Dirceu volta ao crime protegido pelo STF
Vitória – Fico a imaginar como
nós, brasileiros, somos idiotas. Às vezes até penso que merecemos que políticos
corruptos, ladrões, lacaios e indecentes devem, mesmo, se manter no poder a
julgar pela decisão da Segunda Turma do STF que deixou o Zé Dirceu, chefe de
quadrilha, solto para fazer campanha do PT pelo Brasil. Fico mais perplexo
ainda quando vejo a população se manter silenciosa e passiva diante de tanta
sem-vergonhice, ao assistir, sem reação, ministros da corte suprema julgar um
caso como o do Zé Dirceu com tamanha parcialidade e desfaçatez.
Pergunto aqui, sem querer
ofender, qual o papel dos ministros Celso de Melo e de Edson Fachin nessa
Segunda Turma, quando sabemos que são votos vencidos nos julgamentos que
envolvem petistas? Nenhum. Ética e moralmente deveriam se ausentar desses
julgamentos para não legitimar as decisões de carta marcada de seus colegas,
cujos resultados das sentenças são conhecidos antes do julgamento.
Veja aqui que primor de
argumento do ministro Dias Toffoli, ex-empregado de Zé Dirceu no governo Lula,
publicado no UOL, para justificar o habeas corpus que vai deixar o amigo do
peito solto por aí, sem tornozeleira, fazendo campanha para o PT e avançando
nos cofres públicos, mesmo condenado a trinta anos de cadeia:
Toffoli afirmou que a
manutenção da prisão preventiva após condenação em primeira instância significaria
modificar a jurisprudência do Supremo, que prevê que a execução de uma pena
deve começar apenas após a condenação em segundo grau.
Destacando que a prisão foi há
quase dois anos, o ministro diz reconhecer gravidade dos delitos pelos quais
foi condenado em Curitiba, mas afirmou que não há novos argumentos que
justifiquem a continuidade da prisão preventiva do ex-ministro do PT. Outro
argumento que utilizou foi que o grupo ao qual Dirceu fazia parte já não se
encontra no Poder após o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Viu? Isso mesmo, o grupo que
Dirceu fazia parte “já não se encontra no Poder”. Trocando em miúdo, Toffoli
quis dizer que a “quadrilha que Zé fazia parte já não existe depois que a Dilma
foi demitida da presidência. É assim, usando de sofisma, que o ministro devolve
Zé Dirceu à malandragem, à corrupção e à delinquência. É assim, coisa de
compadrio, tipo: acuso você de delinquente, você faz que se ofende, mas em
compensação eu tiro você do presídio. Ou seja: digo para sociedade que estou
sendo imparcial ao condenar os atos do réu, mas deixo ele livre para delinquir.
É dessa forma parcial que a
Segunda Turma vem agindo nos processos do PT, pois tem entre seus integrantes
dois ministros que chegaram até ao tribunal pelas mãos partido. Ricardo
Lewandowski, indicado para corte com ajudinha de Marisa, mulher de Lula, é o
mais aguerrido defensor petista de todos eles. É aquele do impeachment da Dilma
que contrariou a própria Constituição que jurou defender ao não cassar os
direitos político da ex-presidente, como a corte fez com Collor mesmo ele
renunciando antes da abertura do processo de impedimento, um atropelo jurídico.
Olhe aqui outra preciosidade
do que Lewandowski disse para justificar o habeas corpus que deixaria Zé Dirceu
em liberdade:
“Há
jurisprudência para vários lados, diversas direções e como vi o ministro
Toffoli fazer referência, em direito penal e no direito processual, cada caso é
um caso. Não existem teses definitivas aplicáveis mecanicamente, é preciso
sempre sopesar os fatos em concreto”.
Hahahaha. É preciso sempre
sopesar. Sopesar: “calcular, ponderar, estimar, considerar, apreciar, avaliar,
…Assim, “sopesando”, ele também decidiu pela liberdade de Zé Dirceu, um
corrupto legítimo, condenado a 30 anos de cadeia, que agora está rodando o país
em campanha para eleger um candidato do PT sob a proteção do Supremo Tribunal
Federal que o liberou para ser cabo eleitoral com direito a pedir voto para
quadrilha lulista a qual ele pertence. Zé, livre, de quebra ainda anuncia o
lançamento de um livro sobre os anos que passou mofando na cadeia.
