O tempo vai passar, mas não
será capaz de desfazer a mancha indelével da corrupção que tomou de assalto a
empresa líder de petróleo na América Latina, possuidora do ciclo completo da
extração à comercialização do ouro negro, a maior riqueza brasileira.
A Petrobrás, durante longo
tempo foi o nosso orgulho, a vitória do ufanismo e da libertação de amarras e
assédios ameaçadores do capitalismo internacional e da reconhecida determinação
de instalar-se soberanamente, enfrentando interesses internacionais que
assediaram a República. A história da empresa, desde sua fundação, que venceu
dificuldades quase insuperáveis, colocava-se como exemplo de iniciativa, de
esforço, de dedicação, de sacrifícios e de resultados responsáveis em
certificá-la como instituição pública modelar.
Contudo, maus brasileiros, há
doze anos, infiltraram-se nos patamares executivos da entidade com o propósito
tão só de avantajar-se como também o de enriquecer terceiros, inclusive
partidos políticos que lhes assegurassem a permanência nos postos de comando em
que se encontravam, detendo decisões absolutas. A Petrobrás, parecia a todos
inexpugnável patrimonialmente, consistente financeiramente, um verdadeiro
monumento de que seus fundadores, à frente o estadista Getúlio Vargas, lograram
alcançar o êxito não previsto nem nas consciências ultradireitistas de então.
Sua constituição derivou de transigências e esforços heroicos.
Contudo, não aguardava o
horizonte desta poderosa petrolífera as tempestades e trovoadas que viriam
sobre ela, agredindo e quase a destroçando, quase a reduzindo a escombros. É
importante – e é preciso – que a história registre os autores destes ataques a
uma pessoa jurídica quase invencível a atos que pretendiam sugar sua seiva
preciosa, capaz de garantir nossa autossuficiência no consumo da gasolina e
derivados do petróleo aliada a uma posição estratégica do produto no concerto
mundial. A Operação Lava Jato levou aos tribunais, até agora nomes
abençoados pelo lulopetismo : os diretores Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco e
Renato Duque, que, por sua vez, destinaram ao PT a soma estratosférica de
200.000.000 de dólares, recolhida pelo tesoureiro do partido João Vaccari Neto,
em conluio com o aprendiz de feiticeiro Nestor Cerveró, o tentáculo peçonhento
da organização, a “prima donna” desta operação sinistra, todos e tudo com a
ciência do presidente Lula e da então também “presidenta” do conselho da
instituição Dilma Roussef, que autorizou a compra de Pasadena, sua mais atroz
intervenção na estatal, desastre este da ordem de $360 milhões de dólares !!
Em síntese, a Petrobrás, em
curto período, foi do orgulho à vergonha.
E há que se perguntar: quem
responderá por mais este gigantesco prejuízo já um tanto esquecido, imposto ao
povo brasileiro? O pior é isto: na administração pública brasileira se
escorrega facilmente da responsabilidade com a simulação, com escusas
mentirosas, com raciocínios pirotécnicos que remeterão investigadores a
desvios.
Precisamos, inapelavelmente,
de mais quinhentos anos.
José Maria Couto Moreira é advogado.
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