Sérgio Cabral pediu R$ 30 milhões, afirma delator a Moro
O ex-diretor de
Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou em depoimento nesta
sexta-feira, 10, ao juiz federal Sérgio Moro que o ex-governador do Rio Sérgio
Cabral (PMDB) lhe pediu R$ 30 milhões para a campanha eleitoral de 2010. O pedido,
disse Costa – primeiro delator da Operação Lava Jato – ocorreu em reunião no
Palácio da Guanabara.
“No pedido que foi feito pelo governador nessa
reunião no Palácio do Guanabara, o governador me pediu 30 milhões de reais para
a sua campanha. Como seria feito esse rateio com as empresas, eu não participei
disso. Mas o valor total que me foi pedido pelo governador na data da reunião
foram R$ 30 milhões”, afirmou.
Costa depôs como
testemunha de acusação na ação penal contra Cabral, acusado de recebimento de
propina de R$ 2,7 milhões em contrato de terraplanagem das obras do Complexo
Petroquímico do Rio (Comperj), da Petrobras.
Moro o indagou sobre
informação de que os executivos da empreiteira Andrade Gutierrez – também
envolvidos na propina a Cabral nas obras do Comperj -, mencionaram em seus
depoimentos que “havia compromisso de 1% no contrato de terraplanagem da obra”.
O juiz quis saber de Paulo Roberto Costa se a ele foi falado em porcentuais.
Costa respondeu que o
executivo da Andrade perguntou a ele se era para honrar o compromisso com o
governador. “E minha resposta foi que era para honrar o compromisso com o
governador.”
Moro quis saber, então
“Qual era o compromisso?”.
“No pedido que foi feito
pelo governador nessa reunião no Palácio do Guanabara, o governador me pediu 30
milhões de reais para a sua campanha. Como seria feito esse rateio com as
empresas, eu não participei disso. Mas o valor total que me foi pedido pelo
governador na data da reunião foram R$ 30 milhões.”
O juiz da Lava Jato
perguntou porque o ex-diretor da Petrobras aceitou pagar.
“Eu aceitei ajudar na
ocasião porque ele (Cabral) era uma figura proeminente no PMDB à época, e o
PMDB era um partido que estava me apoiando junto com o PP (na Petrobrás).”
“(A reunião) Foi antes da
eleição de 2010, acredito que seja nos primeiros meses, no primeiro semestre de
2010. Foi solicitação para a campanha de reeleição do governador, em 2010.”
Pezão estava na reunião sobre propina
para Cabral no Guanabara, diz delator
A reportagem procurou o
governador do Rio, Luiz Fernando Pezão e a defesa do ex-governador Sérgio
Cabral. Não houve retorno.
O ex-diretor de
Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, o primeiro delator da Operação
Lava Jato, confirmou em depoimento nesta sexta-feira, 10, a presença do hoje
governador do Rio Luiz Fernando Pezão (PMDB) em reunião no Palácio Guanabara,
em 2010. Na ocasião, segundo o delator, o então chefe do Executivo fluminense
Sérgio Cabral, também do PMDB, pediu “apoio financeiro para a campanha dele”.
Costa depôs ao juiz
federal Sérgio Moro, que preside ação criminal contra Sérgio Cabral.
Segundo o delator, a
partir de 2007, o PMDB passou a apoiá-lo na Diretoria de Abastecimento da
Petrobras.
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