PF e MPF cumprem mandados de prisão na casa do empresário Eike Batista
Policiais não o encontraram e seu advogado afirmou que ele está viajando. Eike já é considerado foragido da Justiça. Operação Eficiência é um desdobramento da Lava Jato no Rio.
Agentes da Polícia
Federal e do Ministério Público Federal realizam uma operação para cumprir nove
mandados de prisão preventiva e quatro conduções coercitivas na Operação
Eficiência, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, na manhã desta
quinta-feira (26). Entre os principais alvos com mandados de prisão expedidos
está o empresário Eike Batista,
dono do grupo EBX. Segundo advogado Fernando Martins, que diz representar o
empresário, ele está viajando.
Informações obtidas
pela TV Globo indicam que o empresário está fora do país e é considerado
foragido. De acordo com Martins, Eike vai se entregar à polícia. O empresário é
acusado de pagar propina para conseguir facilidades em contratos com o governo,
quando governador era Sérgio Cabral.
Outros alvos da
operação são o ex-governador Sérgio Cabral,
que já está preso no complexo penitenciário de Gericinó, em Bangu, e Wilson
Carlos e Carlos Miranda, que também estão presos. Esse é o terceiro mandado de
prisão preventiva expedido contra Cabral, Wilson Carlos e Carlos Miranda. Todos
os mandados de prisão foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara
Federal Criminal do Rio de Janeiro.
PF realiza operação na
casa de Eike Batista
A PF investiga crimes
de lavagem de dinheiro consistente na ocultação no exterior de aproximadamente U$ 100
milhões, cerca de R$ 340 milhões. Boa parte dos valores já foi
repatriada. Também são investigados os crimes de corrupção ativa e corrupção
passiva, além de organização criminosa. Cerca de 80 agentes da Polícia Federal
participam da ação.
Um mandado de prisão
foi cumprido contra Flávio Godinho, braço-direito de Eike na empresa EBX, hoje
vice-presidente de futebol do Flamengo. Ele é acusado de ser um dos operadores
do esquema, através da ocultação e lavagem de dinheiro das propinas que eram
recolhidas das empreiteiras que faziam obras públicas no Rio de Janeiro. Um dos
nove mandados de prisão preventiva é contra Thiago de Aragão Gonçalves Pereira
e Silva, advogado e sócio de Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador Sérgio
Cabral.
De acordo com o
Ministério Público Federal, a investigação, concentrada nos crimes de corrupção
(ativa e passiva), lavagem dinheiro, tem avançado com base em quebras de sigilo
(bancário, fiscal, telefônico e telemático) e em acordos de delação premiada.
Segundo os procuradores, a organização criminosa liderada por Cabral
movimentou, em dez meses (agosto de 2014 a junho de 2015), R$ 39,7 milhões,
cerca de R$ 4 milhões por mês.
Polícia Federal entra na casa do empresário, na Zona Sul do Rio de Janeiro
A PF ainda tenta
cumprir também outros cinco mandados de prisão e quatro de condução coercitiva.
Os agentes também tentam cumprir mandados de condução coercitiva contra
Maurício de Oliveira Cabral Santos, irmão mais novo do ex-governador, Suzana
Neves Cabral, ex-mulher de Sérgio Cabral, Luiz Arthur Andrade Correia e Eduardo
Plass. Eles seriam beneficiários do esquema de corrupção.
Maurício Cabral foi
sócio na LRG Consultoria e Participações, de Carlos Miranda, um dos operadores
do esquema de corrupção.
A PF cumpre mandados de
busca e apreensão em cerca 40 endereços. São as casas dos presos e das pessoas
que estão indo prestar depoimentos e de empresas investigadas nesse inquérito.
As empresas são:
- Hoya Corretora de
Valores e Câmbio Ltda
- Canhoeta Negócios
Corporativos
- Seven Lab Informática
Ltda
- Boa da Noite
Informática
- SCA Eventos e
Consultoria Ltda
- Apoio Consultoria e
Planejamento Ltda
- Havana Administradora
e Corretora de Seguros Ltda.
- Unirio Assessoria
Administração e Corretora de Seguros Ltda
- Corcovado Comunicação
Ltda
- Américas Copacabana
Hotel Ltda
- Carolina Massiere
Confecções e Assessórios de Moda Ltda
- Estalo Comunicação
- JPMC Academia de
Ginástica Ltda
- MCS Comunicação
Integradas S/C Ltda
- Araras
Empreendimentos Consultoria e Serviços Ltda
- Minas Gerais Projetos
e Empreendimentos Ltda
Segundo os
procuradores, a remessa de valores para o exterior foi contínua entre 2002 e
2007, quando Cabral acumulou US$ 6 milhões, cerca de R$ 20 milhões. Durante a
gestão como governador, ele acumulou mais de US$ 100 milhões em propinas (R$
340 milhões), distribuídas em diversas contas em paraísos fiscais no exterior.
Com o auxílio de
colaboradores, o MPF já conseguiu repatriar cerca de R$ 270 milhões, que estão
à disposição da Justiça Federal. A Força-Tarefa está solicitando cooperação
internacional para o bloqueio e posterior repatriação dos valores que estão em
contas no exterior.
O ex-governador Sérgio
Cabral foi preso na primeira fase da Lava Jato realizada no Rio, batizada como
Calicute, no dia 17 de novembro. O inquérito policial relativo à 1º fase da
resultou no indiciamento de 16 pessoas por crimes que vão de corrupção passiva
e ativa, organização criminosa a lavagem de dinheiro. Na época, os investigadores
descobriram um esquema de desvio de dinheiro público, enquanto Sérgio Cabral
era governador do Rio, de cerca de R$ 220 milhões.
Eike Batista já era
investigado na primeira fase da Calicute. O Ministério Público Federal apura um
repasse de R$ 1 milhão de uma das empresas dele ao escritório de advocacia da
mulher de Sérgio cabral, Adriana Ancelmo. O empresário já foi o homem mais rico
do Brasil e chegou a figurar entre os dez bilionários do mundo. Ele viu seu
império ruir com a derrocada da petroleira OGX, que acabou causando um efeito
dominó nas outras empresas do grupo.
Eike, que dizia que até
o ano 2000 era conhecido apenas como o marido da atriz e modelo Luma de
Oliveira, acumulou fortuna de R$ 34 bilhões. Em 2010 ele foi incluído na lista
da Forbes como o oitavo homem mais rico do mundo, mas o empresário Eike Batista
viu seu império ruir com a derrocada da petroleira OGX.
Eike Batista não é
encontrado em casa durante operação da PF
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