgão não conseguiu confirmar as suspeitas de que Pezão e Cabral teriam recebido dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras.
As anotações são, de acordo com a PF, relativas à distribuição de valores oriundos de propinas recebidas por Cabral. Cinco delas fazem referência a valores de R$ 140 mil e uma sexta a R$ 50 mil ligados ao nome de Pezão.
Na primeira delas, a PF fala sobre uma possível referência à propina de R$ 140 mil paga a Pezão no dia 20. Nesse manuscrito, aparece o número "140.000" e, ao lado, a palavra "Pé". Não há, no entanto, dados sobre o ano ou o mês. Em outro apontamento, cujo título é "Saída 2/14", Bezerra escreveu "p/ sair" e abaixo aparecem alguns valores e nomes, entre eles o número "140.000" ao lado da palavra "Pezão?".

Uma outra anotação, com o título de "Saída 1/14", aparece novamente o número "140.000" ao lado da palavra "Pé". Essa mesma referência consta em outro bilhete, com o título "janeiro", e em outro em que há ao lado do valor o apontamento "20/1". Em uma das anotações apreendidas pela PF, aparece um valor diferente: R$ 50 mil, ao lado do nome de Pezão.
Em alguns desses bilhetes, constam os apelidos "Big" e "Susi". Em documentos da Operação Calicute, o MPF afirma que Susi é uma referência à ex-mulher de Cabral, Susana Cabral, e Big é Sérgio de Castro Oliveira, apontado como um dos operadores do ex-governador. Susana foi levada coercitivamente para depor durante a deflagração da Operação Eficiência, no dia 26 de janeiro. Na mesma data, Sérgio de Castro Oliveira foi preso. Os dois foram indiciados pela PF esta semana, ele por lavagem de dinheiro e organização criminosa e ela apenas por lavagem de dinheiro.
Luiz Carlos Bezerra está preso no Complexo de Gericinó desde a deflagração da Operação Calicute, em novembro do ano passado. Na ação, também foram presos Cabral e os ex-secretários de Obras Hudson Braga e de Governo Wilson Carlos. De acordo com as investigações, Bezerra era homem de confiança do ex-governador e foi identificado como a pessoa que fazia o manejo de valores e acertos para a organização criminosa. Ainda segundo os investigadores, era Bezerra quem gerenciava as despesas de Sérgio Cabral e da família dele.

Além dos problemas financeiros do estado, Pezão teve o mandato cassado ontem pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ), mas pode ficar no cargo até decisão final do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em entrevista ao GLOBO, o governador disse que “não tem plano B” para a crise no estado caso não consiga a liminar no Supremo Tribunal Federal. Sem ela, o estado não consegue driblar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e usar empréstimos para quitar salários e o décimo-terceiro dos servidores. A Advocacia Geral da União (AGU) se manifestou ao STF ser contrária à liminar que beneficiaria o Rio.



Em outra anotação encontrada na casa de Bezerra, o nome do governador aparece vinculado ao valor de R$ 50 mil - Reprodução
Anotações encontradas na casa de Luiz Carlos Bezerra, apontado como operador de Cabral. De acordo com a PF, Pé, ao lado do valor de R$ 140 mil, é uma referência a Pezão e o valor da propina - Reprodução




Maior doador da campanha de Pezão, JBS ganhou área de fábrica em Barra Mansa

Agora começam a aparecer as razões das isenções fiscais e outras “bondades” feitas de forma irresponsável pelo pilantra que pertence à mesma quadrilha de Cabral e naturalmente é da mesma estirpe. O rabo preso lá atrás começa a aparecer. E não adianta apenas tirar o meliante do pé grande e deixar cair nas mãos do mafioso da ALERJ, a Lava Jato tem que agir e tirar essa quadrilha toda do poder para que o Estado tenha alguma chance de recuperação.
Antes que o povo do Rio de Janeiro, cansado de pagar a conta do roubo desses ladrões resolva restabelecer a normalidade na marra!

