EUA lançam dezenas de mísseis contra base militar síria


Em 1ª incursão militar contra regime de Assad, Exército atinge local de onde afirma ter partido ataque químico que horrorizou mundo; presidente defende 'fim de carnificina'

WASHINGTON - Horas após o presidente Donald Trump admitir retaliar a Síria pelas recentes ações do regime de Bashar al-Assad, o Exército dos EUA fez sua primeira incursão militar contra o governo durante a guerra civil na madrugada de sexta-feira (horário sírio). Dezenas de mísseis foram lançados contra a base militar de onde teria partido o ataque químico que deixou ao menos 86 mortos na segunda-feira. Espera-se um pronunciamento de Trump sobre a ação após um briefing pelo secretário de Defesa, James Mattis.
Segundo altos funcionários, o Exército lançou entre 50 e 70 mísseis Tomahawk a partir de destróiers estacionados no Mar Mediterrâneo, mirando um único destino — Ash Sha'irat, na província de Homs, de onde informações de Inteligência apontam que veio o ataque químico. Foram atingidos por volta de 3h45m a pista, aeronaves e depósitos de combustíveis, segundo altas fontes militares.
— Hoje à noite eu pedi um ataque militar direcionado numa base aérea na Síria, de onde o ataque químico foi lançado. É neste vital interesse de segurança nacional dos Estados Unidos prevenir e dissuadir a propagação e o uso de armas químicas mortais — afirmou o presidente durante um encontro com o homólogo chinês, Xi Jinping, em seu resort de Mar-a-Lago, na Flórida. — Nesta noite, apelo a todas as nações civilizadas para que se juntem a nós na busca para acabar com o massacre e o derramamento de sangue na Síria, e também para acabar com o terrorismo de todos os tipos e de todos os tipos.
Esta é a ação militar mais dura do governo Trump. O governo de Barack Obama havia ameaçado rebater Assad militarmente após outros episódios de ataques químicos atribuídos ao regime, mas nunca concretizou as declarações. A Rússia, que apoia Assad, teria sido avisada do ataque.
"A agressão americana atingiu alvos militares sírios", mostrou uma chamada da TV estatal síria durante a madrugada.
Horas antes, a Rússia advertiu os Estados Unidos que pode ter "consequências negativas" se lançar uma ação militar contra a Síria, após uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.
— Se houver uma ação militar, toda a responsabilidade recairá sobre os que tiverem iniciado uma empreitada tão trágica e duvidosa — declarou o embaixador russo na ONU, Vladimir Safronkov, na saída da reunião.

CASA BRANCA QUER ASSAD FORA

Veículos da imprensa americana revelaram que Trump recebeu do Pentágono opções de ações, que incluem a inabilitação de aeronaves do regime através de mísseis — sem arriscar forças americanas.
— Acho que o que Assad fez é terrível. O que aconteceu nas Síria foi uma desgraça para a Humanidade — afirmou Trump, que insinuou uma saída do ditador sírio. — Assad está ali, e acho que ele comanda as coisas, então algo deveria acontecer.
Seu secretário de Estado, Rex Tillerson, chegara a aceitar a permanência de Assad antes do ataque químico, mas mudou de rumo e disse que o país prevê uma "resposta apropriada às violações de todas as resoluções prévias da ONU, das normas internacionais".
— O papel de Assad no futuro é incerto os atos que cometeu. Pareceria que ele não deve desempenhar qualquer papel para governar o povo sírio — afirmou Tillerson ao encontrar na Flórida o presidente chinês, Xi Jinping, que se reúne com Trump. — Apoiamos um processo político que conduza à saída de Assad.





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