Juiz de MT recebe contracheque de quase meio milhão de reais
Pagamento teve aval do CNJ. Magistrado diz que valor é justo e
não liga para polêmica
SÃO PAULO - Em meio a ações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que contestam os altos valores pagos aos magistrados, um juiz de Mato Grosso surprendeu ao ter o valor de seu contracheque do mês passado revelado: cerca de meio milhão de reais. Titular da 6ª Vara de Sinop, a 477 quilômetros de Cuiabá, o juiz Mirko Vicenzo Giannotte recebeu, em valores brutos, R$ 503.928,79. Com descontos, o rendimento foi de R$ 415.693.02. Em conversa com o GLOBO, ele disse que o pagamento é justo, está dentro da lei e que ele não está "nem aí" para a polêmica.
A remuneração foi
autorizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, de acordo com o Tribunal
de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT), é resultado do ressarcimento de um passivo
referente ao período de 2004 a 2009. Nesses anos, o magistrado foi designado para
atuar em uma entrância superior, ou seja, uma comarca de maior porte, e seguiu
recebendo o salário de uma posição abaixo na estrutura judiciária.
O valor, segundo o
Portal da Transparência, foi resultado da soma de R$ 300.283,27 em salário, R$
137.522,61 em indenizações, além de R$ 40.342,96 em vantagens eventuais e mais R$ 25.779,25
em gratificações.
O rendimento de julho,
em valores brutos, é quase oito vezes maior do que recebido pelo magistrado no
mês anterior:
R$ 65.872,83. Os dados foram
revelados pelo site do jornal “O Estado de S. Paulo”.
O pedido de pagamento
foi feito pela Associação dos Magistrados do Mato Grosso e teve aval do CNJ.
Em entrevista ao GLOBO,
o juiz Giannotte afirmou que o valor é a "justa reparação" pelos anos
em que trabalhou em comarcas superiores, mas seguiu recebendo o salário como
juiz de primeira entrância.
— Eu não 'tô' nem aí
(sobre a polêmica). Eu estou dentro da lei e estava recebendo a menos. Eu
cumpro a lei e quero que cumpram comigo — disse o magistrado.
Segundo Giannotte, ele
aguarda receber outros passivos estimados em R$ 750 mil, referente ao acúmulo
de varas.
— O valor será uma vez
e meio o que eu recebi em julho. E quando isso acontecer eu mesmo vou colocar
no Facebook — disse o juiz, que afirma ser "famoso" por trabalhar até
de madrugada.
A única surpresa para o
magistrado foi a quantia milionária ter sido depositada no dia 20 de julho,
data em que completou 47 anos.
— Foi um belo presente,
uma coincidência —, disse Giannotte, que não revelou como vai investir a
bolada. — É uma coisa pessoal, mas antes de receber eu sempre fiz minhas
doações.
Em 2015, o juiz ganhou
visibilidade com uma decisão que tomou em Sinop, ao determinar que a
Universidade de São Paulo (USP) fornecesse a substância fosfoetanolamina
sintética, conhecida como a pílula que câncer, para um morador da cidade.
Governo quer limitar salário de servidores públicos em R$ 33,7 mil
O governo deve anunciar
no início desta semana um pacote com uma série de medidas para reduzir os
gastos públicos, entre elas a fixação de um teto remuneratório, ou seja,
salário máximo a ser pago, para os servidores do Executivo, Judiciário e
Legislativo.
Segundo a proposta,
o valor máximo a ser pago será de R$ 33.763 mil por mês, incluindo todas
as verbas recebidas pelo servidor, como bonificações e indenizações e auxílios
como o moradia, o transporte e o combustível.
A Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) será enviada ao Congresso e afetará principalmente
os servidores do Judiciário. A expectativa do governo é de que sejam
economizados, somente em 2018, R$ 725 milhões.
Irmãos Batista Continuam Escondendo O ‘Sócio Oculto Da Friboi’, Diz Procurador
O procurador Ivan Marx,
do Ministério Público Federal no DF, acusa Joesley Batista de sonegar
documentos importantes às investigações sobre a JBS. Responsável pela Operação
Bullish, ele quer ampliar suas apurações e saber quem esteve por trás da
Blessed LLC., sócia misteriosa do frigorífico, aberta em Delaware, paraíso
fiscal americano, em 2009. Marx ouviu Joesley em 12 de junho e, desde então,
requer os dados, sem sucesso. No dia 4, concedeu mais dez dias para o envio. “Ele
não entrega. Ninguém sabe quem eram os sócios da empresa”, diz.
Joesley e seu irmão,
Wesley, informaram à Receita ter comprado 50% das ações da Blessed cada um. Mas
não se sabe quem era o dono antes disso.
Marx já havia criticado
a delação de Joesley por não conter provas de que os ex-presidentes Lula e
Dilma foram beneficiários de contas no exterior com US$ 150 milhões.
A JBS alega que, embora
já tenha entregado “farto material”, mais provas e documentos serão
apresentados à Justiça no “prazo firmado” na delação. E reitera que os
delatores seguem em seu “firme propósito” de colaborar.
Assinar:
Postagens (Atom)