Empresa foi beneficiada com isenções concedidas desde o início do governo Cabral, preso pela Operação Calicute

Rio - Uma das principais denúncias da ação que cassou a chapa Pezão-Dornelles, enviada ao TRE pelo deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), envolve a gigantesca JBS S.A, do ramo de alimentos. Maior doadora dentre as empresas acusadas no documento, ela foi presenteada, em junho de 2014, com um empréstimo por 30 anos de grande área em Barra do Piraí, no Sul Fluminense.
A Vigor, empresa de laticínios da subsidiária J&F, assumiu naquela cidade, bem perto da Piraí de Pezão, o terreno de uma indústria abandonada pela BRF, empreendimento concorrente. A JBS doou R$ 6,6 milhões para a campanha — destinados ao Comitê Financeiro Único do PMDB do Rio. 
Somando ao pleito de 2014 as eleições de 2010 e 2012, as doações da JBS ao PMDB passam de R$ 22 milhões. E, além do terreno em Barra do Piraí, a empresa também foi uma das beneficiárias das polêmicas isenções fiscais concedidas desde o início do governo de Sérgio Cabral (PMDB), hoje preso pela Operação Calicute.
De 2008 a 2013, segundo levantamento feito pelo Psol de Freixo, ela recebeu R$ 1.5 milhão em benefícios fiscais. E não foi a única das empresas investigadas a conseguir isenções.


A OAS, que doou R$ 5,9 milhões nos três pleitos em questão, recebeu nada mais nada menos que R$ 109,8 milhões em benefícios. A Ipe Engenharia, responsável por doar R$ 1,5 milhão, ficou com R$ 122,9 milhões na lista das isenções da Era PMDB. 
Também têm as empreiteiras mais ‘discretas’, como a Queiroz Galvão. Doadora de R$ 1,9 milhão, obteve R$ 839,7 mil em isenções. “Na verdade, fica claro, na chapa de Pezão e Dornelles, acordos para contratos. Há também que prestar atenção nas isenções fiscais. Muitas das empresas receberam mais do que doaram e estão na Lava Jato. Tem até doação do Banco Safra”, indicou a advogada do Psol Samara Castro, que atua no processo.
Um dos desdobramentos da Lava Jato no Rio de Janeiro levou para prisão o ex-governador Sérgio Cabral, ex-integrantes do governo e aliados de Pezão na caminhada rumo à reeleição para o Palácio Guanabara. Um deles é o ex-secretário de Obras Hudson Braga, que coordenou a campanha eleitoral do atual governador.
Governador foi pressionado a suspender concessões

A concessão de isenções ficais se transformou em alvo de polêmica no governo Pezão. O governador sofreu pressão tanto da Assembleia Legislativa (Alerj) quanto do Poder Judiciário para suspender as concessões. Em outubro, o juiz Marcelo Martins Evaristo da Silva, da 3ª Vara de Fazenda Pública, proibiu o governo estadual de conceder, ampliar ou renovar benefícios fiscais ou financeiros. O pedido foi feito pelo Ministério Público do estado. O órgão sustentou que a concessão dos benefícios quebrou o equilíbrio fiscal do estado. 
Houve ainda mais confusão porque o governo enviou o projeto de lei orçamentária à Alerj com previsão de mais R$ 33 bilhões em isenções para os próximos três anos. Só em 2017, seriam R$ 11 bilhões. Em dezembro foi batido o martelo. O governo do Rio está proibido de conceder novos incentivos e benefícios fiscais de natureza tributária a empresas pelo período dos próximos dois anos. 
A norma, estabelecida pela Lei 7.495/16, foi sancionada, à época, pelo governador Luiz Fernando Pezão. No entanto, as empresas enquadradas em isenções já em vigor permanecem com seus direitos, inclusive com a hipótese de renovação dos benefícios, desde que aprovados por lei ou pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

O Tribunal de Contas do Estado também investiga os benefícios. Só no ano passado, segundo relatório do conselheiro do órgão José Graciosa, o governo deixou de arrecadar R$ 9,3 bilhões. O documento coloca ainda sob suspeita a renúncia fiscal de R$ 47 bilhões contabilizada Secretaria de Fazenda nos últimos nove anos.
Pedido de impeachment protocolado
Mais problemas com a Justiça aguardam Luiz Fernando Pezão. No mês passado, o Conselho Superior do Ministério Público autorizou que o órgão entre como uma ação de improbidade administrativa contra o governador. O pedido foi feito pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) em junho de 2015. Pezão é acusado de não aplicar R$ 1,4 bilhão na Saúde.
O caso está nas mãos do procurador decano Ricardo Ribeiro Martins, que votou pela abertura da ação. Caso Pezão seja considerado réu, a movimentação pelo impeachment do governador ganharia força na Alerj, já que violar a ‘probidade na administração’ pode ser considerado crime de responsabilidade. 
O Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe) protocolou no Parlamento o pedido de impeachment de Pezão e do vice-governador, Francisco Dornelles.


