Enquanto a população do
Rio de Janeiro sofre a maior crise da história do estado, enquanto os
servidores não têm dinheiro sequer para comer, enquanto os hospitais não têm
sequer esparadrapo, enquanto o comércio fecha as portas, e a escalada da
violência mata bebês antes mesmo de eles nascerem, enquanto policiais militares
se transformam em alvos e o estado chega à dramática marca de 100 PMs mortos
somente neste ano, o ex-governador Sérgio Cabral - grande timoneiro do caos em
que se transformou o Rio de Janeiro - parece ainda gozar de privilégios.
Neste domingo, duas
viaturas da PM faziam a segurança na Rua Aristides Espínola, no Leblon, onde
fica o luxuoso apartamento de Cabral. Policiais militares que trabalham com
material sucateado, que ficaram boa parte do ano sem receber a gratificação do
Regime Adicional de Serviço (RAS) - horas extras - e que estão na linha de
frente da violência descontrolada no estado, receberam ordens para fazer a segurança
no local.
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Neste
domingo, viatura da PM fazia a segurança em frente à casa de Cabral
A pergunta que fica no ar
é, fazer a segurança de quem? Dos pedestres? Da rua? Ou da família de Cabral?
Como um criminoso, principal responsável pelo total colapso do estado - como
deixam claro as próprias sentenças da Justiça -, que responde a nada menos de
14 denúncias e já foi condenado a pelo menos 14 anos e dois meses de prisão,
ainda goza da regalia de ter uma patrulha da PM em sua rua, para garantir a
segurança? Como o ex-governador, preso em Bangu desde novembro de 2016,
acusado de comandar um gigantesco esquema de corrupção que sangrou os cofres
públicos em cifras milionárias - ou até bilionárias - ainda recebe este tipo de
distinção? Cabral pensa que somos tolos?
A segurança que merece
Sérgio Cabral é a mesma que deixa a população e os próprios policiais militares
à mercê dos confrontos. Segurança que chegou a este descontrole exatamente por
causa da ganância criminosa de quem tinha a responsabilidade de comandar o
estado. Em outros tempos ou países, o que Cabral receberia, no lugar do reforço
na sua segurança, era justamente um lugar de destaque na linha de frente das
balas perdidas.
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