O plantão judiciário do TJ-MS, sexta passada, soltou Breno Fernando
Solon Borges, 37 anos, preso com 130 quilos de maconha, 199 munições de fuzil
calibre 762 e uma pistola nove milímetros. Contra ele, havia dois mandados de
prisão, que foram suspensos pela Justiça.
Breno vem a ser filho da desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges,
presidente do Tribunal Regional Eleitoral e integrante do Pleno do TJ.
Filho de desembargadora planejava resgatar preso de organização
criminosa, diz PF
Segundo a PF, ele teria viajado a Três Lagoas para auxiliar a tentativa de fuga
O empresário Breno
Fernando Solon Borges, dono de uma metalúrgica e serralheria em Campo Grande,
estaria planejando o resgate do líder de uma organização criminosa especializada
em contrabando de armas, Tiago Vinícius Vieira, em custódia na Penitenciária de
Segurança Máxima de Campo Grande.
De acordo com a PF
(Polícia Federal), o empresário teria participado da tentativa de fuga de Tiago
em março, quando ele estava na Penitenciária de Três Lagoas, inclusive tendo
viajado para a cidade. Ao todo, foram indiciadas sete pessoas, entre elas
Breno. Para o resgate, os criminosos usariam uma pistola calibre .380.
“Na referida situação,
após análises dos celulares apreendidos, com autorização judicial, constatou
que Breno auxiliaria na fuga do preso em Três Lagoas, inclusive chegou a
deslocar-se até a cidade para a ação criminosa”, diz nota divulgada pela PF, na
manhã desta quinta-feira (20), sobre a Operação Cérberus.
Neste processo, Breno é
acusado de integrar organização criminosa e tentativa de fuga de preso mediante
violência. “Tendo em vista o abalo a ordem pública e a garantia da aplicação da
lei penal, foi decretada a prisão preventiva dele e dos demais membros do
grupo. Por fim, Breno continua preso na Penitenciária de Três Lagoas”, destaca
a PF.
A prisão
Um dos filhos da
presidente do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral), desembargadora Tânia Garcia
Freitas Borges, Breno foi preso em 8 de abril carregando drogas, armas e munição
que seriam levadas para São Paulo. Na ocasião, a namorada dele e um
serralheiro, que o acompanhavam, também acabaram na prisão.
Segundo a PF, o trio
estava em dois carros que, juntos, transportavam 130 quilos de maconha, uma
pistola nove milímetros e 199 munições de fuzil calibre 7,62, de uso exclusivo
das forças armadas. Autoridades que acompanharam o caso chegaram a dizer que o
empresário usou o nome da mãe para tentar não ser preso.
O grupo foi abordado
pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) na BR-262, próximo à cidade de Água
Clara. Conforme a PRF, os motoristas apresentaram nervosismo e versões
contraditórias. Na revista dos veículos, foi encontrada a droga e a munição em
fundos falsos e reboque de um dos veículos.
Desde então, Breno e os
comparsas estão detidos no presídio de Três Lagoas. Nesta semana, o empresário
conseguiu habeas corpus parcial no processo que responde por tráfico e seria
transferido para uma clínica em Campo Grande, mas a mudança foi frustrada por
causa de prisão preventiva decretada no âmbito da Operação Cérberus.
Suspeito de planejar o
resgate do líder da organização criminosa, ele continuará na prisão enquanto
vigorar sentença do juiz Rodrigo Pedrini Marcos, da 1ª Vara Criminal de Três
Lagoas. O TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), no entanto, pode
revogar a sentença já que aceitou parcialmente a defesa do réu no outro
processo.
Na ação de tráfico de
drogas, a desembargadora Tânia alegou que o filho sofre com a síndrome de
Bordeline, doença que prejudica as relações sociais, e que seria viciado em
drogas. O pedido foi parcialmente aceito, já que a família de Breno queria que
ele fosse para Atibaia (SP), mas o Tribunal de Justiça deferiu apenas o
encaminhamento para a Capital.
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