Jornal O Globo localizou duas pessoas que afirmam ter
presenciado o momento em que vereadora e motorista foram executados no Centro
do Rio. Ambas contaram versões idênticas e nenhuma foi ouvida pela polícia.
Uma reportagem
publicada na edição deste domingo (1) pelo jornal O Globo revela novos detalhes
sobre a execução da vereadora do Psol Marielle Franco e do motorista Anderson
Gomes. As informações foram dadas por duas testemunhas que não foram ouvidas
pela polícia. Ambas teriam afirmado que policiais militares mandaram
testemunhas sair do local do crime.
O Globo conversou
com as duas testemunhas em separado e ambas deram a mesma versão sobre o crime,
que inclui detalhes sobre o momento da abordagem, a rota de fuga e as
características físicas do autor dos disparos que mataram a vereadora e o
motorista.
Segundo as testemunhas,
o carro em que os assassinos estavam imprensou o veículo conduzido por Anderson
no qual estavam Marielle e uma assessora parlamentar e que quase subiu na
calçada. Ambas disseram, também, que só viram um veículo no momento em que
foram feitos os disparos. As imagens de câmeras de vigilância sugeriam que dois
veículos haviam perseguido o carro em que a vereadora estava.
As testemunhas disseram
também que viram um homem negro, que estava sentado no banco de trás do carro
dos criminosos, colocando o braço para fora do veículo com uma arma de cano
alongado e que o armamento parecia ter um silenciador.
As duas pessoas ouvidas
pelo jornal afirmaram ainda que o carro usado pelos criminosos deu uma guinada
e fugiu, cantando pneus, pela Rua Joaquim Palhares. Até então, a suspeita era
de que a fuga teria ocorrido pela Rua João Paulo Primeiro, perpendicular à
Joaquim Palhares.
Ainda segundo o Jornal
O Globo, as duas testemunhas revelaram que permaneceram no local do crime até a
chegada da polícia, mas que os policiais militares mandaram todos sair de lá
sem serem ouvidos.
Desde os assassinatos
de Marielle e Anderson Gomes, a investigação está sob sigilo. Diante da
reportagem do Jornal O Globo, a GloboNews questionou
à Polícia Civil sobre a razão perla qual as duas testemunhas não foram ouvidas.
A corporação não se pronunciou a respeito.
Na semana passada, o
secretário de Segurança, general Richard Nunes, disse em uma entrevista à GloboNews que
é inegável que
as investigações sobre o crime indiquem uma motivação relacionada à atuação
política de Marielle Franco. Um investigador do caso relatou ao
jornal O Globo que estão sendo considerados projetos da vereadora e conflitos
relacionados à atividade legislativa, apesar de ela nunca ter recebido ameaças.
O mesmo agente afirmou que ela defendia pautas que contrariavam interesses de
grupos, inclusive de milicianos.
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