É diante dessa excrecência que
volto a afirmar aqui: a escolha desses caras para compor o STF é equivocada.
Eles não podem ser indicados monocraticamente pelo presidente da república que
os transformam em refém. Ou você acha que um ministro, indicado por um
presidente, julga com isenção aquele que o nomeou? Não.
A partir de setembro Toffoli
assume o STF. Olho nele!
JORGE OLIVEIRA
Megaoperação contra corrupção mira policiais civis e militares
Mais de 200 policiais participam da ação contra agentes envolvidos que extorquiam pessoas que cometiam atividades ilícitas. Dois delegados e um chefe de cartório aposentado da Polícia Civil são os principais alvos
Rio - A Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança (Sinte), as corregedorias das polícias Civil e Militar e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público Estadual (MPRJ), fazem uma megaoperação, na manhã desta quinta-feira, contra agentes de segurança. Até 12h, 36 pessoas tinham sido presas, sendo 21 policiais civis, cinco PMs e um agente da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap). A ação envolve mais de 200 policiais em vários bairros do Rio e o objetivo é cumprir 45 mandados de prisão: 23 contra policiais civis, sendo dois delegados; sete policiais militares, um bombeiro militar, advogado e outras 12 pessoas.
Segundo a denúncia que deu
origem à segunda fase da operação "Quarto Elemento", os alvos extorquiam
quem cometia atividades criminosas e são acusados de organização
criminosa, corrupção passiva e ativa e concussão (crime praticado por
funcionário público quando ele exige vantagem indevida para si ou para outro).
Também vão ser cumpridos sete mandados de busca e apreensão - sendo dois contra
policiais civis, um contra agente penitenciário e quatro envolvendo outras
pessoas.
Ao todo, o Ministério Público
do Rio denunciou 48 pessoas, sendo elas 24 policiais civis, seis policiais
militares, dois bombeiros militares, um agente penitenciário e outras 15 que
atuavam como informantes ou ajudantes dos policiais.
Investigação
As investigações para a
operação começaram há cerca de um ano a partir de informações de
que agentes da segurança pública extorquiam pessoas que cometiam
atividades ilícitas. Entre os alvos da quadrilha estavam até presos, que
conseguiam liberdade através do bando.
Ao longo das investigações foi
descoberto que existiam varias células dentro da quadrilha. Uma era denominada
“administração” e teria como líder o delegado Rodrigo Sebastian Santoro Nunes.
Preso na manhã de hoje, Delmo Fernandes Baptista Nunes, era braço direito do
delegado. Outro com influência no esquema e que exercia papel de importante na
quadrilha seria o também delegado Thiago Luis Martins da Silva. Os presos estão
sendo levados para a Cidade da Polícia, no Jacaré, na Zona Norte.
Rodrigo Santoro trabalha
atualmente na Delegacia de Acervo Cartorário (Capital), mas já foi lotado
na 34ª DP (Bangu), 35ª DP (Campo Grande), 36ª DP (Santa Cruz), Delegacia de
Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Niterói e na Delegacia de Roubos
e Furtos (DRF). Já Thiago Luís deveria estar de plantão na Central de Garantias
Norte, na Cidade da Polícia. Ele, que também já trabalhou na 34ª DP, chegou a
sair de casa de moto, mas não chegou à CG-Norte nesta manhã.
Como funcionava o esquema
Para o Ministério Público, o
grupo estava reunido em torno de um objetivo comum: identificar pessoas que
estivessem fora da lei, seu potencial econômico e fazer “operações” policiais
contra elas, sempre com a intenção de pega-las em flagrante comentando algum
tipo de crime. Após isso, eles exigiam uma quantia muito alta em dinheiro para
que os suspeitos não fossem presos ou tivessem as mercadorias apreendidas. A investigação identificou que
qualquer pessoa que praticasse algo ilegal poderia ser vítima do bando. O MP
identificou extorsão contra vendedores de mercadorias piratas, ambulantes,
postos de gasolina, bingos, donos de veículos clonados e comerciantes em
situação irregular.
