Durante os 25 anos em que tive
atuação partidária, colaborei ou coordenei diversos planos de governo para
eleições estaduais gaúchas e pleitos municipais de Porto Alegre. Conheço bem o
volume de trabalho exigido e a seriedade com que se executam as muitas
consultas, se organizam os grupos técnicos, se desenvolvem as rodadas de
reunião e são elaborados os documentos finais.
O plano de governo do PT para
esta eleição presidencial foi coordenado por Fernando Haddad a pedido de Lula.
À época, este tentava fazer com que sua impossível candidatura descesse pelo
esôfago do ordenamento jurídico e das instituições da República. Não passou.
Assim, o plano que fora feito para Lula acabou sendo usado pelo seu autor, que
o formalizou junto ao TSE. De Haddad para Haddad.
O atual candidato, dito “o
Poste”, tem em seu currículo, além de alguns livros de cunho esquerdista sobre
socialismo, marxismo, regime soviético e teoria da linguagem, uma gestão
desastrosa no Ministério da Educação, marcada pelo aparelhamento de sua
burocracia e das universidades federais. Poucos titulares do MEC dispuseram de
tanto tempo no comando da pasta. Foram sete longos anos! E a
decadência da educação brasileira é de conhecimento geral. Os subsequentes
quatro anos de Haddad como prefeito de São Paulo lhe conferiram troféus de
demérito, entre eles o de péssimo prefeito, certificado pelo abandono do
eleitorado na tentativa de reeleição.
Devo à presidente Dilma a
melhor lembrança que guardo da passagem de Haddad pelo Ministério de Educação.
Foi quando ela mandou o órgão arquivar o projeto do kit gay, inteiramente
desenvolvido na gestão do ministro petista. A tarefa de comandá-lo foi
atribuída à sua Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade do MEC (creia, isso ainda existe!).
Com recursos do Fundo Nacional
do Desenvolvimento da Educação e uma faina produtiva que se prolongou durante
quatro anos, ao custo de R$1,9 milhão, foram elaboradas as peças que integravam
o kit. Quando chegaram ao conhecimento público,
constatou-se que seu intuito era fazer nas salas de aula o que as novelas da
Globo introduzem, diariamente, em tantos lares brasileiros: promoção do
homossexualismo. Isso, claro, nada tem a ver com a necessária prevenção da
discriminação.
Pois o assunto votou à tela no
plano de governo do ex-ministro. Ali estava com todas as letras, num eufemismo
tipicamente petista, o compromisso do candidato com “políticas de promoção da
orientação sexual e identidade de gênero”. Nenhum veículo da grande imprensa –
ocupada em desancar o incômodo Bolsonaro – deu qualquer destaque aos vários
pontos do programa de Haddad que o próprio candidato, quando tornados públicos
pelas redes sociais, se apressou a modificar junto ao TSE! Entre eles, esse.
Flagrado pelos leitores, Haddad correu para alterar o teor de seu compromisso e
passou a falar em “políticas de combate à discriminação em função da
orientação sexual e identidade de gênero”.
Mas todo mundo sabe o que o PT
realmente sempre quis e continua querendo, não é mesmo?
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