O secretário nacional Antilavagem de Dinheiro do Uruguai Carlos Díaz
estava negociando um acordo com o MPF para ajudar a rastrear as contas usadas
naquele país por Sérgio Cabral e outros investigados na Lava Jato. O acordo
seria assinado depois do carnaval. Mas, de repente, no sábado, Carlos Diaz
apareceu morto na piscina de sua casa. A autópsia diz que morreu de enfarte.
Bem, a questão é saber se o enfarte foi natural ou foi induzido. Hoje existem
substâncias que provocam enfarte. Agora mesmo acompanhamos o caso do irmão do
ditador norte-coreano Kim Jong-um, que foi envenenado
Deu na Tribuna da Imprensa
SOCORRO!
Sebastião
Nery
Rio de Janeiro – Um
terço da população não é capaz de ler e compreender um texto mais elaborado.
Segundo o Inaf (Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional), em pesquisa
nacional, só 26% do povo brasileiro é plenamente alfabetizado. Mesmo entre os
com curso superior, encontram dificuldades de entender nas suas mais diversas
áreas do conhecimento, em setores profissionais fundamentais para o
desenvolvimento. E o mais dramático é que o Brasil investe em educação o
equivalente aos países mais desenvolvidos. A grande vítima dessa realidade é a
própria população. Há anos a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) vem realizando
exames para os bacharéis saídos das Faculdades de Direito. A cada ano aumenta o
número de reprovados para obtenção da carteira de advogado: 8 de cada 10 não
alcançam o nível de conhecimento jurídico para se filiar ao órgão. É um número
espantoso que atinge as centenas de milhares de saídos dos cursos de Direito,
ao longo das últimas décadas.
Agora, o Cremesp
(Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) diz que 56% dos médicos
formados nas 46 escolas de medicina em atividade no Estado entram no mercado de
trabalho sem conhecimentos básicos: 80% não sabem interpretar uma radiografia e
70% não conseguiram diagnosticar um paciente com crise hipertensiva, doença que
atinge o quase cotidiano de 25% da população brasileira. O conselho médico de
SP, ao divulgar os resultados dos exames realizados em 2016, constatou que dos
2.766 inscritos, somente 43,6% atingiram a pontuação que os habilita para o
pleno exercício profissional.
O médico Bráulio Luna
Filho, diretor do Cremesp e coordenador dos exames, que vem realizando desde
2005, constatou:
-“Com exceção do exame de
2015, nos últimos dez anos o índice de reprovação ficou acima de 50%. É preciso
que as escolas médicas promovam melhorias nos métodos de ensino e imprimam mais
rigor em seus sistemas de avaliação”.
Infelizmente as provas e
o caótico resultado não impedem os futuros médicos do exercício profissional.
Somente para o programa de residência médica, instituições como a USP, Unicamp,
Unifesp e Santa Casa desde 2015 passaram a exigir aprovação nos exames do
Cremesp, para ingresso.
A “Folha de S.Paulo”
publicou em 9 de fevereiro deste ano assustadora matéria da competente
jornalista Claudia Collucci, mostrando as áreas problemáticas: “As médias mais
baixas foram em saúde pública/epidemiologia (49,1%); pediatria (53,3%); e
obstetrícia (54,7%);- 71% dos recém-formados não acertaram diagnóstico e
tratamento para hipoglicemia de recém-nascido, problema comum nos bebês”.
– “As escolas médicas
privadas continuam com pior desempenho em relação às públicas (33,7% contra
62,2%) de aprovação, Em ambas houve aumento de reprovação em relação a 2015.
Entre as públicas de 26% para 38%. Entre os cursos privados, de 59% para 66%.”
Sendo a saúde , como
dizia o saudoso medico e prefeito de Londrina, Dalton Paranaguá, a suprema lei,
o resultado oficializado pelo Cremesp, no Estado mais desenvolvido do País, é
devastador. Se na pauliceia onde, indiscutivelmente, o padrão da medicina
hospitalar está anos à frente da totalidade dos Estados brasileiros, imaginem o
que pode estar ocorrendo em outras unidades federativas.
A saúde está doente e não
é só nas filas dos hospitais.
Islamização do mundo?
A Suécia toma medidas para estabelecer a lei da Sharia, regras a favor de casamentos de crianças
Um tribunal da Suécia
decidiu em favor de um casamento entre uma refugiada síria de 14 anos e seu
marido de 21 anos, que também é seu primo. O tribunal decidiu que o
adolescente parece "maduro", bem como por razões religiosas e
culturais.
De acordo com o site Speisa ,
a menina foi casada com seu primo quando ela tinha 12 anos de idade em seu país
de origem. O casal buscava asilo e foi enviado para morar com a tia das
meninas e sua família na Suécia. Além de ser menor de idade, a adolescente
está grávida.
Autoridades de serviço
social na Suécia se envolveu por causa de quão jovem a adolescente é e pensou
que o casamento era completamente ultrajante, então eles decidiram o passo
lógico seria levá-lo para o sistema de justiça. No entanto, o juiz que
presidia o caso não compartilhava a mesma indignação que as autoridades de
serviço social e não sentia nenhum crime cometido desde que o casal foi criado
com diferentes percepções religiosas e culturais de moralidade. O tribunal
também achou a menina de 14 anos de idade ter "amadurecido" mais cedo
e, portanto, não podia ver nada errado.
Tem havido uma questão em
curso em países europeus como a Suécia ea Alemanha que viram um influxo de
imigrantes. Muitos tribunais não têm certeza de como proceder em
determinadas situações devido a diferenças culturais, e mais frequentemente do
que não, eles acabam de lado com os refugiados em um esforço para não ofender
ninguém.
Um caso assustadoramente
semelhante foi julgado na Alemanha, onde uma adolescente de 14 anos casou-se
com seu primo de 20 anos. Um tribunal regional alemão decidiu reconhecer o
casamento como válido, apesar da idade legal na Alemanha para casar sendo
definido em 16.
Entre as centenas de
milhares de imigrantes que chegam aos países europeus, há um número de mulheres
menores de idade, algumas com apenas onze anos, algumas já mães. Embora a
maioria dos países europeus estipular que uma menina deve ter 16 anos para se
casar, as autoridades parecem não saber o que fazer com as jovens noivas
migrantes.
