SERVIDORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: DRAMA SEM FIM

Os servidores do Estado do Rio vão saber até o próximo dia 7 se os salários serão pagos no dia 14 de abril ou se o valor terá que ser parcelado. Ou, ainda, se terão os valores depositados integralmente, mas com alguns dias de atraso, como aconteceu em março. A promessa é do governador em exercício Francisco Dornelles. Ele defendeu que é importante o funcionalismo saber com antecedência o que vai acontecer com o pagamento.

Se isso for confirmado será uma mudança na prática que até então era adotado pelo governo, de só avisar em cima da hora que o salário vai atrasar. Dornelles contou que diante da burocracia com a operação de empréstimo com o Banco do Brasil de R$ 1 bilhão, terá que “contar com a sorte da arrecadação” para efetuar o pagamento.
Em entrevista à coluna, o governador em exercício reclamou da burocracia que fez com que o governo não receba agora o dinheiro relativo à compensação das perdas de royalties de petróleo: “O R$ 1 bilhão foi aprovado pelo Conselho Monetário Nacional. Estava tudo pronto. O Luiz Fernando Pezão chegou a assinar o contrato com o Banco do Brasil e depois de assinado eles disseram que tinha que ter um pool de bancos. Não era só BB. Vamos ser obrigados a fazer com o Banco do Brasil e com um pool de bancos”.
“O QUANTO ANTES”
Dornelles destacou que o pagamento do funcionalismo público é a preocupação número 1, 2, 3, enfim, que todas as atenções do governo estão voltadas para honrar com o pagamento no dia 14 de abril. “A minha opinião é que tem que avisar o quanto antes. Mas também vou consultar o Pezão e o secretário de Fazenda, Júlio Bueno”.
“NINGUÉM SOFRE MAIS”
Ele lembrou ainda que “todas as despesas das pessoas físicas ocorrem no final do mês”, e citou como exemplo luz e telefone. “Você não pagar isso de fato é muito ruim. Ninguém sofre mais que a gente. Infelizmente não temos o poder de emissão de moeda. Não temos poder de emissão de títulos”, explicou Francisco Dornelles.
SEM MALDADE
O governador em exercício enviou um recado ao grevistas: “Ninguém deixa de pagar o servidor por uma questão de sentimento de maldade. Eles têm que compreender e fazer uma análise de como poderão ser pagos. Se eles tiverem sugestão de como trazer o dinheiro, tudo bem. Me diz onde tem o dinheiro”.
ESPERANÇA DE MUDAR
Mesmo diante do cenário de agravamento de crise financeira, Dornelles contou que não pretende fazer nova alteração no calendário de pagamento do servidor: “Por enquanto estou pensando o contrário. Só penso em ter meios de ter esse recursos, até para voltar atrás na data de pagamento. Mas isso é esperança”.
RESPONSABILIDADE
Segundo Francisco Dornelles, ele não vai receber pessoalmente lideranças sindicais para negociar greve ou pauta de reivindicações. Ele defendeu que este papel deverá ser executado pelos secretários da pasta e ainda pelo secretário de Governo, Paulo Melo. “Eles têm que cuidar disso”, sentenciou o governador em exercício.
QUESTÃO DE EFICIÊNCIA
Sobre futuros cortes de secretarias ou redução de cargos comissionados, Dornelles argumentou que são ações que devem ter resultado prático. “Depende da eficiência, da maneira de administrar essas reduções. Não adianta transformar três secretarias em duas se o custo não sofrer redução com a medida”.
REUNIÃO COM A SEGURANÇA — Dornelles programou reunião com o secretário de Segurança José Mariano Beltrame na próxima semana para discutir os problemas financeiros da pasta.

     

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