Janot se diz 'consternado com corrupção dos mais altos dignatários da República'
Áudios mostram ligação de Dilma, Lula e Marina com Rocha Loures
O comunicador Geraldo
Freire divulgou no programa Passando a Limpo, na Rádio Jornal, de Pernambuco,
um áudio onde os ex-presidentes Lula e Dilma, ambos do PT, e a ex-ministra
Marina Silva (Rede), fazem elogios a Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que é
ex-assessor especial do presidente Michel Temer (PMDB) e ex-deputado federal.
Marina faz campanha
para o peemedebista no Paraná. “Porque o mundo precisa do nosso melhor agora.
Nessas eleições, Rodrigo Rocha Loures, prefeito de São José dos Pinhais”,
afirma a ex-ministra.
Lula é mais incisivo e
faz largos elogios a Loures, apelidado pelo petista de “Zé Alencarzinho do
Paraná”. O ex-presidente diz: ”Um menino de caráter, filho de um homem de bem,
que pode construir o futuro. Vocês poderão ajudar a criar uma nova geração de
políticos no estado do Paraná”.
CONSTERNAÇÃO SELETIVA “PROCURADOR”? MELHOR PROCURAR BEM. E
COMO ESTÁ O ESTÔMAGO? ESTÁ DORMINDO BEM?
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
avalia que, sem a delação do empresário Joesley Batista, da JBS, não seria
possível identificar "o complexo esquema de pagamento de propina"
envolvendo o presidente Michel Temer, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures -
ex-assessor especial do peemedebista -, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o
procurador Ângelo Goulart.
Em entrevista , Janot defende enfaticamente o
instituto da colaboração. Ele classificou de "decisão histórica" o
recente julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que "confere
segurança jurídica aos colaboradores".O procurador pondera que, apesar do
amplo conhecimento do Ministério Público em grandes investigações, há muita
dificuldade em desmontar organizações criminosas, "já que a regra, nesses
casos, costuma ser a Omertà, ou seja, o silêncio como garantia de
vida"."Com as colaborações premiadas, os réus confessam os crimes, apresentam
detalhes do funcionamento dos esquemas e ajudam na indicação dos líderes",
afirma.
Com quatro anos de mandato, a serem completados no
dia 17 de setembro, Janot deverá ser substituído pela subprocuradora-geral da
República Raquel Dodge - indicada por Temer. Na quarta-feira próxima, dia 12,
Raquel será sabatinada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do
Senado.
Janot deixa o comando do Ministério Público com um
sentimento, segundo suas próprias palavras. "Tenho a convicção de que não
me omiti." E com uma certeza. "Os inimigos da Lava Jato são os mesmos
que integram os esquemas desvelados na Operação."O procurador, com 33 anos
de Ministério Público, trava um embate histórico com o presidente, a quem acusa
formalmente por corrupção passiva no caso JBS. Janot está convencido de que
Temer era o destinatário real da propina de R$ 500 mil - 10 mil notas de R$ 50
- que o ex-deputado Rocha Loures (PMDB-PR) recebeu em uma mala preta na noite
de 28 de abril no estacionamento de uma pizzaria em São Paulo.
Na mesma investigação com base na delação da JBS, o
procurador denunciou e pediu a prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG), por
supostamente pedir propina de R$ 2 milhões a Joesley.Outro alvo da ofensiva de
Janot é um colega da própria instituição que comanda, o procurador Ângelo
Goulart, preso sob suspeita de atuar como infiltrado do delator da JBS, em
troca de uma mesada de R$ 50 mil.
Como recebeu a decisão do STF sobre os limites da
delação premiada?
Foi uma decisão histórica, que fortalece o instituto da colaboração premiada e confere segurança jurídica aos colaboradores. A decisão do Supremo foi certeira ao garantir que os acordos celebrados na legalidade, com os colaboradores cumprindo todas as obrigações assumidas, serão mantidos. A competência do plenário ao julgar os acordos é revisional, limitada à verificação do cumprimento das cláusulas pelos colaboradores bem como a uma eventual ilegalidade que possa macular a validade do ato jurídico. O STF foi muito enfático ao reafirmar a possibilidade de o Ministério Público firmar os acordos de colaboração com a garantia de que serão mantidos quando obedecidos os requisitos legais.
Foi uma decisão histórica, que fortalece o instituto da colaboração premiada e confere segurança jurídica aos colaboradores. A decisão do Supremo foi certeira ao garantir que os acordos celebrados na legalidade, com os colaboradores cumprindo todas as obrigações assumidas, serão mantidos. A competência do plenário ao julgar os acordos é revisional, limitada à verificação do cumprimento das cláusulas pelos colaboradores bem como a uma eventual ilegalidade que possa macular a validade do ato jurídico. O STF foi muito enfático ao reafirmar a possibilidade de o Ministério Público firmar os acordos de colaboração com a garantia de que serão mantidos quando obedecidos os requisitos legais.
Sem a delação não há como combater as grandes
organizações criminosas?