Não há números oficiais
sobre o número de migrantes noivas que vivem na Europa, mas o número é de
centenas. Embora em alguns casos as meninas tenham sido separadas de seus
maridos e colocadas em instalações de proteção à criança, em outras, as
autoridades se contentaram em deixá-los ficar com seus maridos por medo de
traumatizá-los.
Além da pedofilia, há
duas enormes implicações negativas sobre o sistema de justiça esta decisão
terá. Em primeiro lugar, essas decisões significam que a Suécia e a
Alemanha agora aprovam a lei Sharia e podem estabelecer um precedente para a
introdução da lei Sharia no país. Isso significa que os casos de
escravidão, assassinatos com misericórdia e estupro, todos aprovados de alguma
forma na Lei da Sharia, podem vir perante o tribunal e justificados com base
neste precedente.
A outra questão vem de
cidadãos nativos desses países sendo dito que certas leis agora não se aplicam
a pessoas autorizadas a viver em seu país. "É uma boa legislação que
deixou claro que o casamento infantil não é permitido na
Suécia", diz Aleksander
Gabelic , presidente da
Associação Sueca das Nações Unidas, à Aftonbladet. Ele é
crítico com as ações das autoridades neste caso que ele diz que discrimina
entre as pessoas e as nações. "É notável que um pode ter leis
diferentes para suecos nativos e aqueles que vêm aqui de outro país", diz
ele.
Por isso, deve-se
perguntar se os imigrantes recebem asilo se não forem obrigados a aderir às
leis desse país para o bem maior da sociedade? A maioria dos refugiados
procura asilo porque as leis que eles tinham em sua pátria fizeram com que seu
país se deteriorasse ao longo dos anos. Agora eles querem escapar apenas
para estabelecer as mesmas leis horríveis em um novo país? Estas decisões
judiciais criaram um declive escorregadio de moralidade e religião versus lei.
Lula da Silva é o chefe da “organização criminosa” que tomou de assalto a administração federal para a perpetuação do PT no poder
O PGR
[Rodrigo Janot] garante que Luiz Inácio é o chefão que “mantém o controle
das decisões mais relevantes, inclusive no que concerne às articulações
espúrias para influenciar o andamento da Operação Lava Jato, à sua nomeação ao
primeiro escalão (como chefe da Casa Civil de Dilma), à articulação do PT com o
PMDB”.
Janot foi explícito:
“Essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de
uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o
ex-presidente Lula dela participasse”…
Cotado por Temer, Beltrame “ainda” é réu por
improbidade
Cotado por Temer, Beltrame “ainda” é réu por
improbidade
Por que Beltrame não pode ser Secretário Nacional de Segurança
As ligações
de Beltrame com Aryzinho, o assessor de Cabral acusado de ser mandante de
assassinato
Agora vejam a
coincidência. Aryzinho foi acusado pela família do babalorixá cubano Rafael
Zamora, de ser o mandante de seu assassinato. O babalorixá namorava uma amante
de Aryzinho, que lhe contou esquemas do assessor especial de Cabral.
Estranhamente o inquérito que investigava o assassinato desapareceu e nunca foi
concluído. Quem era o secretário de Segurança na época? Beltrame, claro.
Em outro episódio, na
Operação Guilhotina, o delegado Cláudio Ferraz denunciou que Aryzinho
participou de um esquema para abafar as investigações, depois que Beltrame
ficou com medo que o chefe de Polícia Civil, Allan Turnowsky contasse esquemas
da secretaria. Beltrame de acusador virou testemunha de defesa de Turnowski. E
para proteger o delegado Turnowski e mudar o rumo da Operação Guilhotina
chamaram Aryzinho para ajudar.
“Levei mala de dinheiro para Lula”
Ex-sócio de
Fernando de Arruda Botelho, acionista da Camargo Corrêa morto em acidente aéreo
há cinco anos, Davincci Lourenço diz à ISTOÉ que ele foi assassinado e que o
crime encobriu um esquema de corrupção na empresa. O ex-presidente petista,
segundo ele, recebeu propina para facilitar contrato com a Petrobras
A TESTEMUNHA-BOMBA Davincci Lourenço de
Almeida diz que ordem partiu de Fernando Botelho, da Camargo Corrêa
Sérgio Pardellas e Germano Oliveira
O personagem que estampa a capa desta edição de ISTOÉ chama-se Davincci Lourenço de Almeida. Entre 2011 e 2012, ele privou da intimidade da cúpula de uma das maiores empreiteiras do País, a Camargo Corrêa. Participou de reuniões com a presença do então presidente da construtora, Dalton Avancini, acompanhou de perto o cotidiano da família no resort da empresa em Itirapina (SP) e chegou até fixar residência na fazenda da empreiteira situada no interior paulista. A estreitíssima relação fez com que Davincci, um químico sem formação superior, fosse destacado por diretores da Camargo para missões especiais. Em entrevista à ISTOÉ, concedida na última semana, Davincci Lourenço de Almeida narrou a mais delicada das tarefas as quais ficou encarregado de assumir em nome de acionistas da Camargo Corrêa: o transporte de uma mala de dinheiro destinada ao ex-presidente Lula. “Levei uma mala de dólares para Lula”, afirmou à ISTOÉ. É a primeira vez que uma testemunha ligada à empreiteira reconhece ter servido de ponte para pagamento de propina ao ex-presidente.
Ele não soube precisar
valores, mas contou que o dinheiro foi conduzido por ele no início de fevereiro
de 2012 do hangar da Camargo Corrêa em São Carlos (SP) até a sede da Morro
Vermelho Táxi Aéreo em Congonhas, também de propriedade da empreiteira. Segundo
o relato, a mala foi entregue por Davincci nas mãos de um funcionário da Morro
Vermelho, William Steinmeyer, o “Wilinha”, a quem coube efetuar o repasse ao
petista. “O dinheiro estava dentro de um saco, na mala. Deixei o saco com o
dinheiro, mas a mala está comigo até hoje”, disse. Dias depois, acrescentou ele
à ISTOÉ, Lula foi ao local buscar a encomenda, acompanhado por um segurança.
