Jovens de 14 anos mortos entre quarta e quinta vítimas de bala perdida
Entre quarta e quinta, duas entraram para a triste estatística:
Guilherme Henrique Pereira Natal, morto na Vila Vintén; e Marcos Vinicius da
Silva, assassinado na Maré
Rio - A morte
de Guilherme Henrique Pereira Natal, atingido por
tiros que partiram de dentro de um veículo, disparados contra pessoas que
estavam em uma calçada próximo à comunidade da Vila Vintém, em Realengo, nesta
quinta, revela uma triste estatística: já chega a oito o
número de crianças mortas vítimas de bala perdida no estado somente neste ano.
A média é de uma a cada 21 dias. Apenas entre quarta e quinta desta semana,
além de Guilherme, o estudante Marcos Vinicius da Silva, também de 14 anos, entrou
para a lista de crianças e adolescentes, de 0 a 14 anos, assassinadas por bala
perdida no Rio.
Marcos morreu
na noite de quarta, após ser baleado no
fim da manhã do mesmo dia durante operação da
Polícia Civil com o apoio das Forças Armadas no Complexo da Maré,
na Zona Norte. O menino
estava internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.
"As mortes de
crianças vítimas de balas perdidas nas favelas, por conta de confrontos entre
policiais e traficantes ou disputa pelo controle territorial entre facções
criminosas rivais, é a face mais hedionda da violência no Rio de Janeiro",
afirma Antônio Carlos Costa, presidente e fundador da ONG Rio de Paz.
Velório de Marcos Vinicius foi no Palácio da Cidade, em
Botafogo
Homenagem
Para lembrar as
mortes de Marcos e Guilherme, a ONG fixou, na noite desta quinta, duas placas
com os nomes dos dois, na Lagoa Rodrigo de Freitas, na altura da Curva do
calombo, na Zona Sul.
"Os crimes ainda
serão analisados e, caso seja necessário, tomaremos todas as providencias, como
indenizações, em decorrência da morte", afirma João Tancredo, advogado da
Rio de Paz.
Crianças mortas vítimas
de bala perdida do Rio de Janeiro em 2018
1. EMILY SOFIA: 3
anos. Morreu no dia
6 de fevereiro após ser baleada, em uma tentativa de assalto,
por criminosos na Rua Cardoso de Castro, em Anchieta, na Zona Norte.
2. JEREMIAS MORAES:
13 anos. Baleado, também em 6 de fevereiro, na Maré, durante um
confronto. O jovem
estava jogando bola, na comunidade Nova Holanda, no momento em que foi atingido.
Ele foi encaminhado ao Hospital Municipal Souza Aguiar, mas não resistiu aos
ferimentos.
3. MARLON DE ANDRADE:
10 anos. Atingido na
cabeça, em 24 de fevereiro, por uma bala perdida enquanto brincava na laje de
casa, no Cantagalo, na Zona Sul. Segundo a PM, no momento não
havia confronto de agentes e criminosos na região. O menino foi socorrido para
o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, mas não resistiu aos ferimentos.
4. BENJAMIN: 2
anos. Atingido na
cabeça por bala perdida no Complexo do Alemão, no dia 16 de março.
Deu entrada na UPA da comunidade, mas não resistiu aos ferimentos. Sua mãe está
entre os quatro feridos no tiroteio, atingida na barriga e no braço. Segundo a
avó do menino, eles estavam indo buscar um vestido para uma festa.
5. LARISSA SOEIRO
MAIA: 14 anos. Foi morta quando passava na Rua Beira Rio, no bairro
Corbrex, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. Ela chegou a ser levada para uma
UPA, mas não resistiu aos ferimentos. De acordo com o 20º BPM (Mesquita), não
houve registro de confrontos envolvendo policiais no local onde a menina foi
baleada.
6. BRENDA VALENTINA
ALVES OLIVEIRA ALEIXO. 2 anos. Foi morta em
Conceição de Jacareí, distrito de Mangaratiba, na Região da Costa Verde, em 31
de março. Os pais passavam de carro perto do Morro do Catatau
quando traficantes atiraram no veículo. Brenda foi atingida na cabeça.
7. MARCOS VINÍCIUS
DA SILVA. 14 anos. Morreu na noite desta quarta, após ser baleado no fim da
manhã do mesmo dia durante operação da Polícia Civil com o apoio das Forças
Armadas no Complexo da Maré, na Zona Norte. O menino estava internado no
Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.
8. GUILHERME
HENRIQUE PEREIRA NATAL. 14 anos. Morto por tiros que partiram de dentro de um
veículo cinza, desferidos contra pessoas que estavam na calçada da avenida
Falcão da Frota, próximo à comunidade da Vila Vintém, em Realengo, Zona Oeste.
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