TRE-RJ cassa mandato de Pezão e determina novas eleições; cabe recurso
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, que teve o mandato cassado

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, que teve o mandato cassado
O TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) cassou nesta quarta-feira (8) os mandatos do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e do vice-governador, Francisco Dornelles (PP), por abuso de poder econômico e político. Como ainda cabe recurso ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a decisão não tem efeito por enquanto.
A cassação, caso confirmada pelo TSE, deixa Pezão e Dornelles inelegíveis por oito anos. O TRE-RJ determinou ainda que sejam realizadas eleições diretas para a chefia do Executivo do Estado. 

Francisco Dornelles, vice-governador do Rio

A decisão do tribunal regional foi por maioria dos votos. Segundo nota divulgada pelo órgão, "o abuso de poder econômico e político ficou configurado uma vez que o Governo do Estado do Rio de Janeiro concedeu benefícios financeiros a empresas como contrapartida a posteriores doações para a campanha do então candidato Pezão e de seu vice".
Em seu voto, o desembargador Marco Couto afirmou que "restou comprovado que contratos administrativos milionários foram celebrados em troca de doação de campanha".
Em nota, a assessoria de imprensa do governo do Rio informou que, "quando for publicada a decisão, o governador Luiz Fernando Pezão e o vice-governador Francisco Dornelles vão entrar com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)."
Rio em crise
A decisão do TRE-RJ é mais um baque no governo de Pezão. Ele assumiu em abril de 2014, depois que Sérgio Cabral (PMDB) renunciou para que o então vice disputasse a eleição no cargo. Foi eleito no segundo turno, vencendo o então senador e hoje prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB).
Pezão foi vice nos dois mandatos de Cabral -que está preso desde dezembro sob suspeita de receber propina de empreiteiras. Hoje, o governador comanda um Estado em profunda crise econômica e palco de frequentes protestos de servidores públicos, que estão com salários atrasados.
Além de atrasar os pagamentos, o governo quer, para conter gastos, que os servidores aumentem a contribuição para a previdência de 11% para 22%.
Esta quarta, o governo do Rio garantiu o pagamento dos salários dos servidores da segurança no dia 14 e com reajuste de até 10,22%, tudo para evitar um possível motim na área de segurança. No pacote de ajuste fiscal para o Estado anunciado no fim do ano passado, o governo previa adiar o pagamento dos reajustes da categoria para 2020.
Em dezembro, os servidores da segurança engrossaram o ato dos professores e demais servidores públicos e chegaram a invadir a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) durante a votação do pacote de austeridade enviado à Casa por Pezão.
Na terça (7), servidores do Estado voltaram a protestar na porta da Alerj. Centenas de participantes, a maioria de servidores da Cedae (a companhia de água e esgoto do Estado), foram contra colocar em discussão a privatização da companhia e os demais itens do pacote de medidas anunciadas pelo governo do estado para combater a crise financeira. Na semana passada, houve tumulto em manifestação no mesmo local.
Para pressionar o governo, servidores da Cedae decretaram greve por 72 horas a partir desta terça. Somente 30% dos funcionários estão trabalhando em ocorrências de falta d'água e grandes vazamentos, segundo o SintSama (Sindicato dos trabalhadores das empresas de saneamento básico do Rio de Janeiro). Funcionários da companhia fizeram novo protesto hoje.
A venda da companhia de saneamento é uma das manobras do governo para tentar contornar a crise. Ela faz parte do acordo com a União, que prevê a suspensão do pagamento de dívidas do Estado com bancos federais durante três anos e o empréstimo de R$ 3,5 bilhões para o Rio de Janeiro.
Em meio a toda essa crise, Pezão ainda se viu obrigado a ficar licenciado durante sete meses no ano passado para tratar de um câncer no sistema linfático. Durante o período, foi substituído interinamente por Dornelles. 

"Teve um efeito suspensivo, o TRE manteve ele no cargo (...) [Pezão] Vai recorrer e a gente espera que ele tenha sucesso para o bem do Rio de Janeiro", declarou o presidente da Assembleia Legislativa (Alerj) e aliado de Pezão, Jorge Picciani, em entrevista ao RJTV. Pezão e Dornelles informaram que vão recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) assim que for publicada a decisão – eles têm três dias para entrar com o recurso. Segundo as assessorias de imprensa do TRE e do governo do estado, até que o recurso seja julgado em Brasília governador e vice podem permanecer no cargo.














