EX-DIRIGENTE DA ENGEVIX REVELA CONTA DE PROPINAS A DIRCEU E LULA NA ESPANHA






















O LOBISTA MILTON PASCOWITCH ABASTECIA CONTAS COM PROPINAS DE CONTRATOS DA PETROBRÁS. 

CONTA DO EX-PRESIDENTE E DE DIRCEU ERAM ABASTECIDAS POR LOBISTA

O ex-vice-presidente da Engevix Gerson Almada afirmou à Polícia Federal saber de uma conta em Madri, na Espanha, administrada pelo lobista Milton Pascowitch, abastecida por propinas de contratos da Petrobrás em benefício do ex-presidente Lula (PT) e do ex-ministro José Dirceu (PT). Ele ainda afirmou ter feito contratos dissimulados com o fim de pagar supostas vantagens indevidas a Dirceu. O depoimento, de junho, teve o sigilo levantado nesta sexta-feira, 01, pelo juiz federal Sérgio Moro.
Gerson Almada falou nos autos da denúncia do Ministério Público Federal sobre propinas de R$ 2,4 milhões das empreiteiras Engevix e UTC para o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil – Governo Lula). O petista teria recebido os valores durante e depois do julgamento do Mensalão – ação penal em que o petista foi condenado.
A acusação da força-tarefa da Lava Jato foi ajuizada em 2 de maio e ainda não foi recebida por Moro. Gerson Almada pediu para falar antes de o magistrado decidir se coloca ou não os investigados no banco dos réus. Além do executivo e de Dirceu, são acusados Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão do ex-ministro; João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT; e Walmir Pinheiro Santana, ex-executivo da UTC.

O executivo da Engevix compareceu à Polícia Federal espontaneamente no dia 4 de julho deste ano com o fim de colaborar com as investigações. O depoimento dele estava em sigilo até esta sexta-feira, 01, quando o juiz federal Sérgio Moro o retirou.
Almada confessou que firmou contratos dissimulados com a empresa de comunicação Entrelinhas com o fim de pagar propinas ao ex-ministro José Dirceu.
Ele afirma que o objeto dos contratos, anexados aos autos, "nunca foi prestado à Engevix" e que, mediante o fornecimento das notas fiscais pela Entrelinhas, a empreiteira pagou de 2011 a 2012, o valor de R$ 900 mil.
Almada ainda disse que mantinha uma ‘conta corrente’ com o lobista Pascowitch desde 2005 para pagar propinas a agentes públicos, políticos e partidos, dentre os quais, especificamente, José Dirceu.
De acordo com o ex-vice-presidente da Engevix, o próprio lobista sugeriu que os pagamentos fossem feitos a Dirceu.
Gérson Almada ainda fez questão de "constar" em seu depoimento que ‘é muito dificil uma empresa estrangeira ingressar no mercado de petróleo brasileiro como fornecedora e por conta disso buscaram pessoas com ligações políticas para facilitar o seu ingresso e que a decisão na época em adquirir o equipamento se deu para reforçar os laços com José Dirceu, objetivando o favorecimento da Engevix nos contratos com a Petrobrás’.
Almada afirma que ‘no início de 2014’  Milton Pascovitch teria dito que ‘iria viajar para Paris e dali, para não deixar rastro, viajaria de trem para Madri/Espanha para ‘olhar a conta’ que ele administrava para ‘pessoas do PT’.
De acordo com o executivo, ele entendeu que as ‘pessoas’ seriam Lula e Dirceu porque o lobista mantinha contato intenso desde 2008 com o ex-ministro.

Em relação a Lula, ‘entendeu naquele sentido porque quando da assinatura do contrato entre a Ecovix – Engevix Construções Oceânicas S. A. e a PNBV Petrobrás Netherland B.V. Milton Pascowitch justificou comissão pedida no sentido de que parte seria destinada para a aposentadoria do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva’.
Segundo o executivo, ‘a Ecovix firmou contrato com a PNBV no ano de 2009 ou 2010 para o fornecimento de 8 cascos replicantes para FPSO – Floating Production Storage and Offloading no valor de R$ 3,5 bilhões de dólares, cujo valor de comissão em favor de Milton Pascowitch seria de 0,5%; que o declarante não detém elementos de informação e provas de que parte dessa comissão de 0,5% teria sido destinada ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva’.
Ele afirma não ter provas sobre a conta administrada por Pascowitch em suposto benefício dos petistas, mas entregou documentos às autoridades sobre o suposto pagamento de US$ 10 milhões para o lobista, nos Estados Unidos, em 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário