Declaração de Villas Bôas expressa posição do alto comando do Exército

















O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, no QG do Exército, em Brasília Foto: Dida Sampaio/Estadão
Villas Bôas afirmou que a instituição compartilha o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade
BRASÍLIA - O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, deixou claro, depois da forte repercussão da sua manifestação pelas redes sociais, que a sua fala “expressa a posição do Alto Comando do Exército”. Ele também fez a ressalva de que essa fala é “exclusivamente a da força”. Ou seja, o general não falou por conta própria, mas sim pelo Exército, mas sem nenhuma combinação com Aeronáutica e Marinha.
O Alto Comando reúne os generais-de-Exército, que têm quatro estrelas e são do topo da hierarquia militar, incluindo, por exemplo, os comandantes das regiões e os principais cargos da instituição em Brasília.
Ainda na noite de terça-feira, generais de alta patente tratavam de amenizar o impacto da manifestação do comandante, afirmando que ela não continha nenhuma ameaça. Assim como várias entidades se manifestaram sobre o Habeas Corpus do ex-presidente Lula, diziam, a intenção de Villas Bôas foi dar uma satisfação para o público interno e para a sociedade brasileira, em três sentidos: combate à impunidade, cumprimento da Constituição e defesa de um princípio, o de que “interesses individuais” não estão acima do interesse da Nação. 
Em rara manifestações política, pelo Twitter, Villas Bôas disse que o Exército “julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia”. O general afirmou também que o Exército “se mantém atento às suas missões”, o que, segundo os generais, foi uma reafirmação de que que a força não sairá de seus limites constitucionais.
Eles admitem que a manifestação do comandante um recado direto, sim, às tentativas de mudarem entendimento legal para favorecer o ex-presidente Lula, mas tentaram descartar uma ameaça ou pressão sobre o Supremo Tribunal Federal, que julga nesta quarta o pedido de Habeas Corpus preventivo de Lula para não ser preso. Segundo esses generais, foi uma manifestação da instituição e, se todos podem se manifestar, eles não apenas podem, como têm o dever de fazê-lo, dentro dos limites democráticos.
Segundo um desses generais, interlocutor assíduo de Vilas Bôas, “as pessoas têm de tirar a cabeça do século passado”, ou seja, devem parar de pensar que qualquer manifestação militar embute uma ameaça ao poder civil. Segundo ele, esse pensamento é totalmente fora de propósito.



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