O instituto da colaboração premiada ainda é muito recente no Brasil, apesar de ser largamente usado em outros países. Desde o caso Banestado, essa prática tem-se mostrado cada vez mais eficiente no combate ao crime organizado.
O instituto da colaboração premiada ainda é muito recente no Brasil, apesar de ser largamente usado em outros países. Desde o caso Banestado, essa prática tem-se mostrado cada vez mais eficiente no combate ao crime organizado.
Apesar do vasto conhecimento do Ministério
Público em grandes investigações, sabemos da dificuldade em desvelar crimes
praticados por organizações criminosas, já que a regra, nesses casos, costuma
ser a Omertà, ou seja, o silêncio como garantia de vida. Com as colaborações
premiadas, os réus confessam os crimes, apresentam detalhes do funcionamento
dos esquemas e ajudam na indicação dos líderes. No caso da colaboração dos
executivos do grupo JBS, por exemplo, fica evidente que sem a colaboração de um
integrante da organização não seria possível identificar o complexo esquema de
pagamento de propina envolvendo o presidente da República, um deputado federal,
um senador e, até mesmo, um procurador da República.
EX-BRAÇO DIREITO DE JANOT QUE VIROU ADVOGADO DA JBS DEIXA ESCRITÓRIO
MILLER ATUAVA NA LAVA JATO, MAS VIROU DEFENSOR
DO GRUPO J&F/JBS
E AÍ JANOT, NÃO ENJOOU?
O ex-procurador da Lava
Jato Marcelo Miller, ex-braço direito de Janot que virou advogado da JBS deixou
na última quarta-feira (5) o escritório de advocacia Trench, Rossi, Watanabe,
de onde era sócio desde maio, dias antes das revelações
A informação foi
confirmada pelas assessorias de imprensa de Miller e do escritório. Ambos
disseram que a decisão foi de “comum acordo”.
Miller integrou o grupo
de trabalho da Lava Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR) entre 2014 e
2016, e pouco depois se associou ao Trench, Rossi, Watanabe, que prestou
serviços para o grupo J&F/JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, alvo
das investigações. O escritório chegou a negociar parte do acordo de leniência
firmado por executivos do grupo com o Ministério Público Federal do Distrito
Federal.
O ex-procurador era
ex-assessor do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e foi citado por
Temer como alguém de sua “mais estrita confiança”, que “ganhou milhões em
poucos meses”, graças ao acordo. Segundo a PGR, Miller não cometeu ato
irregular e não participou pessoalmente das negociações do acordo da
colaboração premiada dos executivos do grupo.
O Tribunal de Ética e
Disciplina (TED) da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio (OAB-RJ)
abriu no fim de junho um processo de apuração formal para avaliar a conduta do
ex-procurador. O caso estava sendo analisado pelo TED desde 31 de maio.
"Fiquei chocado e com náusea", diz Janot sobre conversa entre Joesley e Temer
Creio
que todos os brasileiro de bem estão com os estômagos revirando ainda, pois
estamos provavelmente assistindo a um enjôo seletivo. Quem tornou os irmãos
metralha bilionários com o nosso dinheiro?! Que vão todos os bandidos para a
cadeia, seja Temer, Lula, Dilma, Aécio, ministros ou procuradores! Mas chega de
agirem como se não raciocinássemos! É tudo elementar meu caro espertalhão!
O procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, afirmou na noite de quarta-feira (5), que ficou
chocado e com "náusea" ao ouvir a gravação da conversa entre o
empresário Joesley Batista, da JBS, e o presidente Michel
Temer. "Fiquei chocado e senti náusea. Foi minha reação física: um
choque, e fiquei enjoado mesmo". A declaração foi dada em
entrevista ao programa Conexão Roberto d'Ávila.A gravação baseou a
denúncia da PGR contra Temer por corrupção passiva.
'Época': PF
acaba com grupo de trabalho da Lava Jato em Curitiba
Não há dúvida entre os investigadores de que a
produção de provas em processos altamente relevantes – como os dos
ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff,
entre dezenas de outros – será severamente prejudicada.
Janot afirmou ainda que
precisou fazer uma "escolha de Sofia" ao ouvir a gravação, já
que os irmãos Batista (Joesley e Wesley) impuseram como condição para
delatar a imunidade total. "Essas pessoas chegaram para mim e disseram
assim: ‘Nós aceitamos negociar tudo, mas a 'não denúncia' a gente não aceita
negociar’. Eu me vi na seguinte escolha de Sofia", disse o procurador,
acrescentando: "Eu tinha tomado conhecimento que altíssimas
autoridades da república estavam praticado crimes, os crimes estavam em curso e
crimes graves. Se eu não aceitasse esse acordo, não teria como apurar estes
crimes. Eu teria que fingir que nada tinha ouvido, que nada tinha acontecido, e
essas pessoas continuariam a cometer crimes".
"Fiquei chocado e
com náusea", diz Janot sobre conversa entre Joesley e Temer
Sogro de filha de
Fachin é chefe em empresa da família Batista
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