Trump explode a verdade sobre assassinatos dos EUA e enfurece o governo das sombras

O furor desencadeado pelas declarações do presidente Donald Trump em resposta ao comentarista da Fox News, Bill O'Reilly, que chama o presidente russo Vladimir Putin de "um assassino" durante uma entrevista transmitida domingo, continuou a reverberar, gerando condenações hipócritas de líderes tanto do Partido Republicano como do Partido Democrata. Em resposta à denúncia de O'Reilly sobre Putin, Trump declarou: "Há muitos assassinos. Temos muitos assassinos. O que, você acha? que nosso país é tão inocente? "
Trump passou a citar o Iraque em apoio à sua declaração.  O'Reilly ficou desconcertado. Ele claramente não sabia o que dizer. O novo líder do "Mundo Livre" saiu seriamente fora da regra estabelecida pelos “donos do mundo”.
No que diz respeito aos políticos capitalistas de ambos os partidos e aos meios de comunicação, Trump cometeu uma ofensa imperdoável: ele - neste caso, e por razões puramente pragmáticas relacionadas com suas necessidades políticas imediatas - havia dito algo de verdadeiro no papel do imperialismo norte-americano mundo.
A postura oficial de indignação com o comentário de Trump não terá nenhum efeito sobre o público em geral. Os políticos e os meios de comunicação realmente acreditam que o público é tão ingênuo e sua memória tão curta? Os Estados Unidos são um país onde  a Identidade Bourne  e suas inúmeras seqüelas-cuja premissa básica é que o governo dos EUA é executado por assassinos-estão entre os filmes mais populares dos últimos vinte anos. Esta premissa é bem fundamentada na verdade. Nos últimos 70 anos, presidentes e outros altos funcionários do governo foram envolvidos na autorização e implementação de inúmeras atrocidades. Muitos desses crimes foram comprovados em relatórios governamentais oficiais e audiências no Congresso.
Na opinião de Joshua Kurlantzick é  uma ótima oportunidade para recordar: America no Laos e o nascimento  da  CIA Militar. O  revisor Scott Shane escreveu na edição de 03 de fevereiro de  The New York Times  :
"Falando em setembro passado em Vientiane, a capital do Laos, Barack Obama mencionou um fato assombroso: que os Estados Unidos despejaram entre 1963 e 1974 dois milhões de toneladas de bombas no país, mais do que o total liberado na Alemanha e no Japão juntos durante o Mundial Guerra II. Isso fez com que o Laos, que é um pouco menor que  Michigan, seja o país mais bombardeado da história, disse o presidente. Mais de quatro décadas após o fim da guerra, as munições não detonadas ainda matam e mutilam os laotianos, e Obama anunciou que estava duplicando o financiamento americano para removê-lo.
Chamando a atenção para as informações no livro de Kurlantzick, Shane observou:
"Em seu primeiro mandato presidencial, Richard M. Nixon aumentou o bombardeio de cerca de 15 incursões por dia para 300 por dia. - Quantos matamos no Laos? Nixon perguntou a Henry Kissinger um dia em uma conversa registrada em fita. Kissinger respondeu: "No Laos, matamos cerca de 10.000 ou 15.000 pessoas. O eventual número de mortes seria de 200 mil.
Quando se trata de matar, o governo dos EUA é sem igual. Em várias guerras de agressão, desde a Coréia até o Vietnã, Afeganistão, Iraque, Líbia e a guerra indireta pela mudança de regime na Síria, o imperialismo dos EUA matou e mutilou dezenas de milhões.
A principal acusação contra Trump - ambos supostamente liberais no Partido Democrata e republicanos de direita - é que ele implicava uma "equivalência moral" entre a Rússia e os EUA. Esta era uma frase usada durante a Guerra Fria para justificar todo crime cometido pelos Estados Unidos e seus aliados, das sangrentas ditaduras da América Latina ao regime do Apartheid na África do Sul, alegando que não poderia haver "equivalência moral" entre o líder da O "Mundo Livre" e o Soviético "Império do Mal".
De fato, não há equivalência. Quando se trata de matar e criminalidade global, Putin é pivete em comparação com os líderes dos Estados Unidos.
Que o Partido Democrata defenda essa posição reacionária só prova que não há nada de progressivo em sua suposta oposição a Trump. Isto foi exemplificado segunda-feira pelas observações da congressista de Califórnia Maxine Waters, um suposto democrata de esquerda e membro principal do congresso Black Caucus, que sugeriu que Trump deve ser acusado de "abraçar Putin enquanto Putin continua a avançar na Coréia” .
Subjacente ao furor sobre as observações de Trump são divisões ferozes sobre a estratégia imperialista dos EUA e os preparativos de Washington para a guerra que foram trazidos a público com a mudança de administrações.