Ainda de acordo com o MP, a
quadrilha chegou a fazer ameaças e até agrediram fisicamente as vítimas. O
bando também chegou a desviar os materiais apreendidos para serem revendidos. O
esquema também tinha informantes, responsáveis por levar aos agentes
denunciados dados sobre possíveis alvos envolvidos com ilícitos e que poderiam
gerar propina.
Rodrigo Santoro e Delmo
Fernandes eram do "alto escalão" e gerenciavam, fiscalizavam e
recebiam os lucros obtidos pelo esquema criminoso. financeiros produzidos pelos
demais membros da organização. Já a atuação do delegado Thiago Luis
ocorria quando a negociação com os suspeitos pegos em atividade criminoso não
era concluída no local da abordagem. Nesses casos, o alvo era levado para a
delegacia, apresentado a Thiago Luis, que convencia o alvo de fazer o
pagamento de propina, reforçando as ameaças feitas pelo grupo.
O esquema de arrecadação de
vantagens ilícitas começou na 34ª DP, em Bangu, mas com as transferências dos
policiais envolvidos, passou a ser praticado na 36ª DP (Santa Cruz) e,
posteriormente, na Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) de Niterói. A primeira fase da
Operação Quarto Elemento foi realizada em setembro do ano passado para
cumprir seis mandados de prisão, quatro deles contra policiais civis e outros
dois contra suspeitos que atuavam como informantes dos agentes.
Delegado com nome de galã ostentava em rede social
Com nome e pinta de galã, o
delegado Rodrigo Santoro, apontado como o líder da quadrilha, ostentava nas
redes sociais. Em seu perfil no Facebook e de outras pessoas em comum, ele
aparece em fotos em momentos de lazer com família e amigos em resort em
Angra dos Reis e até em viagem internacional na neve. Com um salário
líquido de quase R$ 17 mil, ainda assim Rodrigo Santoro fazia parte de um
esquema para extorquir supostos criminosos.
"Sou intenso. Amo a vida,
a família e os amigos. Busco incessantemente a felicidade", se descreve na
rede social o Russo, como é chamado por alguns amigos. Sua última postagem
pública foi anunciando seu "casamento", em 14 de fevereiro deste ano.
"Como fomos morar juntos, decidimos mudar o status no Face, mais não houve
cerimônia (sic)", disse Santoro.
Alvo preso com arsenal
de guerra
Um dos mandados de
prisão foi contra Rafael Luz Souza, conhecido como Pulgão, oficial de
cartório da Polícia Civil, que está preso desde julho deste ano.
Ele foi alvo de uma ação da
Corregedoria da instituição e no momento da prisão com outras três
pessoas, em uma boate na Barra, Pulgão estava co um arsenal de guerra, com cinco
fuzis, oito pistolas, uma metralhadora antiaérea, uma arma de paintball e
munições de vários calibres. Eles eram apontados como suspeitos
de integrar uma milícia que atua em Realengo, Bangu e Campo Grande, na Zona
Oeste.
