Desembargadores rejeitam recurso de Azeredo e determinam prisão imediata

























Justiça ordena prisão de Azeredo após último recurso ser rejeitado

5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais julgou último recurso de 2ª instância da defesa do ex-senador e ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB).
Os cinco desembargadores da 5ª Câmara Criminal rejeitaram, nesta terça-feira (22), o recurso da defesa do ex-senador e ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) no processo do mensalão tucano e determinaram a execução imediatada da prisão.
Este foi o último recurso com efeito suspensivo possível de ser apresentado pela defesa de Eduardo Azeredo na segunda instância, na Justiça de Minas Gerais. Ainda cabe, por parte da defesa, um recurso chamado "embargos de declaração de embargos de declaração", mas ele não muda nenhuma das decisões tomadas pela Corte. Os advogados dizem que o político é inocente.
Um mandado de prisão contra Azeredo foi expedido pela própria 5ª Câmara Criminal, logo após o julgamento do recurso. Este mandado foi enviado para o Fórum Lafayette, no Centro de Belo Horizonte, para que um juiz da Vara de Execuções Penais faça os procedimentos burocráticos e uma cópia foi enviada para a Polícia Civil.
Um juiz da Vara de Execuções Penais vai definir detalhes da prisão e para qual unidade prisional o réu deve ser encaminhado.
Veja como foi o julgamento do recurso
Azeredo foi condenado em segunda instância a 20 anos e um mês de prisão pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro, no mensalão tucano, em agosto passado. A condenação em primeira instância foi em 2015.

O ex-governador de MG Eduardo Azeredo em imagem de dezembro de 2017 (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
O julgamento
Nesta terça-feira (22), a 5ª Câmara Criminal foi formada pelos desembargadores Julio César Lorens, Alexandre Victor de Carvalho, Pedro Vergara, Adilson Lamounier e Fernando Brant. Lorens é o relator do processo de Azeredo e Carvalho, o desembargador revisor.
Um dos desembargadores que participou do julgamento dos recursos infringentes, Eduardo Machado, está em licença médica e foi substituídos por Fernando Brant. No julgamento de abril, Machado votou pela absolvição de Azeredo.
Lorens votou nesta terça-feira pela rejeição dos embargos de declaração e pela prisão imeadiata e seu voto foi acompanhado pelos demais.
Após os votos, o advogado Castellar Guimarães Neto, que defende Azeredo, teve a palavra concedida pelo relator, apesar de não ser uma manifestação prevista, para pedir que a prisão seja executada quando se esgotarem todos os recursos na segunda instância ou somente após a publicação do acórdão deste julgamento no Diário do Judiciário.
No entendimento do advogado, ainda cabem os "embargos de declaração dos embargos de declaração".
O relator respondeu o advogado dizendo que este "embargos dos embargos" é uma medida que não tem efeito suspensivo e que, por isso, não pode ser considerado como etapa para o início da execução provisória.
No entendimento de desembargadores, este julgado nesta terça-feira é o último recurso possível na segunda instância e os "embargos dos embargos" é uma medida protelatória.
Durante a discussão, o desembargador Alexandre Victor de Carvalho voltou atrás no voto pela prisão imediata e disse que vota por aguardar a decisão dos "embargos dos embargos" antes da expedição do mandado de prisão. Com isso, o placar pela prisão imediata ficou em 4 a 1 em desfavor de Azeredo.
A denúncia
De acordo com a denúncia, o mensalão tucano teria desviado recursos para a campanha eleitoral de Azeredo, que concorria à reeleição ao governo do estado, em 1998.
O esquema envolveria a Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig), a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) e teria desviado ao menos R$ 3,5 milhões por meio de supostos patrocínios a três eventos esportivos: o Iron Biker, o Supercross e o Enduro da Independência. Todos os réus negam envolvimento nos crimes.



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CAMINHONEIROS BLOQUEIAM RODOVIAS CONTRA AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS























NESTA SEGUNDA-FEIRA, 21, A PETROBRAS ANUNCIOU MAIS UMA ALTA DO VALOR DO DIESEL NAS REFINARIAS, DE 0,97% A PARTIR DE TERÇA, 22 (FOTO: DOUGLAS MAGNO/O DIA/AE)