“Lula ficou de ajudar fechar um contrato com a Petrobras. Um negócio de R$ 100
milhões”, disse Davincci de Almeida. A atmosfera lúdica do desembarque de Lula
na Morro Vermelho encorajou funcionários e até diretores da empresa a posarem
para selfies com o ex-presidente. De acordo com Davincci, depois que o petista
saiu com o pacote de dinheiro, os retratos foram pendurados nas paredes do
hangar. As imagens, porém, foram retiradas do local preventivamente em setembro
de 2015, quando a Operação Lava Jato já fechava o cerco sobre a empreiteira. Na
entrevista à ISTOÉ, Davincci diz que o transporte dos dólares ao ex-presidente
não foi filho único. Ele também foi escalado para entregar malas forradas de
dinheiro a funcionários da Petrobras. Os pagamentos, segundo ele, tiveram a
chancela de Rosana Camargo de Arruda Botelho, herdeira do grupo Camargo Corrêa.
“O Fernando me dizia que a “baixinha”, como ele chamava Rosana Camargo, sabia
de tudo”, disse Davincci.
A imersão de Davincci no
submundo dos negócios, não raro, nada republicanos tocados pela Camargo Corrêa
foi obra de Fernando de Arruda Botelho, acionista da empreiteira morto há cinco
anos num desastre aéreo. Em 2011, Davincci havia virado sócio e uma espécie de
faz-tudo de Botelho. A sintonia era tamanha que os dois tocavam de ouvido. Foi
Botelho quem lhe disse que a mala que carregava teria como destino final o
ex-presidente Lula: “A ordem do Fernando Botelho era entregar para o
presidente. Ele chamava de presidente, embora fosse ex”. Numa espécie de
empatia à primeira vista, os dois se aproximaram quando Arruda Botelho se
encantou com uma invenção de Davincci Lourenço de Almeida: um produto
revolucionário para limpeza de aviões, o UV30. O componente proporciona
economias fantásticas para o setor aéreo. “Com apenas cinco litros é possível
limpar tão bem um Boeing a ponto de a aeronave parecer nova em folha.
Convencionalmente, para fazer o mesmo serviço, é necessário mais de 30 mil
litros de água”, afirmou Davincci.
PARCERIA Botelho (esq) e Davincci (dir)
eram sócios na fabricação de produtos para limpeza de aviões
Interessado no produto
químico inventado por Davincci, o UV30, Botelho abriu com ele uma empresa de
capital aberto, a Demoiselle Indústria e Comércio de Produtos Sustentáveis
Ltda. Na sociedade, as cotas ficaram distribuídas da seguinte forma: 25% para
Fernando de Arruda Botelho, 25% para Rosana Camargo de Arruda Botelho, herdeira
do grupo Camargo Corrêa, 25% para Davincci de Almeida e 25% para Alberto
Brunetti, parceiro do químico desde os primórdios do UV30. Pelo combinado no
fio do bigode, o casal Fernando e Rosana entraria com o dinheiro. Davincci e
Alberto, com o produto. Em janeiro de 2012, a Camargo Corrêa lhe propôs o
encerramento da empresa. Simultaneamente, a construtora, segundo a testemunha,
fez um depósito de US$ 200 milhões nos Estados Unidos, no Bank of América, em
nome da Demoiselle. O dinheiro tinha por objetivo promover o produto no
exterior e fechar parcerias com a Vale Fertilizantes, Alcoa, CCR, e outras
empresas interessadas na expansão do negócio. A operação intrigou Davincci. Mas
o pior ainda estaria por vir.
Acidente ou assassinato?
As negociatas também foram reveladas em depoimento ao promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, que ouviu Davincci em quatro oportunidades. Blat encaminhou os depoimentos à força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba. À ISTOÉ, o promotor disse acreditar que a Camargo Corrêa possa ter usado Davincci como “laranja”. Outro trecho bombástico da denúncia de Davincci à ISTOÉ, reiterado ao Ministério Público, remonta ao acidente fatal sofrido pelo empresário Fernando Botelho no dia 13 de abril de 2012, durante um voo de demonstração, a bordo de um T-28 da Segunda Guerra Mundial, a empresários africanos, com os quais o acionista da Camargo havia negociado o UV30 em viagem à África dias antes. Segundo Davincci, Botelho foi assassinado. O avião, de acordo com ele, foi sabotado numa trama arquitetada pelo brigadeiro Edgar de Oliveira Júnior, assessor da Camargo e um dos gestores das propriedades da empreiteira. Conforme o depoimento, convencido de que o brigadeiro havia lhe dado um aplique, depois de promover uma auditoria interna, Botelho o demitiu na manhã do acidente durante uma tensa reunião, regada a gritos, socos na mesa e bate-bocas ferozes, testemunhada por diretores da Camargo. “O Fernando foi assassinado e o crime tramado pelo brigadeiro Edgar. O avião foi sabotado”, assegura o químico.
As negociatas também foram reveladas em depoimento ao promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, que ouviu Davincci em quatro oportunidades. Blat encaminhou os depoimentos à força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba. À ISTOÉ, o promotor disse acreditar que a Camargo Corrêa possa ter usado Davincci como “laranja”. Outro trecho bombástico da denúncia de Davincci à ISTOÉ, reiterado ao Ministério Público, remonta ao acidente fatal sofrido pelo empresário Fernando Botelho no dia 13 de abril de 2012, durante um voo de demonstração, a bordo de um T-28 da Segunda Guerra Mundial, a empresários africanos, com os quais o acionista da Camargo havia negociado o UV30 em viagem à África dias antes. Segundo Davincci, Botelho foi assassinado. O avião, de acordo com ele, foi sabotado numa trama arquitetada pelo brigadeiro Edgar de Oliveira Júnior, assessor da Camargo e um dos gestores das propriedades da empreiteira. Conforme o depoimento, convencido de que o brigadeiro havia lhe dado um aplique, depois de promover uma auditoria interna, Botelho o demitiu na manhã do acidente durante uma tensa reunião, regada a gritos, socos na mesa e bate-bocas ferozes, testemunhada por diretores da Camargo. “O Fernando foi assassinado e o crime tramado pelo brigadeiro Edgar. O avião foi sabotado”, assegura o químico.
