Apontado por uma
testemunha do caso Marielle Franco como um dos mandantes do assassinato, o
ex-PM Orlando Oliveira de Araujo prestou depoimento à polícia durante toda a
tarde desta quarta-feira, 16, no presídio de segurança máxima de Bangu 1, onde
está preso. Araújo afirmou aos policiais que está sendo usado como bode
expiatório e negou envolvimento com o crime.
“Ele disse que caiu de
bucha nessa história, que não tem nada a ver com o assassinato”, afirmou o
advogado Paulo Andrade, que o acompanhou no depoimento. Segundo o ex-PM, a
testemunha que o acusou de participação no crime é um PM que já trabalhou com
ele em serviços de segurança e que, por conta do rompimento dessa parceria,
teria um motivo pessoal para incriminá-lo.
Investigações do
Ministério Público apontam Araujo como líder de milícia em Curicica, na zona
oeste, onde nasceu, foi criado e é conhecido como Orlando de Curicica. Sua
defesa nega a informação e diz que ele é um líder comunitário da região. Araújo
está preso sob a acusação de homicídio, mas não tem nenhuma condenação.
Ele estava preso em Bangu
9, mas, desde a semana passada foi transferido para o presídio de segurança
máxima de Bangu 1, onde cumpre um regime restritivo. Desde então, ele não se
alimentou porque teme ser envenenado e está muito debilitado, segundo o
advogado. A justiça autorizou a transferência dele para um dos quatro presídios
federais de segurança máxima, para que ele não interfira na investigação do
caso Marielle. Sua defesa já impetrou um habeas corpus tentando reverter essa
decisão.
A defesa pediu ainda à
corregedoria o afastamento do delegado Giniton Lages, da Divisão de Homicídios,
da investigação. O delegado esteve em Bangu 1 para ouvir Araujo na quinta-feira
passada, mas o ex-PM disse que não quis falar com o delegado porque se sentiu
ameaçado.
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