Caminhoneiros protestam nesta segunda-feira, 11, em todo o país, contra o aumento do combustível. No início da manhã havia atos em pelo menos 11 Estados: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins.
Os protestos nas rodovias foram anunciados sexta-feira (18) pela Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCam) e pela Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA).
A convocação dos caminhoneiros pela ABCam foi feita como forma de cobrar medidas para reduzir o impacto do aumento do diesel, entre elas a isenção de tributos. "O aumento constante do preço nas refinarias e dos impostos que recaem sobre o óleo diesel tornou a situação insustentável para o transportador autônomo. Além da correção quase diária dos preços dos combustíveis feita pela Petrobras, que dificulta a previsão de custos por parte do transportador, os tributos PIS/Cofins, majorados em meados de 2017, com o argumento de serem necessários para compensar as dificuldades fiscais do governo, são o grande empecilho para manter o valor do frete em níveis satisfatórios", diz comunicado da ABCam.
Na semana passada, a entidade enviou ofício ao governo, afirmando que os caminhoneiros vêm sofrendo com os aumentos sucessivos no diesel, o que tem gerado aumento de custos para a atividade de transporte. Segundo a associação, o diesel representa 42% dos custos do negócio. Citando dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), a organização afirma que 43% do preço do diesel na refinaria vêm do ICMS, PIS, da Cofins e Cide.
No documento, a entidade reivindicou a isenção do PIS, da Cofins e Cide sobre o óleo diesel utilizado por transportadores autônomos. A associação também propõe medidas de subsídio à aquisição de óleo diesel, por meio de um sistema ou pela criação de um Fundo de Amparo ao Transportador Autônomo.
No fim de semana, a Justiça Federal no Paraná proibiu que caminhoneiros bloqueiem qualquer rodovia federal que cruze o estado, sob pena de multa de R$ 100 mil por hora em caso de descumprimento da medida. A decisão é do juiz Marcos Josegrei da Silva.
O magistrado atendeu a pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), que descreveu como “incomensuráveis” os potenciais prejuízos causados por eventual bloqueio de rodovias. Apesar da proibição de bloqueios, o juiz destacou “que não se está negando o direito de reunião e/ou de liberdade de expressão previstos constitucionalmente”.
Ele disse que não vê problemas na realização da manifestação “em meia-pista, nos locais em que haja pista dupla”, mas vetou a retenção do fluxo total de veículos.
Aumentos
Nesta segunda-feira, 21, a Petrobras anunciou mais uma alta do valor do diesel nas refinarias, de 0,97% a partir de terça, 22. Na semana passada, foram cinco reajustes diários seguidos. A escalada nos preços acontece em meio à disparada nos preços internacionais do petróleo.
A Petrobras diz que as revisões podem ou não refletir para o consumidor final – isso depende dos postos. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel nas bombas já acumula alta de 8% no ano. O valor está acima da inflação acumulada no ano, de 0,92%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).




Caso Mariele joga luz sobre milícia em alta






















A denúncia contra o ex-PM Orlando de Araújo, apontado por uma testemunha como envolvido na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, tornou famoso um nome já conhecido pela polícia. Ele é investigado por supostamente comandar uma milícia violenta, que se expande por Jacarepaguá, zona oeste do Rio. Também enfrenta suspeitas por três homicídios, participação no jogo do bicho e na máfia dos caça-níqueis. A defesa diz que ele é inocente.
A quadrilha extorque dinheiro por meio de cobranças ilegais relacionadas a serviços que controla, conforme apuração do Ministério Público e da Polícia Civil. O grupo ganha força em Curicica, bairro que serve de apelido ao ex-PM, Taquara, Freguesia e Praça Seca, além da comunidade do Terreirão, no Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande e Vargem Pequena, na zona oeste carioca.
Um dos homicídios em que Araújo é suspeito teve como vítima um colaborador do vereador Marcello Siciliano (PHS), também apontado como mandante da morte de Marielle. Carlos Alexandre Pereira, o Cabeça, tinha prestado depoimento sobre o caso Marielle. Foi encontrado com marcas de tiros dentro de um carro na Taquara na noite de 8 de abril, 25 dias após a execução da vereadora.
Há a suspeita de que teria sido queima de arquivo. Testemunhas afirmaram que um dos atiradores gritou: "A gente tem de calar a boca dele". Segundo a defesa, a inclusão do ex-PM no inquérito deve-se ao fato de o assassino, supostamente, ter dito "manda um alô pro Curicica".
Segundo a testemunha, a morte de Marielle foi encomendada por Siciliano ao ex-PM porque ela estava "atrapalhando" a milícia. O vereador nega. Os outros dois assassinatos são mais antigos. Em junho de 2015, o presidente da escola de samba União do Parque Curicica, Wagner Raphael de Souza, foi baleado. Já em junho de 2016, o sargento da reserva da PM Geraldo Antônio Pereira foi metralhado no estacionamento da academia da qual era dono. Foi alvejado na cabeça e no pescoço por três homens, de carro. O caso logo foi ligado a disputas ligadas à exploração ideal de caça-níqueis.
"Essa alegação de que (Araújo) é apenas um líder comunitário é historinha", disse um investigador ao Estado. Preso desde outubro, Araújo pode ser transferido do Rio na semana que vem, a pedido da Justiça.
O ex-PM atribui o envolvimento de seu nome a uma retaliação da testemunha. O motivo seria o rompimento de uma parceria - Araújo diz que seu acusador é um PM com quem trabalhara como segurança particular e de eventos por dois anos. O ex-PM teria se afastado após descobrir que ele tinha envolvimento com o crime.
"Estou vivendo à base de calmante", disse a mulher de Araújo. Empresária de 34 anos, ela trabalha com compra e venda de joias de ouro e tem uma distribuidora de água no Recreio. "Tenho de me esconder porque não sei o que está acontecendo. Nossa vida virou um inferno.

Fonte: Jornal do Brasil