Uma sucessão de estranhos
acontecimentos que cercaram a tragédia chamou a atenção do Ministério Público.
Por exemplo: o caminhão de bombeiros comprado por Botelho exatamente para
atender a eventuais emergências no aeródromo de sua propriedade estava trancado
no hangar. “Tive que jogar meu carro contra a porta para estourar os cadeados.
Peguei o caminhão e fui para o local. Ao chegar lá, as chamas estavam tão altas
que não pude chegar muito perto”, afirmou Davincci. Mas o então sócio de Arruda
Botelho se aproximou o suficiente para conseguir resgatar o GPS, que havia se
descolado da parte externa da aeronave. Porém, o aparelho, essencial para
municiar as investigações com informações sobre o voo, não pôde ser conhecido
pelas autoridades, segundo Davincci, a pedido do brigadeiro Edgar. “Ele tomou o
aparelho das minhas mãos, dizendo que poderia ficar ruim para a família se
entregássemos à investigação, e ainda me obrigou a mentir num primeiro
depoimento à delegacia”. Com a morte de Fernando de Arruda Botelho, o
brigadeiro acabou não tendo seu desligamento da empreiteira oficializado. Já o
ex-sócio, desde então, enfrenta um calvário. “Sofri 11 ameaças de morte”,
contou.
Motivado pelos
depoimentos de Davincci, o caso que havia sido arquivado pela promotora
Fernanda Amada Segato em março de 2013 foi reaberto em setembro do ano passado por
ordem da promotora Fábia Caroline do Nascimento. As novas investigações estão a
cargo do delegado José Francisco Minelli. “Estou na fase da oitiva das
testemunhas”, disse à ISTOÉ o delegado. Dois dos quatro irmãos de Fernando de
Arruda Botelho, Eduardo e José Augusto, suspeitam de que pode ter havido mais
do que um acidente. “Vou ajudar a descobrir a verdade sobre o que aconteceu.
Mas um conhecido ligado ao Exército procurou meu irmão (José Augusto) para
dizer que estavam convencidos que não foi acidente”, disse Eduardo Botelho em
mensagem, ao qual ISTOÉ teve acesso, enviada em janeiro para Davincci.
Irmão de
Botelho atesta relato
Por telefone, de sua
fazenda em Itirapina, Eduardo Botelho revelou à reportagem de ISTOÉ comungar
dos indícios apontados pelo ex-sócio do irmão morto em 2012. “O nível de
nojeira da equipe que comandava os negócios do meu irmão era muito grande. Tudo
o que aconteceu naquele dia do acidente aéreo foi estranhíssimo. Meu irmão
estava sendo roubado. Como ele não tinha controle do que acontecia com o avião,
ele pode ter sido sabotado sim. Era fácil sabotar o avião. Ele era da Segunda
Guerra. Podem ter mexido no avião no dia da queda”, disse Eduardo Botelho. “Se
ele não tivesse morrido naquele dia, iria fazer uma limpeza gigantesca nas
fazendas da Camargo”, asseverou o irmão, que rompeu relações com Rosana
Camargo, a viúva, há algum tempo. “Uma máfia cercava meu irmão. Como pode um
gerente de fazenda que ganha R$ 4 mil comprar quatro casas num condomínio
fechado em São Carlos?”, perguntou Eduardo. Sobre Davincci, confirmou que ele e
seu irmão eram realmente muito próximos e que, desde a morte de Fernando de
Arruda Botelho, os antigos sócios dedicam-se a tentar tomar a empresa dele.
“Ele (Davinci) morou na minha casa aqui na fazenda. Meu irmão dizia que eles
iriam fazer chover dinheiro com o produto. Depois que meu irmão morreu,
tentaram quebrar a patente, criaram outras empresas similares à Demoiselle.
Tudo para tirá-lo da jogada”, confirmou.
Uma das empresas às quais o irmão do ex-acionista da Camargo se refere
está sediada em São Paulo. No endereço mora Rosana, a bilionária herdeira da
segunda maior construtora do País, que, por meio de seus advogados, se disse
alvo de “crimes de calúnia, difamação e injúria por parte de Davincci”. “Ele
responde a diversas ações judiciais, já tendo sido obrigado pela Justiça a
cessar a divulgação de ameaças”, afirmou o advogado Celso Vilardi
A Muniz e Advogados
Associados, que também representa a Camargo Corrêa, diz que Edgard de Oliveira
Júnior, em razão dos desentendimentos entre os sócios, deixou espontaneamente a
sociedade que mantinha com Davincci. “A empresa foi dissolvida, liquidada e a
patente colocada à disposição”, afirma. Procurada para confirmar a negociação
intermediada por Lula, conforme depoimento de Davincci, no valor de R$ 100
milhões, a Petrobras não respondeu até o fechamento desta edição. William
Steinmeyer, da Morro Vermelho, confirma que conhece Davincci (“um cara
excêntrico”), mas jura que não recebeu qualquer encomenda dele.
ACROBACIAS INTERROMPIDAS Fernando Botelho pilotava seu avião da
Segunda Guerra quando bateu num barranco e explodiu
. Desde o último mês, a
empreiteira se prepara para incrementar sua delação premiada ao Ministério
Público Federal. As novas – e graves – revelações, trazidas à baila por ISTOÉ,
deverão integrar o glossário de questionamentos aos executivos da empreiteira
pelos procuradores da Lava Jato.
RIO DE CABRAL E PEZÃO!
Bandidos
atiram contra helicóptero da PRF e matam segurança na Baixada Fluminense
Cerca de 15 criminosos armados com fuzis atiraram contra um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na manhã desta sexta-feira, enquanto roubavam o carregamento de cigarros de um caminhão no Arco Metropolitano, na altura da Favela do Guandu, em Japeri, na Baixada Fluminense. Um segurança que fazia a escolta do veículo foi morto pelos bandidos, que fugiram com o material, avaliado em R$ 1,5 milhão.
