CONFLITO IGNORADO PELA GRANDE MÍDIA

Helicóptero ataca barco e mata 42 refugiados somalis
Embarcação seguia do Iêmen para o Sudão

CAIRO — Quarenta e dois refugiados da Somália foram mortos na costa do Iêmen na noite de quinta-feira quando um helicóptero atacou o barco em que viajavam, segundo informações da guarda costeira na região de Hodeidah, controlada pelos huthi. Entre os mortos estavam mulheres e crianças.
Mohamed al-Alay disse que os refugiados, carregando documentos oficiais do alto comissário da ONU para refugiados, estavam a caminho do Iêmen para o Sudão quando foram atacados na quinta-feira por um helicóptero Apache.
O marinheiro que pilotava o barco, Ibrahim Ali Zeyad, disse que 80 refugiados foram resgatados depois o incidente. Não foi informado quem realizou o ataque.
Os corpos de 33 refugiados foram levados aos hospitais da cidade portuária, onde 35 feridos também foram internados, afirmou um funcionário dos serviços de saúde.
Dezenas de somalis que sobreviveram ao ataque, assim como três traficantes de pessoas iemenitas a bordo da embarcação, foram levados à prisão central da cidade.
A agência Saba, controlada pelos rebeldes xiitas huthis, afirmou que o ataque foi provocado pela aviação da coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita.
Outras fontes afirmaram que os mortos e feridos foram atingidos por disparos de armas leves, o que parece excluir um ataque aéreo.
Apesar da guerra e da crise humanitária, o Iêmen continua sendo um foco de atração para os refugiados do chifre da África que fogem da miséria.
No sul do país há vários campos de refugiados somalis, mas nenhum na região de Hodeida, situado mais ao norte.

DISPUTA MILITAR

O setor situado ao sul de Hodeida foi palco de violentos combates nas últimas 24 horas que deixaram 32 mortos, segundo fontes médicas e militares.
Desde a intervenção da coalizão árabe, em março de 2015, para ajudar o governo a frear o avanço dos rebeldes, mais de 7.700 pessoas morreram e mais de 42.500 ficaram feridas na disputa bélica, segundo a ONU.
O país sofre atualmente a "pior crise humanitária no mundo" e se expõe a um grave perigo de fome, adverte a ONU.



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