Essas diferenças foram exacerbadas pelos recentes acontecimentos na Síria. A retomada do governo sírio em dezembro do leste de Aleppo, a última fortaleza urbana dos "rebeldes" apoiados pelos EUA, representou um colossal revés para a política americana no Oriente Médio.
Há recriminações amargas dentro dos círculos de política externa sobre o apoio da administração Obama de sua "linha vermelha" em 2013, quando quase foi para a guerra por falsas acusações de uso do governo sírio de armas químicas. Dentro desses círculos, há muitos que sentem que uma intervenção militar teria sido melhor para os interesses dos EUA, não importa qual nova catástrofe ela desencadearia.
Um artigo publicado no Washington Post  segunda-feira, alertando que os EUA enfrentam "um Irã muito mais forte" depois de "anos de turbulência no mundo árabe," verbalizou a situação que Washington agora confronta em termos austeros:
"O Irã e a Rússia juntos lutaram para garantir a sobrevivência do regime do presidente Bashar al-Assad, e eles estão agora buscando um acordo de paz em aliança com a Turquia, que exclui um papel para os Estados Unidos. A América foi deixada com poucos aliados e pouca manobra, além dos curdos no nordeste do país.
"A Rússia controla o céu sobre a Síria e a Turquia exerce influência sobre os rebeldes, mas o Irã tem domínio sobre o solo ..."
Falar de "respeitar" Putin, possível colaboração com a Rússia contra ISIS na Síria, e uma flexibilização das sanções não é, como os democratas sugeriram, evidência de algum controle secreto exercido pelo Kremlin sobre Trump. É, em vez disso, parte de uma estratégia definida de retirar a Rússia do Irã para preparar o caminho para uma nova guerra no Oriente Médio, ao mesmo tempo em que aumentam as provocações contra a China.
Citando funcionários não identificados do governo, o Wall Street Journal  estampou na segunda-feira: "O governo está explorando maneiras de quebrar a aliança militar e diplomática da Rússia com o Irã ... A estratégia emergente procura conciliar os votos aparentemente contraditórias do presidente Donald Trump para melhorar as relações com o presidente russo Vladimir Putin e para desafiar agressivamente a presença militar do Irã. "
O estrategista e conselheiro principal da Casa Branca de Trump, Stephen Bannon, estudante e admirador de Adolf Hitler, sem dúvida, vê o pivô da administração para Moscou através do prisma histórico do pacto Stalin-Hitler, que preparou o cenário para a Segunda Guerra Mundial Que, em última instância, reivindicou 20 milhões de vidas soviéticas.
O governo de Putin é suscetível a essas manobras. Ele compartilha toda a estupidez, atraso e miopia da burocracia contra-revolucionária chefiada por Stalin. Putin se senta em cima de um regime que representa uma camarilha de oligarcas que se enriqueceram com o roubo de propriedades do Estado e a extração e venda dos recursos da antiga União Soviética. Eles estão ansiosos para ver as sanções dos EUA levantadas para que eles possam acelerar sua acumulação de riqueza às custas da classe trabalhadora russa.
Dentro do establishment político dos EUA e dos vastos aparelhos militares e de inteligência de Washington, existe uma forte oposição à reviravolta de Trump na política externa. Imensos recursos políticos, militares e financeiros foram investidos nas ações contra a Rússia, desde o golpe na Ucrânia até o desdobramento de milhares de tropas dos EUA e da OTAN na fronteira oeste da Rússia. Há preocupações nos círculos governamentais de que uma mudança na estratégia imperialista é imprudente e representa sérios perigos.
Enquanto a atenção popular e a indignação se concentraram nas ordens executivas antidemocráticas de Trump, impondo uma proibição aos muçulmanos e refugiados, ordenando um muro construído na fronteira sul e estabelecendo as bases para um arrasto em massa contra trabalhadores imigrantes sem documentos, dentro da classe dominante, uma luta séria está sendo travada sobre a estratégia imperialista global.
Esta luta sobre a política é entre duas bandas de criminosos, cada uma das quais está comprometida com uma escalada do militarismo dos EUA para promover os interesses dos bancos e corporações transnacionais baseados nos Estados Unidos. Qualquer que seja o vencedor, a ameaça da guerra mundial, enraizada na crise do capitalismo global, só vai crescer.
A fonte original deste artigo é World Socialist Web Site
de Copyright © Bill Van Auken , World Socialist Web Site , 2017