Por volta das 9h, os criminosos, a bordo de um
automóvel Toyota Corolla e de um Volkswagen Jetta, abordaram o motorista da
carreta, anunciando o assalto. Eles levaram o veículo para a entrada da
comunidade e o saquearam. O segurança, que fazia a escolta da carga num Ford
Ka, tentou impedir, mas foi morto com um tiro no rosto. O nome da vítima não
foi divulgado.
Agentes do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) foram
acionados e cercaram os ladrões. Os bandidos, então, atiraram contra as
viaturas, dando início a um intenso confronto. Motoristas deixaram seus carros
para se proteger. De acordo com a PRF, em meio ao tiroteio, os criminosos,
escondidos numa área de mata próxima à estrada, dispararam também na direção da
aeronave da corporação, que dava apoio aos agentes.
Um vídeo postado em redes sociais mostra o momento em
que motoristas que estavam presos no engarrafamento ficam no meio do tiroteio.
Os bandidos fugiram
com a carga. Homens do 15º BPM (Caxias), do 24º BPM (Queimados), do 39º BPM
(Belford Roxo) e do BPRV, apoiados pelo helicóptero da PRF e um outro do
Grupamento Aeromóvel, começaram, então, uma busca para prender o bando e
recuperar o material levado. A pista ficou fechada por cerca de três horas.
Diretor da OAB e família são executados a tiros dentro de casa
em São Gonçalo
Uma família inteira foi
executada dentro de casa durante a madrugada desta sexta-feira, em São Gonçalo,
na Região Metropolitana do Rio. De acordo com a Polícia Militar, Soraya
Gonçalves de Resende, de 37 anos, o marido dela, o advogado Wagner da Silva Salgado,
de 42, e a filha do casal, Geovanna Resende Salgado, de 10, foram mortos a
tiros por volta da 5h. Wagner era diretor de eventos da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB) em São Gonçalo.
— Ele trabalhava há um
ano como diretor de eventos da OAB São Gonçalo. Ele era advogado cível, nunca
quis entrar em criminal. Não era o que ele gostava de fazer. A gente não tem
nem pista do que pode ter acontecido aqui. Ele era filho único, então também
não acreditamos que seja alguma coisa envolvendo parentes — disse o presidente
da OAB São Gonçalo, Eliano Enzo.
Segundo Enzo, as
informações preliminares dão conta de que não houve arrombamento no
apartamento. A família estava em casa, um apartamento da Rua Aurelio Pinheiro
quando, no Barro Vermelho, quando foi atacada. Wagner chegou a ser levado para
o Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, mas não resistiu. Ele teria
sofrido três perfurações por tiros na cabeça.
A Delegacia de Homicídios
de Niterói e São Gonçalo realiza perícia no local do crime.
OAB divulga nota de pesar
A OAB-RJ divulgou uma
nota de pesar pela morte do diretor assinada pelo presidente da instituição,
Felipe Santa Cruz. “É com imenso pesar que a diretoria da Ordem dos Advogados
do Brasil, Seção do Estado do Rio de Janeiro (OAB/RJ), comunica o falecimento
do diretor de Eventos da OAB/São Gonçalo, Wagner da Silva Salgado, de sua
esposa, Soraia, e da filha, Geovanna, após ato de extrema violência que ocorreu
dentro da casa da família, na madrugada desta sexta-feira, dia 17. A
presidência da OAB/RJ já entrou em contato com a Secretaria Estadual de
Segurança para exigir rapidez na investigação do bárbaro crime. A Seccional se
solidariza com a advocacia local na pessoa de seu presidente Eliano Enzo e
oferece todo o apoio neste momento de grande tristeza e revolta”, diz a nota.
Mãe é amparada em enterro de criança morta por bala perdida na
Maré, Rio
Menina estava brincando
na laje de casa e foi atingida no tórax por uma bala perdida. Portal do
Procurados oferece recompensa de R$ 1 mil por informações sobre o caso.
A mãe da menina Fernanda
Adriana Pinheiro, de 7 anos, chegou amparada por familiares, pouco depois das 12h
desta sexta-feira (17), ao Cemitério de Irajá, na Zona Norte do Rio, local do
enterro. Sob forte emoção, a criança foi enterrada por volta das 13h30.
"Não vai embora, minha filha
A menina estava brincando
na laje de casa e, por volta das 20h de quarta-feira (15), foi atingida
no tórax por uma bala perdida, contaram familiares. Ela chegou a ser
socorrida e levada para o Hospital Federal de Bonsucesso, mas não resistiu aos
ferimentos e morreu.
O Portal do Procurados está oferecendo
recompensa de R$ 1 mil por informações dos responsáveis pela
morte de Fernanda. Quando esteve no Instituto Médico-Legal (IML) para liberar o
corpo, a mãe da menina
“Sonhadora a minha filha.
Queria ser veterinária. Alegre, vaidosa, não me abandonava hora nenhuma. Não
sei como vou conseguir viver sem ela”, disse Thaiana Santos, mãe da menina
Fernanda.
De acordo com a Polícia
Militar, não houve operação policial na comunidade na quarta. Segundo a PM, o
que aconteceu foram confrontos entre traficantes de facções rivais. A causa
seria a morte de um gerente do tráfico de uma das facções que atua na região.
Delcídio do Amaral diz que CPI do Cachoeira foi criada para fazer justiça no mensalão
O ex-senador prestou depoimento nesta quinta-feira na 7ª Vara Federal Criminal do Rio
O ex-senador Delcídio
Amaral disse nesta quinta-feira, em depoimento à Justiça Federal do Rio de
Janeiro, que a CPI do Cachoeira no Congresso surgiu como uma forma de fazer
justiça por conta do mensalão. Delcídio foi ouvido como testemunha de acusação
num processo em que o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o ex-dono da Delta
Fernando Cavendish são réus na 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
Em delação premiada, o
ex-senador disse que o ex-presidente Lula incentivou a criação da CPI como uma
forma de atingir o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
— Tinha um certo ranço do
mensalão — afirmou Delcídio no depoimento. — Essa CPI veio com o intuito de
justiçar o que tinha acontecido pra trás — completou, referindo-se ao
escândalo.