Confira os policiais presos já identificados
- Delegado Rodrigo Santoro Nunes -
Delegacia de Acervo Cartorário da Capital (FORAGIDO);
- José Ricardo Cabral dos Anjos -
Delegacia de Homicídios (DH) (FORAGIDO);
- Delmo Fernandes Baptista Nunes -
Chefe de cartório aposentado;
- Carlos Tadeu Gomes de Freitas filho -
já estava preso;
- Xavier Fernandes Coelho - já estava
preso;
- Rafael Ferreira dos Santos - já
estava preso;
- Jorge Felipe de Paula Coelho - 50ª DP
(Itaguaí);
- Carlos Vieira Silvestre - Delegacia
de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA);
- Rafael Luz de Souza, o Pulgão;
oficial de cartório que já estava preso;
- Ricardo da Costa Canavarro - Da 4ª DP
(Praça da República);
- Quintino Pedro de Moraes Santos -
Policial aposentado
- Antônio Sérgio de Almeida Mazoli -
34ª DP (Bangu);
- Rafael Berg de Carvalho - Posto
Regional de Polícia Técnico-Científica de Duque de Caxias (PRPTC-DC);
- Flávio Chaves Cardoso - trabalha no
setor de transporte;
- Marcelo Jano Fernandes da Silva
- Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA);
- Gabriel Jorge Oliveira de
Medeiros Souza - 59ª DP;
- Thiago Ventura Scolarick Braga -
Perito do Posto Regional de Polícia Técnico-Científica (PRPTC) de Campo Grande;
- Walquir Corrêa da Rocha
- PRPTC de Campo Grande;
Alemães de extrema-direita entram em confronto esquerdistas após esfaqueamento em Chemnitz
Manifestantes de direira durante protesto em Chemnitz 27/8/2018
REUTERS/Matthias Rietschel Foto: Reuters
Manifestantes da
extrema-direita entraram em confronto com manifestantes de esquerda nesta
segunda-feira na cidade alemã de Chemnitz, no leste do país, após um iraquiano
e um sírio serem presos por um ataque fatal a facadas que havia provocado
protestos violentos.
A polícia informou ter usado
canhões de água após fogos de artifício serem jogados por ambos os lados,
causando ferimentos.
Autoridades estatais e locais
pediram calma conforme milhares de pessoas foram às ruas, e o porta-voz da
chanceler Angela Merkel disse que a Alemanha não irá tolerar
"justiceiros".
As agitações refletem uma
crescente divisão na sociedade alemã após o governo Merkel permitir a entrada
de mais de um milhão de solicitantes a asilo no país em 2015, provocando uma
guinada à direita na política alemã.
Mais de mil manifestantes de
esquerda se juntaram perto de uma estátua gigante de Karl Marx em Chemnitz
nesta segunda-feira para protestar contra-ataques a estrangeiros que
aconteceram durante uma manifestação no domingo, após relatos nas redes sociais
sofre o esfaqueamento de um alemão de 35 anos.
"As cenas de pessoas indo
atrás daqueles que parecem estrangeiros nos assustam. Nós queremos mostrar que
Chemnitz possui outro lado, que é cosmopolita e se opõe à xenofobia",
disse Tim Detzner, chefe de partido radical de esquerda em Chemnitz, durante
manifestação.
Quase o mesmo número de
manifestantes agitando bandeiras da Alemanha e da Baviera se juntou em área
aproxima, alguns deles ultrapassando barreiras policiais colocadas para manter
os dois lados afastados. Muitos gritaram "Nós somos o povo", um
slogan usado por manifestantes da extrema-direita.
A polícia da Saxônia, Estado
onde fica Chemnitz, informou no Twitter que por volta das 16h30, no horário de
Brasília, a manifestação havia se encerrado e que estava acompanhando
participantes até a estação de trens.
Tensões estão altas depois que
cerca de 800 manifestantes - incluindo cerca de 50 que a polícia descreveu como
prontos para cometer violência - tomaram as ruas no domingo após o
esfaqueamento, que a polícia disse ter acontecido por um desentendimento.
Canais de televisão
transmitiram filmagens amadoras de skinheads perseguindo um homem de aparência
estrangeira pelas ruas.
"Não toleramos tais
assembleias ilegais e a perseguição de pessoas que parecem diferentes ou têm
origens diferentes, e tentativas de espalhar ódio pelas ruas", disse o
porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, em um boletim de rotina à imprensa.
"Isso não tem vez em
nossas cidades e nós, como governo alemão, o rejeitamos nos termos mais
fortes", disse. "Nossa mensagem básica para Chemnitz e além é que na
Alemanha não existe lugar para justiceiros, para grupos que querem
espalhar ódio pelas ruas, para intolerância e para extremismo".
Procuradores locais disseram
ter prendido dois suspeitos, um sírio de 22 anos e um iraquiano de 21 anos.
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