Em entrevista após o
depoimento à Justiça Federal, Delcídio falou que Lula foi um dos incentivadores
da CPI porque ela atingiria líderes da oposição e que o ex-presidente também
tinha conhecimento da operação para abafar a comissão.
— Dizem que chumbo
trocado não dói. Então, o chumbo voltaria, só que aí, quando perceberam, o
chumbo não estava voltando. O chumbo ia bater em quem estava querendo se vingar
e esvaziaram a CPI — afirmou o ex-senador.
Delcídio disse que o
esvaziamento aconteceu quando se percebeu que o esquema de desvio de dinheiro
de obras para bancar campanhas poderia ser descoberto:
— Falavam que, com as
quebras de sigilos, empresas apareceram e poderiam amarrar contribuições de
campanha a várias obras em andamento. Foi por esse motivo que resolveram
esvaziar e a CPI terminou melancolicamente sem resultado nenhum — afirmou.
DELAÇÃO DE DELCÍDIO
Em um dos termos da
delação premiada, Delcídio falou sobre a instalação e encerramento da CPI do
Cachoeira, que investigou as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira. O
parlamentar não foi integrante da comissão, criada em 2012, mas disse tê-la
acompanhado de perto. Segundo ele, “a CPI foi muito incentivada pelo
ex-presidente Lula com o objetivo de atingir o govemador do Estado de Goiás,
Marconi Perillo”. Perillo é do PSDB.
Na delação, Delcídio
afirmou que não se avaliou muito bem as consequências políticas da instalação
da CPI e que, durante os trabalhos, constatou-se que o financiamento de
campanha de 2010, especialmente do PT, teria sido realizado por meio de caixa
2, utilizando-se das empresas de Adir Assad, nome que apareceu nas
investigações da comissão.
No momento em que as investigações
chegaram a esse ponto, de acordo com Delcídio, os próprios componentes da base
do goveno se articularam para acabar com a CPI por perceberem os riscos
envolvidos. O senador disse não se recordar quem fazia a articulação política
do governo nesta época.
O parlamentar declarou
ainda que houve reunião com as bancadas de apoio ao govemo, que orientaram os
parlamentares que pertenciam à CPI do Cachoeira à encerrar os trabalhos.
Delcídio cita que José de Filippi era o tesoureiro da campanha da presidente
Dilma Rousseff e era ele quem orientava as empresas doadoras a atender
eventualmente a campanha presidencial ou as demais campanhas petistas e aliados
a utilizarem as empresas de Adir Assad. Ex-prefeito de Diadema, José de Fillipi
foi levado para depor na 24ª fase da Lava-Jato em que o ex-presidente Lula
também prestou depoimento.
OPERAÇÃO SAQUEADOR
O ex-senador depôs hoje
no processo da operação
Saqueador, da qual foram alvos Fernando Cavendish, Carlinhos
Cachoeira, e o empresário Adir Assad, que já foi condenado na Operação
Lava-Jato. Cachoeira e Cavendish estão em prisão domiciliar. Cachoeira veio ao
Rio de Goiás com a autorização do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal
Criminal do Rio, e acompanhou até ontem as audiências.
A lista de réus na
Saqueador conta com executivos, diretores e conselheiros da Delta e
proprietários e contadores de empresas fantasmas. Para o MPF, o então dono da
Delta era o líder da organização criminosa. A relação entre Cachoeira e
Cavendish veio à tona com a Operação Monte Carlo e a CPI do Cachoeira, em 2012.
Os dois compareceram ao Congresso na ocasião das investigações.
A investigação constatou
que os envolvidos, "associados em quadrilha", usaram empresas
fantasmas para transferir cerca de R$ 370 milhões, obtidos pela Delta direta ou
indiretamente, por meio de crimes praticados contra a administração pública,
para o pagamento de propina a agentes públicos.
De acordo com
investigação do MPF, 96,3% do faturamento da Delta entre os anos de 2007 a 2012
era oriundo de verbas públicas, totalizando um montante de quase R$ 11 bilhões.
Os procuradores afirmam que mais de R$ 370 milhões foram lavados por meio de 18
empresas de fachada. Os responsáveis pela criação delas foram Cachoeira, Assad
e Abbud. Por meio de contratos fictícios, as empresas fantasmas lavavam os
recursos públicos. Os recursos eram sacados em espécie para o pagamento de
propina a agentes públicos para impedir o rastreamento das verbas.
Cabral vai para prisão especial em março
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral está preso no Complexo de Bangu
A Seap (Secretaria
de Administração Penitenciária) do Rio de Janeiro deve transferir em março o
ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) para um presídio que está sendo reformado
para receber presos da Operação Lava Jato. A unidade, em Benfica, na zona norte
da capital fluminense, funcionava como BEP (Batalhão Especial Prisional,
onde ficavam policiais presos.
Famosa pelas mordomias
concedidas aos detentos, a cadeia foi desativada em
2015, após uma juíza da Vara de Execuções Penais ter sido agredida no
local. Em uma das vistorias, foram encontrados material para
churrasco e bebida alcoólica.
A reportagem visitou o
local nesta quarta-feira (15). Em uma das alas, os presos derrubaram as grades
e fizeram muros de gesso para ter mais privacidade nas celas.
Além dos 17 presos da
Lava Jato com nível superior, a prisão vai abrigar devedores de pensão
alimentícia e outros de nível superior. Ao todo, 110 detentos vão ocupar a
unidade, com capacidade para 216 pessoas.
Os presos da Lava Jato
com diploma universitário estão na Cadeia Pública Pedrolino Werling de
Oliveira, conhecida como Bangu 8, parte do Complexo Penitenciário de Gericinó.
Assim como em Bangu 8, o
cômodo onde Cabral ficará em Benfica terá 16 metros quadrados. O ex-governador,
porém, terá mais privacidade, com banheiros fechados no meio da cela, vaso
sanitário e chuveiro. Em Bangu, apenas uma meia parede separa o chuveiro do
vaso.
Os detentos também
receberão colchões novos, usados por atletas durante a Olimpíada, em 2016. A
reforma vai custar R$ 20 mil.
O secretário de
Administração Penitenciária, coronel da Polícia Militar Erir Ribeiro,
afirmou que não haverá privilégios para Cabral. "Vamos transferir os
presos de Bangu 8 para Benfica porque eles não são tão perigosos e não demandam
o cinturão de segurança que temos em Bangu".
Explicações
O MPF (Ministério Público
Federal) vai pedir esclarecimentos sobre a transferência. Nesta terça (14),
integrantes do MPF e do Ministério Público do Rio de Janeiro se reuniram para
discutir a questão.
As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
Operação da PF faz buscas e apreensões em investigação sobre Belo Monte
Entre os alvos estão um filho do senador Edison Lobão e o ex-senador pelo Pará Luiz Otávio; operação desta quinta se baseia em provas obtidas na Lava Jato.
A Polícia Federal
deflagrou no início da manhã desta quinta-feira (16) uma operação, chamada de
Leviatã, para cumprir mandados de busca e apreensão nas casas e escritórios de
pessoas investigadas por propina na construção da usina hidrelétrica de Belo
Monte, no Pará. A Leviatã se baseia em provas coletadas na Operação Lava Jato.
Entre os alvos da
operação, segundo a Polícia Federal, estão o ex-senador pelo PMDB do Pará Luiz
Otávio e o filho do senador Edison Lobão (PMDB-MA), Márcio Lobão. Os mandados
da Leviatã foram expedidos pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal
Federal.
As buscas estão
relacionadas a um inquérito que corre no STF para investigar pagamento, por
parte das empresas do consórcio de Belo Monte, de 1% dos valores das obras da
usina ao PT e ao PMDB.
O ex-ministro do STF e
antigo relator da Lava Jato, Teori Zavascki, morto em janeiro, havia separado
investigações sobre corrupção no setor elétrico, o chamado "eletrolão",
da operação original, que apura fraudes na Petrobras. O inquérito sobre Belo
Monte já estava sob relatoria de Fachin antes mesmo de ele suceder Zavascki
como relator da Lava Jato.
O G1 tenta
contato com Márcio Lobão e Luiz Otávio, mas ainda não havia conseguido resposta
até a última atualização desta reportagem.
A PF no Pará informou ter
apreendido um computador, DVDs e outras mídias, mas não especificou o local
onde esses materiais estavam.
Segundo a Polícia
Federal, os investigados da Leviatã podem responder pelos crimes de corrupção,
lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Histórico
Em maio de 2016, o STF
autorizou abertura de inquérito para investigar Edison Lobão por desvios na
obra de Belo Monte. À época do pagamento das supostas propinas ele era ministro
de Minas e Energia.
Em junho, foi aberto
inquérito, pelo mesmo motivo, para investigar os senadores Renan
Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Jader
Barbalho (PMDB-PA).
Todos são suspeitos pela
prática de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por suposto recebimento de
propina em contratos da obra.
A investigação das
suspeitas de pagamento de propina na construção da hidrelétrica de Belo Monte
foi autorizada por Fachin com base na delação premiada de Luiz Carlos Martins,
funcionário da empreiteira Camargo Corrêa, dentro da Operação Lava Jato.
As suspeitas sobre
Calheiros, Jucá, Raupp e Barbalho surgiram nos relatos feitos pelo senador
cassado Delcídio do Amaral (sem partido-MS) no acordo de delação premiada
assinado por ele.
O procurador-geral
ressaltou ao Supremo que Luiz Carlos Martins apontou somente Edison Lobão como
beneficiário de vantagens indevidas, mas que Delcídio mencionou outros supostos
destinatários da propina.
Na época da abertura dos
inquéritos, todos os investigados negaram recebimento de dinheiro ilegal.
O leilão da hidrelétrica
foi vencido pela Norte Energia, formado pela Companhia Hidro Elétrica do São
Francisco (Chesf) - subsidiária da Eletrobras -, Construtora Queiroz Galvão,
Galvão Engenharia, entre outras empresas. Entretanto, a Andrade Gutierrez,
Camargo Corrêa e Odebrecht acabaram contratadas para a construção da usina.
Maior projeto brasileiro no setor elétrico, Belo Monte tem a conclusão das obras prevista para janeiro de 2019. O investimento estimado é de R$ 28,9 bilhões.
Maior projeto brasileiro no setor elétrico, Belo Monte tem a conclusão das obras prevista para janeiro de 2019. O investimento estimado é de R$ 28,9 bilhões.
Deputados discutem possibilidade de intervenção federal no Rio
Entusiastas da ideia alegam que, como STF negou antecipar os empréstimos, a situação do estado ficará insustentável
Rio - A possibilidade de intervenção federal no estado
tem sido discutida por deputados estaduais de oposição, da base do governo e
até mesmo por parlamentares do PMDB, partido do governador Pezão. Citam o
artigo 34 da Constituição que diz que a medida deve ser adotada em caso de “pôr
termo a grave comprometimento da ordem pública” e “reorganizar as finanças da
federação”.
“Insustentável”
Os entusiastas alegam que, diante da negativa do Supremo Tribunal Federal de antecipar os empréstimos, a situação do estado ficará insustentável. Com a intervenção, um representante do governo federal assumiria o estado por cerca de dois meses e, então, convocaria eleições diretas para um mandato tampão.
Os entusiastas alegam que, diante da negativa do Supremo Tribunal Federal de antecipar os empréstimos, a situação do estado ficará insustentável. Com a intervenção, um representante do governo federal assumiria o estado por cerca de dois meses e, então, convocaria eleições diretas para um mandato tampão.
Fator Jonas Lopes
A delação do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado Jonas Lopes também é aguardada na Assembleia Legislativa. “Caso a denúncia comprometa o (presidente da Casa, Jorge) Picciani, o estado perde a sua maior e única liderança. Graças a ele o Pezão conseguiu recompor a base na Alerj”, diz um deputado. Advogado de Jonas Lopes, Nélio Machado não trabalha com delações premiadas. O que se diz é que, também advogado, o próprio Lopes tem negociado os termos de sua delação com a Justiça.
A delação do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado Jonas Lopes também é aguardada na Assembleia Legislativa. “Caso a denúncia comprometa o (presidente da Casa, Jorge) Picciani, o estado perde a sua maior e única liderança. Graças a ele o Pezão conseguiu recompor a base na Alerj”, diz um deputado. Advogado de Jonas Lopes, Nélio Machado não trabalha com delações premiadas. O que se diz é que, também advogado, o próprio Lopes tem negociado os termos de sua delação com a Justiça.
DESGOVERNO CATASTRÓFICO E CRIMINOSO DO RIO DE JANEIRO EMPREGA
MAIS DE 50 EX-PREFEITOS COM SALÁRIOS MILIONÁRIOS
O Governo do Estado do
Rio de Janeiro desde a época do ex-governador Sérgio Cabral mantém uma prática
muito estranha mantido até os dias de hoje: todo prefeito que perde eleição
ganha um cargo comissionado na folha de pagamento do Estado.
O atual governador Luiz
Fernando Pezão mantém mais de 50 ex-prefeitos derrotados nas últimas eleições
atuando em cargos comissionados. O mais recente nomeado por Pezão foi o
ex-prefeito Neto, do município de Volta Redonda. O prefeito que perde a eleição
já tem um lugar para trabalhar, a secretaria de Estado de Governo. São mais de
cinquenta pendurados na folha de pagamento estadual.
Todos os ex-prefeitos
lotados no governo do estado do Rio de Janeiro recebem entre R$ 10 mil a R$ 20
mil por mês em cargo comissionado. Há denúncia de que alguns tampouco aparecem
para cumprir expediente.
A suspeita é de que esse
tipo de colocação seja uma forma de compromisso eleitoral para garantir apoio
nos municípios aos nomes de candidatos do partido ligado ao governador.
O quadro financeiro do
Rio de Janeiro é gravíssimo. O Governo Federal não terá como firmar acordo com
o estado o que deixa servidores, aposentados, pensionistas e fornecedores em
condições vulneráveis. Ficarão sem pagamentos.
TJ-SE PAGOU R$
326 MIL A MAGISTRADO, EM JANEIRO
A folha de janeiro do Tribunal de Justiça do pobre
Estado de Sergipe é reveladora dos “supersalários” investigados pelo Senado.
Somente um desembargador recebeu R$ 326.446,21 líquidos, quase cem mil a mais
que os R$224.002,66 pagos a uma desembargadora do mesmo tribunal. Os dados são
públicos e estão disponíveis no Portal de Transparência do próprio TJ-SE. No
total, onze desembargadores receberam entre R$ 117.713,36 e R$ 346.671,52
brutos, em janeiro.
PROCESSO
ADMINISTRATIVO
Esses valores incluem “parcelas de indenização de férias
não gozadas” e diferença salarial fixada em processo administrativo, informa o
TJ-SE.
JUSTIÇA BEM PAGA
Um total de 23 juízes de Entrância Final receberam
acima de R$100 mil, na folha de janeiro do Tribunal de Justiça de Sergipe.
FOLHA LOTÉRICA
Os ricos salários do TJ-SE têm uma curiosidade: nem
mesmo o mais humilde dos 4.216 servidores recebeu menos de R$10 mil, em
janeiro.
GESTÃO ANTERIOR
O TJ-SE informou que os valores foram pagos na gestão
do presidente anterior do TJ-SE, do desembargador Luiz Antônio Araújo Mendonça.
Deu
no Diário do Poder
PF cumpre mandados em MS em ação contra desvio de recursos públicos
Cinco mandados de prisão foram expedidos, na capital e em Maracaju. Operação 'Research' cumpre mandados em cidades do PR, MS e RJ.
A operação que apura desvios de recursos
públicos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) cumpre mandados em Mato Grosso
do Sul. Segundo a Polícia Federal (PF) são cinco mandados de prisão
temporária, sendo 4 em Campo Grande e 1 em Maracaju,
além de três mandados de busca e apreensão, também nas duas cidades.
A operação foi deflagrada
nesta quarta-feira (15) no Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. A ação
foi batizada de 'Research'.
Até as 9h, 27 pessoas já
tinham sido presas, segundo a PF.
A reportagem da RPC apurou
que em três anos a secretária da pró-reitoria de planejamento e orçamento Tânia
Maria Catapan, que é alvo de mandado de prisão, é suspeita de desviar cerca de
R$ 7,3 milhões em bolsas de pesquisas para 27 pessoas. Ela foi presa logo no
início da manhã.
Conceição Abadia de Abreu
Mendonça, que é chefe do setor de orçamento e finanças do mesmo setor, também
está entre os presos.
Ao todo, foram expedidos
73 mandados judiciais, sendo 29 de prisão temporária, 8 de condução
coercitivas, que é quando a pessoa é levada para prestar depoimento, e 36
mandados de busca e apreensão. Entre os alvos, estão dois funcionários públicos
federais.
As prisões têm prazo de
cinco dias e podem ser prorrogadas pelo mesmo período ou convertidas para
preventivas, que é quando os presos ficam detidos por tempo indeterminado.
Investigações apuram
repasse irregular de recursos
As investigações apuraram o repasse irregular de recursos mediante pagamentos sistemáticos, fraudulentos e milionários de bolsas a inúmeras pessoas sem vínculos com a universidade no período entre 2013 e 2016, segundo a PF.
As investigações apuraram o repasse irregular de recursos mediante pagamentos sistemáticos, fraudulentos e milionários de bolsas a inúmeras pessoas sem vínculos com a universidade no período entre 2013 e 2016, segundo a PF.
Ainda conforme os
policiais, há indícios concretos de fraudes em pagamentos de título de auxílio
a pesquisadores, bolsas de estudo no país e no exterior a diversas pessoas que
não tinham vínculo com a Universidade Federal do Paraná.
As cidades onde os
mandados estão sendo cumpridos são Curitiba, Almirante Tamandaré, São José dos
Pinhais, Antonina, Francisco Beltrão e Ponta Grossa, no Paraná; Rio de Janeiro;
e Campo Grande e
Maracaju, no Mato Grosso do Sul.
O nome da operação,
segundo a PF, é uma referência ao objetivo central das bolsas concedidas pela
unidade, destinada a estudos e pesquisas pelos contemplados.
A operação é realizada em
parceria com a Controladoria Geral da União e o Tribunal de Contas da União.
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